terça-feira, março 13

LEF


O Primeiro-Ministro, José Sócrates, preside, acompanhado pelo Ministro da Saúde, António Correia de Campos e o Presidente da ANF, João Cordeiro, esta quarta feira (14.03.07), à inauguração do Laboratório de Estudos Farmacêuticos (LEF), localizado na urbanização Fábrica da Pólvora, em Barcarena, concelho de Oeiras, um investimento de oito milhões de euros.
O LEF é um laboratório que se dedica ao estudo de matérias-primas, de origem natural e sintética, estudo de produto acabado de produção industrial e manipulados, bem como testes in vivo de comportamento de fármacos e formulações farmacêuticas. E ainda a outras áreas de actividade como os dispositivos médicos, manipulados, dermofarmácia-cosmética, suplementos alimentares e produtos homeopáticos.
O LEF tem como clientes habituais a Indústria Farmacêutica – no apoio à produção-, farmácias, universidades e hospitais.
O LEF é um prestador de serviços integrados que vão desde a análise do mercado (identificação de oportunidades), fabrico de medicamentos, elaboração de dossier de autorização de introdução no mercado (AIM).
Segundo a sua directora, Ascensão Farinha, o LEF vai voltar em força à preparação de manipulados, face à enorme procura destes medicamentos para pediatria, oncologia, dermatologia e geriatria, sendo de esperar um grande investimento na investigação de novas fórmulas galénicas específicas para estas áreas.
Segundo AF, o LEF está voltado também para as novas tecnologias. A descobertas associadas ao genoma humano vão permitir determinar de que forma cada pessoa reage às substâncias activas e com esse conhecimento será possível fazer medicamentos mais efectivos. Os fármacos industriais (iguais para todos) não conseguem tratar um número significativo de doentes. O LEF está a elaborar um formulário galénico de prescrição destinado aos médicos, cuja proposta deverá estar pronta até ao final do ano.
Expresso, caderno de economia, 10.03.07 .
Omnipresente. Além das farmácias hospitalares, vamos ter o JC a fabricar medicamentos . Por sua vez, Jose Sócrates e CC, depois da inauguração de lojas de MNSRM, presidem, desta vez, à inauguração de um grande empreendimento. A augurar, certamente, melhor sorte.

20 Comments:

Blogger e-pá! said...

Produção, distribuição, venda e intermediação financeira ficam, directa ou indirectamente, concentrados no mesmo lobby!

Bem, assim:
- não haverá conflitos de interesses;
- nem questões éticas.

É o fartar vilanagem...

11:59 da tarde  
Blogger Peliteiro said...

Vá lá, não exagerem.
A produção de manipulados não é o core do LEF.
E mesmo que fosse. O que se ganha com os manipulados não dá para mandar cantar um cego. É bom de ver que é um serviço público, a bem dos doentes.

12:32 da manhã  
Blogger Vladimiro Jorge Silva said...

Haverá seguramente muito mais e melhores motivos para criticar a ANF. Os serviços que o LEF vai prestar serão acumulados com os mesmos que o CETMED já disponibilizava há anos, provavelmente com maior ênfase na produção de manipulados em condições tecnicamente muito mais adequadas que as existentes nas pequenas farmácias individuais. Uma vez que o preço dos manipulados é regulado pelo Estado em diploma próprio, a haver algum prejuízo será apenas para as farmácias e nunca para os utentes.
Ou seja, esta é uma boa notícia. Se o LEF não pertencesse à "terrível" ANF este post certamente não teria o mesmo tom.

11:22 da manhã  
Blogger e-pá! said...

Tentar reduzir o LEF aos manipulados é tentar restringir e iludir a estratégia tentacular da ANF na área da Saúde.

Basta ler o post:
"O LEF é um laboratório que se dedica ao estudo de matérias-primas, de origem natural e sintética, estudo de produto acabado de produção industrial e manipulados, bem como testes in vivo de comportamento de fármacos e formulações farmacêuticas. E ainda a outras áreas de actividade como os dispositivos médicos, manipulados, dermofarmácia-cosmética, suplementos alimentares e produtos homeopáticos."

Então, porque tentamos circunscrever o LEF aos manipulados?

Na verdade, a hipotética e fátua "luta" entre o MS e a hegenomónica ANF só tem contribuido para a "engorda" desta última. Este é mais um passo no sentido de um indisfarçável e gigantesco concentracionismo.

