CC no Prós e Contras
Ontem, no debate havido na RTP 1 (prós e contra), avançou-se muito no esclarecimento público da questão da re-estruturação das urgências.
Ontem, levantaram-se questões prementes e oportunas sobre os cuidados primários de saúde, a estruturação da urgência pré-hospitalar e a futura rede de referenciação.
Ontem, transmitiu-se ao País, uma imagem de responsabilidade política, a par da competência técnica de todos intervenientes do debate (a começar pelos membros da Comissão Técnica);
Ontem, os autarcas tiveram a oportunidade de apresentar questões, problemas, anseios e receios, mostrando um elevado grau de civismo;
Ontem, o Ministro da Saúde foi didáctico e teve uma boa prestação política. Deu a cara ao manifesto e mostrou que foi capaz de aprender com a "crise" que, em última análise, criou.
Finalmente, ontem, o programa foi para o ar tarde e a más horas...
Ontem, levantaram-se questões prementes e oportunas sobre os cuidados primários de saúde, a estruturação da urgência pré-hospitalar e a futura rede de referenciação.
Ontem, transmitiu-se ao País, uma imagem de responsabilidade política, a par da competência técnica de todos intervenientes do debate (a começar pelos membros da Comissão Técnica);
Ontem, os autarcas tiveram a oportunidade de apresentar questões, problemas, anseios e receios, mostrando um elevado grau de civismo;
Ontem, o Ministro da Saúde foi didáctico e teve uma boa prestação política. Deu a cara ao manifesto e mostrou que foi capaz de aprender com a "crise" que, em última análise, criou.
Finalmente, ontem, o programa foi para o ar tarde e a más horas...
É-Pá
12 Comments:
Ontem...
como se a" (...)responsabilidade política, a par da competência técnica de todos (...)" tivesse nascido ontem e não de muito trabalho, dedicação e competência!
Como se não resultasse de tal factor sustentado o inevitável "consenso" transmitido "ontem" pese embora estivessem 2 "bancadas" identificadas e tantas outras pulverizadas...
Mas como só se vê o que se quer ou o que o nosso umbigo alcança...
... como uma espécie de furiosa histeria crítica se apodera de mentes "pequeninas" ... fala-se de "ontem"...
Valeu a pena ter perdido (ganho) três horas a ver o «prós e contras». Tratou-se de verdadeiro serviço público pelo esclarecimento, pela informação transmitida e pelo debate de ideias que proporcionou.
Os dois elementos da Comissão (Drs. José M. Almeida e Luís Campos) brilharam pelo conhecimento técnico e serenidade (sábia) dos esclarecimentos que prestaram. Todos ficamos a saber que o relatório foi elaborado gratuitamente como o serão as duas partes subsequentes que o irão complementar: Definição da Rede de Referenciação (hierarquia, fluxos); Organização interna dos SU e do fluxo interno de doentes.
Concordo com o É-pá: «avançou-se muito no esclarecimento público da reestrutruração das urgências e levantaram-se questões prementes». Todas tiveram resposta, baseada em elementos técnicos e em informação quantitativa, não apenas em conversa.
Saíram menos bem os 2 médicos «opositores», como foram chamados, que se apresentaram com um discurso:
a) Muito corporativo, reindivicando mais pontos de urgência e mais lugares para médicos;
b) Algo demagógico/irresponsável: manter todos os SAP actuais, «urgências em ruptura», «nós internistas é que somos responsáveis pelo 12º lugar atribuído pela OMS ao SNS», insistência na regulamentação da "consulta alargada" mas nada dizer quanto aos SAP actuais, etc.
JMS após reconhecer que o artigo que escreveu no Público sobre a «urgência caótica dos HUC» se referia a um dia apenas (!!) disparou numa fúria leonina, não do clube que esse anda de juba caída, mas de membro da OM e campeão da reinvindicação (tudo para todos). Porém foi obtendo respostas técnicas e foi esmorecendo até que um médico de Valença, opositor da reestruturação, o pôs KO. Esse clínico defendeu a seguinte tese: o problema não é ter 1 ou 2 médicos à noite nos SAP da província/«mundo rural» mas muitos médicos em Lisboa, Porto e Coimbra. Deu como exemplo «a cidade de JMS onde há 100 médicos á noite para 35 doentes!».
JMS não mais abriu a boca (note-se que a sua intervenção inicial foi a reinvidicar a abertura de mais SAP para evitar a ruptura da urgência em Coimbra!).
O MS esclareceu depois que na maioria das zonas rurais não havia falta de médicos de família (há 1 médico para 1300 ou 1400 pessoas) mas sim nalgumas cidades (deu o exemplo de Setúbal) e reconheceu que seria difícil fechar um dos 2 hospitais de Coimbra (nada disse quanto à possibilidade de articulação dos hospitais para disponibilizarem uma urgência apenas).
Comprovou-se a boa vontade dos autarcas mas também a sua ignorância do que estava em causa e dos efeitos da solução proposta. A culpa não é deles com certeza, mas o que é essencial é que todos ficaram (ficámos) esclarecidos.
O único ponto negativo foi a hora em que o programa foi para o ar («...tarde e a más horas», como refere o E-PÁ).
Está tudo muito certo, mas o prograna foi todo preparadinho para ajudar CC. Não fosse a RTP uma extensão do gabinete de comunicação de Sócrates. Nã acham, camaradas?
A questão que fica no ar é: qual é a próxima trapalhada em que CC se vai meter?
