Crónica de Verão
1.º - Qualquer altura é boa para lançar uma boa polémica.
A notícia do DE estoirou no início de Agosto, pouco depois de CC regressar de férias: »Hospitais travam compra de medicamentos novos. Para cumprir o défice, hospitais deixam de encomendar remédios mais inovadores. No hospital de São João, no Porto, a “suspensão” começou em maio e vai durar até Outubro.» DE, 03.08.06
2.º - Dado o tiro de partida, os cronistas de serviço, lançaram-se ao trabalho.
A decisão de suspender os novos produtos lançados no mercado tomada pelos mais importantes hospitais públicos portugueses é grave porque pode colocar em causa precisamente este princípio de confiança. A partir de hoje, ninguém saberá ao certo se a contenção orçamental o está ou não a prejudicar quando lhe é receitado um tratamento. E essa dúvida não é, de todo, admissível. Editorial de André Macedo- “A Saúde Importa” (DE, 03.08.06)
O ministro Correia de Campos decidiu que cumprir o orçamento no serviço nacional de Saúde é mais importante do que aplicar o último grito da medicina aos doentes.
2.º - Dado o tiro de partida, os cronistas de serviço, lançaram-se ao trabalho.
A decisão de suspender os novos produtos lançados no mercado tomada pelos mais importantes hospitais públicos portugueses é grave porque pode colocar em causa precisamente este princípio de confiança. A partir de hoje, ninguém saberá ao certo se a contenção orçamental o está ou não a prejudicar quando lhe é receitado um tratamento. E essa dúvida não é, de todo, admissível. Editorial de André Macedo- “A Saúde Importa” (DE, 03.08.06)
O ministro Correia de Campos decidiu que cumprir o orçamento no serviço nacional de Saúde é mais importante do que aplicar o último grito da medicina aos doentes.
Martim Figueiredo DE (n.º 3945, 07.08.06
3.º - O bastonário, resolveu também meter a colherada:
»Afastar os portugueses da inovação tecnológica, com todas as consequências que isso teria, com certeza que isso não será feito. Se nos apercebemos que alguém o faz não hesitaremos em denunciá-lo.»
4.º - CC, saudoso dos seus tempos de prof, decidiu explicar:
O crescimento descontrolado da factura farmacêutica hospitalar não garante: (a) que todos os portugueses tenham acesso a toda a terapêutica adequada, pois para uns terem acesso acrítico, outros ficarão sem acesso; (b) que todo o esforço da indústria merece o prémio da qualidade científica, pois infelizmente o mercado é mais acessível que o conhecimento, sendo desnecessário lembrar alguns dos mais graves e recentes erros da indústria; (c) que toda a inovação terapêutica seja necessariamente segura, eficaz e de melhor qualidade que a anterior, quantas vezes a sobriedade mais conservadora acabando por vencer a inovação, quando esta é agressiva e de valor insuficientemente demonstrado; (d) finalmente, o custo de cada nova terapêutica não é apenas financeiro, é também o valor do que se sacrificou para nela gastar, ou seja o custo de oportunidade, uma vez que finitos são os recursos e infinitas as necessidades. DE (04.08.06) um importante artigo “ Saúde que chegue para todos”.
CC, Saúde que chegue para todos, DE, 04.08.06
5.º - As perguntas pertinentes da polémica:
Sabe-se quais os medicamentos que foram cortados ?
Sabe-se se o ministro da saúde terá ondenado efectivamente o corte de novos medicamentos aos hospitais ?
6.º - As respostas:
Não se sabe quais são os medicamentos porque os laboratórios não os revelam. Informalmente, dizem que se o fizerem serão penalizados através de atrasos nas decisões de comparticipações e reduções na respectiva percentagem (por parte do Infarmed).
O ministro da Saúde não deu instruções directas para cortar os medicamentos novos, mas deu guidelines para restringir a entrada, controlando melhor o que é, realmente, inovação com mais-valia. MB
7.º - Conclusão: digam lá, o que pensar desta história.
3.º - O bastonário, resolveu também meter a colherada:
»Afastar os portugueses da inovação tecnológica, com todas as consequências que isso teria, com certeza que isso não será feito. Se nos apercebemos que alguém o faz não hesitaremos em denunciá-lo.»
4.º - CC, saudoso dos seus tempos de prof, decidiu explicar:
O crescimento descontrolado da factura farmacêutica hospitalar não garante: (a) que todos os portugueses tenham acesso a toda a terapêutica adequada, pois para uns terem acesso acrítico, outros ficarão sem acesso; (b) que todo o esforço da indústria merece o prémio da qualidade científica, pois infelizmente o mercado é mais acessível que o conhecimento, sendo desnecessário lembrar alguns dos mais graves e recentes erros da indústria; (c) que toda a inovação terapêutica seja necessariamente segura, eficaz e de melhor qualidade que a anterior, quantas vezes a sobriedade mais conservadora acabando por vencer a inovação, quando esta é agressiva e de valor insuficientemente demonstrado; (d) finalmente, o custo de cada nova terapêutica não é apenas financeiro, é também o valor do que se sacrificou para nela gastar, ou seja o custo de oportunidade, uma vez que finitos são os recursos e infinitas as necessidades. DE (04.08.06) um importante artigo “ Saúde que chegue para todos”.
CC, Saúde que chegue para todos, DE, 04.08.06
5.º - As perguntas pertinentes da polémica:
Sabe-se quais os medicamentos que foram cortados ?
Sabe-se se o ministro da saúde terá ondenado efectivamente o corte de novos medicamentos aos hospitais ?
6.º - As respostas:
Não se sabe quais são os medicamentos porque os laboratórios não os revelam. Informalmente, dizem que se o fizerem serão penalizados através de atrasos nas decisões de comparticipações e reduções na respectiva percentagem (por parte do Infarmed).
O ministro da Saúde não deu instruções directas para cortar os medicamentos novos, mas deu guidelines para restringir a entrada, controlando melhor o que é, realmente, inovação com mais-valia. MB
7.º - Conclusão: digam lá, o que pensar desta história.
3 Comments:
Uma história exemplar.
Guião de repetidos filmes de ficção, sobre as relações da política e dos media.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Caro drfeelgood,
O debate de ideias é sempre bem vindo.
Para haver debate convém ter ideias, saber esgrimir argumentos e ter adversários que nos aturem.
Os argumentos dos "adversários" devem merecer a nossa consideração na medida em que podem motivar novas ideias, novos argumentos e contribuir para desenvolver, nesta dinâmica de parada e resposta, o nosso próprio pensamento.
Dentro desta perspectiva, todos os nossos adversários de debate devem merecer a nossa confiança e estima.
É uma medida com a qual me tenho dado bem e que lhe aconselho, embora não sendo médico, como um bom tratamento para a saúde.
Enviar um comentário
<< Home