Como diria La Fontaine:
"Quem julga caçar é caçado".

Em cada novo passo que a ANF dá, vai paulatinamente expurgando o MS da sua capacidade negocial.

12:04 da tarde  
Blogger Farmaceutico de Oficina said...

Caro E-pá, Mais uma vez a teoria da conspiração...do Lobby do poder económico que tudo corrompe etc...
O que é preocupante é que uma mentira e um estereotipo de tantas vezes que é publicada atinge aos olhos de uma grande percentagem de leitores pouco a pouco o estatuto de verdade Absoluta.

Factos:

Os farmacêuticos suportam inteiramente os custos do LEF com parte dos famosos 1,5%, que afinal não são só para ajudar a pagar a massaroca... a tempo e horas...!

Os farmacêuticos são responsáveis pelos produtos que dispensam, logo o LEF ajuda a ter dados objectivos de qualidade, consistência etc... de forma em que as decisões que tomam ou a informação que fornecem não sejam baseadas quer in “bitaides” quer em palpites ou “fezadas” ou estudos de caracter duvidoso. Como muitas vezes acontece infelizmente com os nossos decisões políticos, ou nas mentes pretensamente esclarecidas de alguns comentadores deste blogue.

Em relação aos manipulados só espero que alguém da sua família nunca precise de algo que o “mercado” não esteja interessado ou condições de fornecer, nesse caso já sabe que pode contar connosco...

Devo dizer que este vosso comentador já por diversas vezes se encontrou, e actualmente se encontra envolvido a trabalhar no desenvolvimento de soluções de formulações para hospitais públicos, visando a redução da morbilidade e mortalidade de doentes internados sem receber um avo do erário publico sendo financiado pela farmácia de oficina em que trabalha. Mais informa que neste contextos os estudos realizados pelo LEF foram gratuitos visando a optimização das soluções propostas.

Há contudo meu caro e-pá uma produção intangível que o LEF produz e que não tem preço. – INFORMAÇÂO!!!-, os farmacêuticos podem ser comidos por poderes que os ultrapassam, interesses que se afirmam junto do poder, montantes financeiros intangíveis para as pequenas empresas independentes que representam, todavia nunca serão COMIDOS POR SEREM TIDOS COMO PARVOS!!!

Um abraço

Eduardo Faustino

1:25 da tarde  
Blogger Farmaceutico de Oficina said...

Só agora tenho oportunidade de fazer um apelo ao colega e amigo Guidobaldo...

Não abandone os comentários neste nosso espaço de reflexão e análise.

Concordo inteiramente com o seu estado de espírito...

Por vezes também me sinto assim e talvez por isso às vezes já não tenho pachorra, sequer para argumentar contra afirmações e posições...que do meu ponto de vista não valem o tempo que se passa a digitar os pensamentos para esta nossa audiência...


Por outro lado confesso por preguiça minha... pois o facto do Guidobaldo não querer ou não ter pachorra para fazer mais comentários, me obrigará certamente a intervir mais neste blogue... ;-)

Temos que continuar a repor certos factos que certa opinião publicada a incompetência, inveja ou malidiciencia tentam afirmar como verdades ou certezas absolutas...

Um abraço

Eduardo Faustino

1:47 da tarde  
Blogger Peliteiro said...

Desculpe, Caro e-pá, mas entendi que quem sobrevalorizava a produção neste post era o e-pá: «Produção, distribuição, venda e intermediação financeira...».

Entendi mal, com certeza, concordamos então que não devemos "circunscrever o LEF aos manipulados" e que a produção não contribui para interesses "concentrados no mesmo lobby", que "não haverá conflitos de interesses, nem questões éticas, nem fartar vilanagem".

1:52 da tarde  
Blogger JFP said...

No meio de tão ilustres comentadores apenas posso dizer que aguardo ansiosamente pela resposta do é-pá.

Agora falta dizer o seguinte: Xavier com comentários deste género ("Omnipresente. Além das farmácias hospitalares, vamos ter o JC a fabricar medicamentos.") incendeia a "plateia" e demonstra um grande viés na apreciação do sector das farmácias em Portugal. É pena porque tem potencialidade para muito mais.

2:35 da tarde  
Blogger Farmasa said...

