domingo, agosto 13

VIH/Sida, combate ao desperdício


Segundo o Coordenador Nacional para a Infecção VIH/Sida, Henrique Barros link

a) - Portugal gasta anualmente 100 milhões de euros com os medicamentos anti-retrovíricos. Cada doente infectado com o VIH custa ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) 10 mil euros anuais em medicamentos;

b) – Registam-se muitos casos de abandono ou interrupção da terapêutica com reflexos graves nos custo de tratamento destes doentes: se cumprissem os tratamentos deixariam de estar infectantes, manter-se-iam mais tempo com os medicamentos mais baratos e não necessitariam de internamentos nem sucessivas análises;

c) Quanto ao acesso aos antivetrovirais: Em "Portugal toda a gente tem acesso às melhores medicações disponíveis". Apenas são distribuídos nas farmácias hospitalares. Apesar dos hospitais terem registo dos medicamentos que usam, não existe uma informatização dos processos.

d) Está em desenvolvimento uma acção, para averiguação de desperdício com estes tratamentos. O desperdício acontece na administração de anti-retrovíricos, como o uso de medicamento que deviam ser guardados para futuras escolhas e de terapêuticas inapropriadas. E em resultado da má adesão aos tratamentos, resultante do abandono das terapêuticas que obrigam a uma posterior administração de fármacos mais fortes e mais caros.

Sobre a HIV/Sida em Portugal:
Portugal apresenta a mais elevada taxa de incidência da infecção VIH (280 por 1,000,000 de habitantes, em 2004), acima do dobro das mais altas observadas nos restantes países da EU. A dimensão relativa da incidência de casos de SIDA é similar. Não conhecemos o risco real entre populações caracterizadas por exposições particulares, como trabalhadores do sexo, homens que têm relações sexuais com homens ou utilizadores de drogas injectáveis. Isto impede o conhecimento da dinâmica particular da infecção nestas circunstâncias e a sua relação com a crescente importância da epidemia entre a população heterossexual.
HB, portal A. Comissário

2 Comments:

Blogger J.G. said...

Em Portugal todos têm direito à saúde, mas todos têm, igualmente, o direito a não se querer tratar, mesmo quando a doença de que são portadores seja contagiante, e de difícil / cara / ou impossível cura, e têm ainda o direito de nada ou pouco fazerem para evitarem a propagação da sua doença.
Para quando uma revisão de mentalidades e leis?
É que os meus direitos e liberdades terminam onde começam os de todos aqueles com quem me cruzo no dia a dia.

12:05 da tarde  
Blogger ricardo said...

Há um ano que os médicos são obrigados a notificar os casos de infecção pelo HIV, mas a "dimensão da subnotificação" da doença é desconhecida, denuncia o coordenador nacional da Infecção por HIV/Sida, Henrique Barros. O dirigente defende que os médicos sejam sancionados por não indicarem a existência de novos doentes.

"Tem de ser obrigatório como um acto deontológico, de cidadania ", pelo que "tem de haver sempre uma sanção para quem não cumpre uma regra grave em termos de saúde pública", sublinha Henrique Barros, que se escusa a precisar que tipo de consequência defende para os clínicos que não cumprem a legislação.

A declaração por parte dos médicos deve ser obrigatória, de modo a fazer uma "monitorização e projecção" da doença a curto e médio prazo, assim como para fazer a prevenção e controlo. Actualmente, estão notificados 29.461 casos de HIV/sida em Portugal, tendo sido declarados 1173 novos doentes de Janeiro a 30 de Junho, segundo o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge.

Mas a falta de dados credíveis e fidedignos sobre as características da doença, em Portugal, e do seu tratamento é um dos aspectos que mais críticas recebe do coordenador nacional para Infecção HIV/Sida, que lamenta que "ainda se trabalhe muito com base nos palpites".

"Como os médicos não declaram, não temos a noção exacta da realidade. Eu não sei se os doentes que estão a ser tratados representam a totalidade da doença em Portugal, nem se representam os melhores ou os piores casos".
JP, 13.08.06

1:09 da tarde  

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