Era uma vez em Aveiro:
... três gerações seguidas de "Gestores".
Um falava muito alto, era da velha guarda e ia "mantendo o barco"; o seguinte tinha sangue na guelra, era novo, empreendedor, amado e odiado; o último era suposto aguentar as consequências de um barco à tona seguidas de um tornado.
Os tornados duram pouco e são devastadores.
Mas os terramotos podem, antes de arrasar, serem repetidos, em escalas variáveis.
Moral da história:
O 1.º saiu, como esperado; o 2.º saiu por precipitação de CC (como à época saíram todos os gestores competentes por meio de telefonema ou fax); o 3.º ainda não saiu. Não saber como sairá se por carta dourada ou SMS. Porém, o barulho é tanto que já não está lá há muito tempo....
Não blasfememos contra as instituições, mas contra os homens. Durante as últimas três décadas fomos nós que deixámos de olhar para estes pequenos hospitais, continuando a pensar neles como hospitais-miniatura. Sem espírito crítico, com escasso estímulo, sem “benchmarking” estes pequenos hospitais cresceram um pouco ao sabor do impulso dos recursos reunidos, das personalidades liderantes, das dependências e articulações com os vizinhos mais poderosos. Todos têm uma porta aberta, a que chamam urgência, sem o ser, que atende diariamente por vezes mais de uma centena de doentes, internando poucos, referindo ainda menos para o escalão superior e, sobretudo, conferindo alta imediata às patologias ligeiras que os procuravam. Quase todos têm ou tiveram cirurgia programada, em pequena dimensão, mas nenhum dispõe de verdadeira cirurgia ambulatória. Quase todos acolhem muitos doentes crónicos, idosos e dependentes, mas só agora estão a criar condições para unidades de convalescença e média duração. Quase todos acolhem as patologias de acidentes vasculares cerebrais, mas nenhum dispõe de uma unidade dedicada a AVC e poucos articulam de imediato o termo do episódio agudo com o início da reabilitação física e funcional do doente. Um enorme esforço de redefinição de missão está à frente de cada um de nós, nestes hospitais.
Ministro da Saúde, correia de Campos, assinatura protocolos municípios.
Agradeço ao É-Pá e ao Cosme Éthico a excelente cobertura que fizeram do prós e contras que eu, infelizmente, não consegui ver.
P.S:
na história de Aveiro, faltou fazer o paralelismo entre aquele que CC, por precipitação e, pasme-se, dever político (para quem almeja um verdadeiro político MInistro isto é ouro sobre azul), "despediu" sem ter em conta o mérito ( o que se generalizou aos muito poucos que o detinham), com............. CC, o próprio!
Hoje é CC, na postura de estudioso, dinâmico, bem e mal-amado, a ocupar tal posição.
DE elementar justiça é dizer, reconhecer, ..... o mérito!
Do Dr. J. M. Almeida sabemos que é director da urgência de um dos hospitais de Coimbra.
Será o Dr. Luís Campos o mesmo que é director de serviço de medicina no CHLO e é médico/director numa clínica privada ali prás bandas da Junqueira?
Competência técnica, ok. E responsabilidade?
Quanto aos protocolos com as C. Municipais, ou muito me engano ou
os autarcas estão a ser enrolados. Veja-se, por exemplo, o que nos informa o Público de hoje sobre esses protocolos, situação actual e situação futura!
Ou então nada daquilo é para levar à prática.
Não vejo nenhum outro, qual "Aveiro", cujo custo-benefício fosse melhor.
É sempre muito difícil a mudança necessária quando incompreendida e, nas bases se mantêm muitos incompetentes, alguns de "nossa" responsabilidade.
Aceitam-se, no entanto, sugestões, no pressuposto indicado.
O mérito de conseguir negociar com os autarcas, dar a cara, é, sem sombra de dúvida, do ministro da saúde.
Os termos dos acordos celebrados entre o MS os seis municípios, podem ser consultados no portal da saúde
link
O comentário do Tonitosa é do mais barbaro que lhe temos visto. À falta de argumentos, o Tonitosa lança atoardas do mais baixo nível dignas do mais exemplar dos básicos.
É triste ver um comentador com algumas boas intervenções aqui na SaudeSA, descer tão baixo.
À falta de argumentos, bem podíeis estar calados. Com a instrumentalização da RTP, com o desempenho do ministro e da Comissão... até com JMS, coitado, que azar!
A bem da verdade, este é o melhor e único caminho estudado, sustentado, que pode ser dito, traduzido... até para autarcas.
Depois da matéria controversa e controvertida, como diria Orlando de Carvalho e de acordo com o complexo axiológico-normativo, como diria, no caso, Castanheira Neves, digo apenas: quando não há melhores soluções, deixai-as frutificar; se as tiverdes, apresentai-as.
Desejo intimamente que esta hiper-crítica dê lugar à construção.
Nós, comentadores, não duraremos sempre.
Em breve, os nosso filhos, ou netos, perguntar-nos-ão, porque está tudo numa teia, porque não existe uma direcção.
POrque quando há direcção clara e alternativas claras igualmente existem, estamos bem. O ideal da sociedade!
Mas não gente.
Não temos nada.
Digo eu, a quem podem ser apontadas teóri8camente todas as farpas, que não substantivamente.
Porque finalmente digo:
Há muito boa gente, a trabalhar horas, horas e mais horas e ai8nda mais horas, gratuitamente, a favor deste país e, concretamente da saúde.
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