No meio de tanta confusão, será que os não farmacêuticos sabiam que já há imensos anos existe o LEF? E sabiam que vai fazer precisamente o mesmo, mas agora com mais meios e mais capacidade?
E sabiam que, se não for o LEF, não há quem faça os estudos que o LEF faz em Portugal?

Fabrico? A ANF até pode vir a fabricar, mas não será certamente pelo LEF.

Meu Deus, o que o discurso anti-farmácias provoca! Esta notícia dada antes de CC, daria origem a aplausos. Depois de CC, é igual a manifestação de fortuna! E ainda por cima obtida de forma ilícita!

2:58 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Caro Eduardo Faustino:

O meu objectivo não foi atacar a ANF. Tentei trazer à luz do dia a estratégia envolvente (estranguladora) da ANF na área da Saúde.
Quando afirma que há "uma produção intangível que o LEF produz e que não tem preço. – INFORMAÇÂO!!!-", de certo modo explicita um dos fundamentais suportes dessa estratégia.

Por outro lado, visei analisar a política do Ministério da Saúde em relação ao sector farmacêutico que, aparentando um combate à concentração dos interesses constituídos e até há pouco tempo legalmente protegidos, acaba sempre em capitulação (ver consequências do acordo do Governo com a ANF)
É neste contexto que evoquei La Fontaine:
"Quem julga caçar é caçado".
Isto, como é óbvio, dirige-se ao desempenho do MS.

3:13 da tarde  
Blogger saudepe said...

Quem tem acompanhado as tomadas de posição do Xavier relativamente à ANF só poderá concluir pela correcção e acerto das intervenções.
Pois agora o senhor JFP acusa o Xavier de incendiar o debate...
Mas donde saiu este polícia de costumes?
Ao que sei é companheiro de jornada do Guidobaldo.
Mas não parece...

6:53 da tarde  
Blogger NM said...

Tudo o que a ANF faz parece incomodar muita gente!!

A inveja é tramada, deviamos estar todos a aplaudir mais um investimento nacional de alta tecnologia e que pode trazer grandes beneficios à população Portuguesa.

Meus amigos, para mal dos pecados de muita gente, a ANF e os Farmacêuticos estão para durar.

O lobby da ANF é o Lobby dos Portugueses!!

7:12 da tarde  
Blogger JFP said...

São comentários como o de joaopedro (que não é favorável às ideias que defendo) que levam a uma discussão séria e construtiva.

Quanto ao xavier é óbvio que incendeia a discussão ao dizer que JC e a ANF irão pelo LEF produzir medicamentos quando isso está longíssimo da verdade. O pior é que xavier sabe disso porque não é naif. Eu, pessoalmente, aceito críticas e também critico a ANF. Tento é fazê-lo de forma correcta, equilibirada e responsável.

9:02 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Não vou entrar nesta guerra contra os colegas Farmacêuticos. E acho mesmo incorrectas algumas das intervenções contra os mesmos. Mais ainda, só o "YES MEN" a CC justifica, em minha opinião, a maioria dos comentários contra a ANF.
Ainda assim acho que devem separar-se as águas: ANF por um lado e Farmacêuticos por outro.
Uma coisa é certa: independentemente do papel do LEF, independentemente de tudo quanto se possa escrever, por aquilo que hoje ouvi a JS e a CC, não hesito em afirmar que o Governo perdeu a face.
É caso para dizer a JC: "que nunca as mãos lhe doam".
Um abraço ao EF, ao MSP, ao JFP, ao Guidobaldo e a todos os seus colegas de profissão que costumam participar no blog.

9:10 da tarde  
Blogger saudepe said...

«A NSQNU tem razão ao referir que o SAUDESA é um panfleto publicitário do BE. E a "Frente de Blogs" não é mais do que tentar aumentar a visibilidade da agenda do SAUDESA, leia-se BE. »
http://trenguices.blogspot.com/2007/03/considera-o-desempenho-de-correia-de.html

Atentemos neste comentário feito no Boticário para concluirmos de que massa é feito este JFP.

É preciso lata para vir práqui mandar bitaites.

O Tonitosa, igual a si mesmo,ou seja, sempre o mesmo manteigueiro.

9:43 da tarde  
Blogger helena said...

Realmente este JFP um falso sem vergonha !

11:19 da tarde  
Blogger naoseiquenome usar said...

