One Man Show !
Correia de Campos podia viver sozinho: cria medidas, induz nos jornalistas de serviço os comentários, responde aos comentários que ele próprio desencadeou, lança novas achas para a fogueira na entrevista seguinte, enfim... o seu umbigo chega a toda a parte.
Há no entanto um senão nesta política de engorda-imprensa: depois de tudo espremido, descascadas as grossas camadas de folclore, sobra muito pouco. O resultado está à vista: no essencial, o SNS está na mesma desde que CC chegou ao poder. Perdão, há uma diferença: os comentadores políticos da área da Saúde (entre os quais me incluo), nunca viveriam tempos tão felizes e com tanto material para laborar, se CC não existisse!
O que seria de nós sem CC?
vladimiro jorge silva
10 Comments:
Queria pedir um favor ao tonitosa.
Se dava uma revisão aos comentários sobre os resultados do HHs EPE e SPA do exercício de 2005 . Se concordar, volte a postá-los nos comentários do primeiro post.
Um abraço
Eu diria antes, o homem dos sete instrumentos.
As Escolas de música chamam a atenção para o facto de o homem dos sete instrumentos não saber tocar bem cada um dos instrumentos.
Mas dá nas vistas.Dá show. E o espectáculo está garantido.
Cara anadias:
Enfio a carapuça relativamente ao seu comentário. No entanto, dos pontos que refere, as alíneas b), c) e d) constituem falhanços de CC:
- A reforma dos CSP, tal como a generalidade das reformas em Portugal (exceptuando as dos políticos...) parece estar a ser adiada para mais tarde;
- Continuamos à espera dos Cuidados Continuados;
- A política do medicamento, perdão, a política anti-ANF, vive de medidas que embora sejam mediáticas e agradem à corte do Diário Económico e ao Prof. Marcelo, são, como todos sabemos, pontuais, assépticas e irrelevantes em termos práticos. As únicas excepções parecem ser os recentes exercícios de criatividade contabilística (mais uma vez concebidos a régua e esquadro para aquela a que alguém muito bem designou como "imprensa cor de rosa") e as medidas de redução das comparticipações de medicamentos, relativamente às quais todos os que acreditam no SNS deverão ter as maiores reservas;
- O processo de empresarialização dos hospitais está rigorosamente na mesma, maquilhagem à parte. Ainda nesta onda, aguardemos para ver o que acontece com as PPPs (entretanto abandonadas no Reino Unido).
Em relação à alínea a), a definição de um orçamento realista para a Saúde parece de facto uma boa medida, que evita o folclore dos orçamentos rectificativos. Relativamente às formas de contenção da despesa encontradas, tenho as mais profundas dúvidas sobre a bondade das mesmas, pois no essencial as poupanças não resultaram de ganhos de eficiência ou racionalização dos gastos, mas principalmente de medidas que violam a própria essência do SNS: a descomparticipação progressiva dos produtos e serviços de saúde levará, no limite, ao fim do SNS tal como o conhecemos (o que parece ser uma realidade que até nem desagrada a CC, como o próprio já por diversas vezes admitiu publicamente).
Em resumo, CC é um mau Ministro da Saúde, com uma obsessão egocêntrica nunca vista entre os titulares da pasta. Também ao contrário do que é tradicional no sector, CC governa para e a partir dos media, atribuindo mais importância ao que se diz das suas medidas do que propriamente à eficácia das mesmas.
No entanto e apesar de tudo, não estou preocupado com o preocupante preconceito ideológico que CC parece ter contra o SNS: é que, como se viu no exercício da sua governação até agora, CC fala muito mais do que faz. O que, na prática, significa que, para o bem e para o mal, este ministro não é um risco real para nada nem ninguém, por muito que as suas palavras apontem no sentido contrário.
O alerta vai ao cerne da questão.
A crítica substancial à Governação de CC é em relação ao que ele está a fazer em relação à liquidação do nosso SNS, transformando-o numa gigantesca área de negócio.
Daí a sintonia perfeita com o DE, paladino entre nós do neoliberalismo, acompanhada de elogios recíprocos.
É aqui que temos de focalizar as nossas intervenções: defesa do SNS, trave mestra da nossa Democracia.
Agradeço ao Alerta ter-nos feito lembrar.
Este "Post" é excelente pois chama-nos a atenção para a seguinte conclusão:
A Governação é de todo inocente e ainda por cima dá uma ajudinha aos nossos jornalistas, coitados !
É aqui que a porca torce o rabo.
"Descascadas as grossas camadas de folclore", sobra o lado pérfido da encenação urdida todos os dias por CC com o aplauso dos accionistas do Diário Económico: a entrega às empresas privadas, a preços de ocasião, do SNS.
Senhor ministro da Saúde, não gostamos nada do que tem vindo a acontecer ultimamente agravado com despudor como era previsível neste mês de Agosto.
Disfarçada pelos Chavões e outras encenações o fim último da Política de CC é o mesmo do seu antecessor Luís Filipe Pereira.
O senhor Vladimiro Jorge Silva é licenciado em Ciências Farmacêuticas, Mestre em Economia da Saúde e Professor Universitário.
Ó valha-me Nossa Senhora da Saúde
Ó valha-me Nossa Senhora dos Remédios
Caro Xavier:
Obrigado!
PS - Textos como o do LPires52 são um dos riscos dos blogues públicos, nos quais todos podem inserir comentários. No entanto, se é esse o preço a pagar para se poder ler o que escrevem pessoas como o Xavier, o Guidobaldo, o Peliteiro, o Tonitosa, o Ricardo, o Semmesericórdia, o Alerta, o Joaopedro, o Tambemquero, a Clara, a Maria, etc. (que me perdoem se me esqueci de alguém), então temos que admitir que aturar o LPires52 até é barato...
De qualquer modo, este último texto do LPires52 até acaba por ser divertido: para além de um desproporcionado tom rude e até ressabiado, percebe-se que o LPires52 gosta de CC, embora ele próprio não saiba muito bem porquê. Ricardo Araújo Pereira não faria melhor! Deixo-lhe só uma pequena correcção: o que diz sobre mim é verdade, excepto a docência universitária. Um grande Abraço.
Se alguns tivessem sido pára-quedistas na tropa saberiam reconhecer a importância do magala que lhes acomodava o pára-quedas.
Só os ignorantes e inadaptados não reconhecem a importância do trabalho multidisciplinar num ambiente de alta complexidade técnica e científica.
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