quinta-feira, fevereiro 22

Guerra das Urgências (2)

foto JP 22.02.07

As trocas de acusações tomaram o lugar aos argumentos
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"É o único responsável (presidente da Câmara de Valença) por esta situação e tem que acarretar com as consequências". (CC, em entrevista à RTP).

"Tornou a sua própria vida (presidente da Câmara de Chaves) mais difícil" ao "contribuir para a movimentação" contra o fecho das urgências" o Governo olhará de forma diferente" para este caso. (CC, conferência imprensa, 21.02.07).

Hoje (22.02.07) o ministro da presidência, Pedro Silva Pereira, veio pôr água na fervura:
«Como o ministro da Saúde tem explicado, ainda não há qualquer decisão política final sobre a questão da rede de urgências. Todos os agentes envolvidos neste processo sabem disso. Há apenas uma relatório técnico que foi apresentado por especialistas ao ministro da Saúde e que está a ser ponderado, que terá a seu tempo uma decisão final.»

Chegado a este ponto, (este) projecto de requalificação das Urgências só terá viabilidade se o método de implementação for profundamente alterado.

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7 Comments:

Blogger Clara said...

Este projecto abortou.
Por inabilidade de CC na condução do processo político.

11:19 da tarde  
Blogger e-pá! said...

O problema será muito mais vasto.

Assim,
1. conclui-se que não há projectos técnicos viáveis sem a prévia chancela política;
2. este exemplo servirá também para as conclusões da Comissão para sustentabilidade do finaciamento do SNS. (Sobre este assunto já saíram demasiados soundbites, p. exº., no DE);
3. o facto de o ministro Pedro Silva Pereira afirmar que "não há qualquer decisão política final" retira toda a margem de manobra ao MS (enquanto titular de um cargo político);
4. CC, que elogiou o relatório e disponibilizou-se a defendê-lo perante os autarcas saí, com esta afirmação do min. PSP, fragilizado do conselho de ministros e politicamente perdeu toda a capacidade negocial;
5. O projecto de restruturação sofre as primeiras "podas" que colidem com a estrutura e fundamentação do relatório sobre a restruturação das urgências:
a) alteração técnica
"Das actuais 450 mil pessoas que estão a mais de uma hora de serviços de urgência, o Governo pretende reduzir esse número para 50 mil";
b) mudança estratégica
o objectivo das políticas do executivo "é aproximar e não afastar as pessoas dos serviços".
6. Amen...

O min. Silva Pereira não saíu - como se pretende fazer crer - em defesa de CC.
Veio a terreiro para as exéquias.

12:02 da manhã  
Blogger saudepe said...

Cada um vê o que quer ver na intervêncão do ministro Silva Pereira.

SP defendeu, à sua maneira, o estudo da Comissão e tentou pôr calma quanto à forma e timing da sua implementação.

O Governo, como é seu timbre, não vai recuar.
Paninhos quentes e muita água benta, pretexto para várias visitas do ministro da saúde e do primeiro ministro pelas terras do interior.

Esta guerra tem dado oportunidade aos autarcas mais obscuros de se tornarem figuras nacionais e, quiçá, brevemente, do jet set internacional.

9:24 da manhã  
Blogger ochoa said...

Já houve algum avanço em relação ao anúncio inicial, conforme comunicado da sub-secretária de estado:

A instalação da Rede de Urgências não poderá nunca ocorrer sem que:

A) o centro de atendimento telefónico do Serviço Nacional de Saúde, que funcionará 24/24 horas e para todo o território nacional, esteja em pleno funcionamento;

B) o transporte de doentes pré-hospitalar (ambulâncias, VMER [veículos medicalizados de emergência e reanimação], helicópteros) seja reforçado de acordo com as necessidades locais;

C) a Referenciação entre os diversos pontos da Rede esteja fixada e devidamente testada.

Só falta estabelecer como condição de encerramento a prévia criação dos SUB (as novas urgências são todas SUB) e a dotação de meios para as restantes unidades.
Com mais algumas manifs a coisa vai ao sítio.

1:15 da tarde  
Blogger tonitosa said...

A propósito de coisa bem menos importante, o ex-PR Dr Mário Soares veio em apoio de manifestantes proferindo a célebre frase do direito à indignação.
E no bloqueio da ponte 25 de Abril participaram deputados do PS numa alturra em que o actual PM já era dirigente e membro destacado no partido.
Hoje, os Presidentes de Câmara depois de graves ataques de que foram alvo, não há muito tempo (a propósito da lei das finanças locais), por participarem na defesa dos interesses legítimos das populações locais são acusados de ignorantes, irresponsáveis, "obscuros" e, pasme-se, ameaçados de represálias.
E até o presidente da comissão técnica (em minúsculas como merece) veio em defesa dos encerramentos das urgências criticando os autarcas!
Na verdade mudam-se os tempos mudam-se as vontades mas em tudo isto há uma enorme falta de carácter.
Se teóricos estamos bem servidos. Faltam os praticos.
Talvez fosse uma boa oportunidade para um estudo sobres acumulação de funçõs com o sector privado e suas consequências nos custos do SNS. E com o mesmo presidente.
PS: vale a pena ler o artigo de Boaventura Sousa Santos no JN-Norte do passado dia 20.

8:24 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Quando Silva Pereira afirma que “não há qualquer decisão política final” está, de facto, a pôr o dedo na ferida. É que a decisão nunca será integralmente a que o relatório aponta. Apenas servirá para colorir uma opção, como CC tanto gosta. E porque a decisão é política, não é de estranhar as movimentações a que assistimos, todas elas de pressão política. Com aproveitamentos locais, como sempre acontece.

10:20 da tarde  
Blogger Diabo de Saias said...

Esta malta pensa que aprende tudo e de tudo na Escola do CC durante um ano !

Tivessem olhado para o que vos disse atempadamente o cardeal patriarca.

Mas vocês nem a Igreja ouvem. Parece que têm o mafarrico no corpo tanta é a agitação.

Mas gostaram do CARNAVAL. Quando quizerem mais é bis que se pede. Lá se atrasou o CC 2 anos só por sei ignorante ...político. Porque ele sabe muito, não sei é de quê. Anda sempre a pedir relatórios a peritos e até para os implementar é só asneira. Ai se o Tatonas fosse vivo....

12:15 da manhã  

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