A NSQNU agradece que a não utilizem como arma de aremesso nos vossos pequenos ódios de estimação.
A frase aqui reproduzida para além do mais não corresponde ao que tinha afirmado e que se resumia no fundo a saber-se o Saúde SA como de esquerda, concretamente do BE, desde logo porque o símbolo partidário aqui se encontra bem patente. Sendo assim, sempre se haveria de contextualizar.

Sempre afirmei também que não entendo como por vezes se confunde a discussão de politicas com políticas partidárias.

Seja como fôr nas vossas discussões haverão de arranjar melhores argumentos para "formar opinião" do que a utilização de ditos atribuídos a outros e descontextualizados, pelo que faço votos que assim seja.

12:04 da manhã  
Blogger Clara said...

O que é evidente, é que o Xavier pôs cuidado na elaboração deste post, tentando inserir o máximo de informação possível sobre o acontecimento.
O comentário final é o habitual lançamento da rampa para a discussão do tema.
Se atentarmos ao que já foi debatido aqui na SaudeSA sobre a área do medicamento, o Xavier já fez mais pela causa dos farmacêuticos que muitos dos que andam sempre a bater com a mão no peito.

12:27 da manhã  
Blogger Peliteiro said...

É verdade Clara.
O blogue do Xavier muito tem feito pelo esclarecimento da "questão Farmacêutica".
Sempre disse que o principal problema da classe farmacêutica era o isolamento, a falta de abertura a sociedade. Muitos dos preconceitos contra a profissão desaparecem depois de uma boa conversa.
Lembro-me bem, e pode-se verificar nos arquivos, que quando aqui cheguei um Farmacêutico era um ser bizarro, que a ANF e a OF pouco mais eram que associações de malfeitores. Julgo que entretanto a Vossa opinião evoluiu bastante, que criticam mais ou menos, mas agora com muito maior conhecimento de causa e, consequentemente, com muita mais moderação.

Compreendam também que a reacção de "a organização salta-nos em cima mal alguém esboçe a mais leve crítica à ANF", a "hipersensibilidade", na discussão destes temas - eu próprio reconheço que às vezes sou muito emotivo nas réplicas - se deve em muito à perseguição de que fomos alvo desde que o PS ganhou as eleições, desde o célebre discurso de tomada de posse e a interpretação do aniquilamento do "lóbi". Quem não se sente...

Felizmente parece que tudo acabou. Talvez até tenha sido positiva toda esta algazarra, a profissão foi pormenorizadamente analisada, debatida, deu-se a conhecer, saiu nos jornais e na TV, deixou de ser uma espécie de sociedade secreta e estará, penso eu, melhor preparada para enfrentar os desafios futuros. Há males que vêm por bem, espero.

1:02 da manhã  
Blogger Vladimiro Jorge Silva said...

Gostaria apenas de esclarecer que o meu comentário diz respeito à única novidade da notícia: a produção de manipulados pelo LEF.
É que, como muito bem referem vários dos comentadores, o LEF já existe há mais de 15 anos (pelo menos) e é o único laboratório em Portugal que faz os estudos referidos no post.
Tal como também aqui foi referido, o LEF é financiado pela ANF, através dos tais 1,5%.
Ou seja, o LEF é também um instrumento político da ANF, que dessa forma exerce aquilo que poderá ser chamado de responsabilidade social. Deste tipo de políticas fazem parte ainda outros projectos da ANF, como por exemplo os programas de troca de seringas, da metadona, o protocolo da diabetes mellitus, etc.
O LEF faz parte do "lado bom" da ANF e representa um investimento bastante significativo, que eventualmente poderá vir a ser rentável, mas que historicamente não o foi.
Ao contrário do que o E-pá! e o Xavier sugerem, o LEF não faz parte de qualquer estratégia que vise a presença da ANF na produção de medicamentos.
Não sei se a ANF planeia entrar no fabrico. No entanto, se o fizer, seguramente que não será através do LEF. Aliás, basta olhar com alguma atenção para o mapa de empresas do "universo ANF" para perceber quais é que terão vocação para desempenhar esse papel. E aí facilmente se perceberá que a teoria-LEF não faz qualquer sentido.

PS1 - Embora já o tenha referido por diversas vezes, não é demais recordar: não sou proprietário de farmácia e não tenho qualquer ligação à ANF.
PS2 - Não me parece que haja qualquer incompatibilidade se a ANF entrar no fabrico de medicamentos. Como todos sabemos, o gatekeeper é o médico...

9:09 da manhã  

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