Sector Público da Saúde
Hoje no programa “Mais Saúde”, na RTPN, vimos o ministro da Saúde afirmar que não vai ceder a pressões dos privados e que o sector privado vai continuar a ser complementar do Serviço Nacional de Saúde.
Que garantias nos pode dar CC, que, num futuro muito próximo, não vamos assistir ao esvaziamento progressivo do sector público da saúde em favor do sector privado ? Da criação de um SNS que se limite a garantir o pagamento das prestações no momento em que o utente delas tem necessidade, quer o prestador seja privado, público ou social ?
A proposta final da Comissão de peritos encarregada de estudar alternativas ao actual modelo de financiamento do SNS prevê a criação de seguros complementares de saúde e de um Fundo destinado à Saúde, caso as outras propostas de sustentabilidade falhem.
O fim do SNS tendencialmente gratuito após a entrada em vigor, a partir de 01 de Abril, das taxas "moderadoras" do internamento e cirurgias ambulatórias, terá por objectivo fundamental preparar o nosso sistema para a exploração privada das prestações de saúde (tudo deve ter um preço).
(…) No país das Scut, esta medida (novas taxas) parece ter como principal corolário a confirmação do estatuto do utilizador pagador na saúde e a consciencialização de que os actos médicos no sector público devem ter um preço, por mais baixo que este seja. De um SNS tendencialmente gratuito passamos para um sistema tendencialmente pago, como dizia ontem o secretário geral da Deco.
E isso é mais do que simbólico; é a assunção de que o SNS será sempre mais caro para quem a ele recorre.
Amílcar Correia, JP 31.03.07
A proposta final da Comissão de peritos encarregada de estudar alternativas ao actual modelo de financiamento do SNS prevê a criação de seguros complementares de saúde e de um Fundo destinado à Saúde, caso as outras propostas de sustentabilidade falhem.
O fim do SNS tendencialmente gratuito após a entrada em vigor, a partir de 01 de Abril, das taxas "moderadoras" do internamento e cirurgias ambulatórias, terá por objectivo fundamental preparar o nosso sistema para a exploração privada das prestações de saúde (tudo deve ter um preço).
(…) No país das Scut, esta medida (novas taxas) parece ter como principal corolário a confirmação do estatuto do utilizador pagador na saúde e a consciencialização de que os actos médicos no sector público devem ter um preço, por mais baixo que este seja. De um SNS tendencialmente gratuito passamos para um sistema tendencialmente pago, como dizia ontem o secretário geral da Deco.
E isso é mais do que simbólico; é a assunção de que o SNS será sempre mais caro para quem a ele recorre.
Amílcar Correia, JP 31.03.07
As empresas privadas do sector da Saúde não se contentam com a distribuição das parcerias (PPP). Reclamam mais. Como o alargamento do sistema de convenções de forma a garantir a procura capaz de ressarcir os investimentos recentemente efectuados.
CC dificimente conseguirá conter o movimento que ele próprio dinamizou.
Naturalmente, os utentes sentir-se-ão impelidos a "fugir" de um sistema que lhes fica mais caro. Estarão criadas, então, as condições para um sistema de "opting out" vingar.
10 Comments:
Tratou-se de uma boa prestação do ministro da saúde.
CC pareceu-me determinado em não ceder de imediato às pressões dos privados em relação à angariação de clientes do SNS.
Tudo dependerá do êxito das políticas de sustentabilidade nomeadamente da reetruturação da rede de cuidados.
Políticas de sustentabilidade? que grande confusão para aqui anda, para a qual o hospitalepe contribui com este comentário que reforça a confusão entre introdução de mais impostos (disfarçados de 'taxas moderadoras') e políticas de sustentabilidade.
A dita comissão para a 'sustentabilidade do financiamento do SNS' paraece ver as coisas por um prisma apenas: mais receitas através de mais impostos! A introdução de um 'fundo' e de 'seguros complementares de saúde'??? Que estranho. Quererão dizer a Médis, a Multicare, etc?.
MAs, afinal quando é que esse relatório se torna público?
Relativamente à provocação do 'opting out' enunciada pelo Xavier, é evidente que não tem qualquer 'sustentabilidade' nem para as fianças públicas nem para a própria sustentabilidade do SNS: quem optaria pelo 'opting out'? A classe média-alta? e quantos são? (por este andar socrático seremos todos classe média baixa antes de 2009). E que novas estruturas administrativas seriam necessárias para gerir as consequentes 'papeladas', registos e inspecções para garantir a coerência do opting out? e quais as condições legais e resposnabilidades éticas em contexto de opting out (poderiamos, como cidadãos, voltar ao SNS?)
Seguros complementares? e quem de entre a dita comissão CSF do SNS quer discutir o facto de as seguradoras, actualmente, não renovarem contratos a quem tenha contraido um doença que implique custos acima dos tectos estabelecidos (mesmo que seja seu segurado há anos)?
Que tipo de gente irresponsável é esta que lança palpites deste tipo, a este nível através de uma comissão de pseudo-peritos?
e CC vai na onda da irresponsabilidade proposta por esta comissão, porquê?
Um programa em que o comentador de serviço é o Dr. Manuel Delegado!
E foi vê-lo, logo de entrada, a referir apenas aspectos positivos e "menos positivos" (com tanta meiguice) da política do governo. E o olhar de ternura com que a sua intervenção foi observada por CC deixava bem entender o respeito mútuo entre ambos.
Este será um bom exemplo de como o governo lida com a comunicação social e de que o jornal Expresso faz destaque na sua 2ª página (vale a pena ler).
Porque não foi neste caso convidado o Dr. João Semedo?
Prognósticos só no fim do jogo.
De qualquer forma vou arriscar:
Benfica 2 Porto 1
Hospitalepe,
Afinal, nem no futebol acertou!
Até se pode dizer Benfica 0 Porto 2
A propósito: um abraço ao Vivóporto.
A propósito de mais esta aparição de CC na Comunicação Social, vejamos algumas das brilhantes (?)"coisas" ditas no Expresso este fim de semamna e que transcrevo:
1. "Quando chegam ao Governo, raros são os políticos que não tentam condicionar os 'média'";
2. "Sócrates é diferente dos outros: é mais profissional";
4. A propósito da notícia da RR sobre a licenciatura de JS, diz o jornal: "Quinta-Feira, dia 22, logo após o noticiário das oito da manhã da Renascença, os assessores do primeiro ministro despertaram para um frenesim de telefonemas";
4. O Director de Informação daquela rádio terá dito ao jornal: "ligaram várias vezes para mim e para a redacção a protestrem";
5. E a propósito das férias na neve do PM, questionadas numa entrevista na SIC, Ricaro Costa terá afirmado: "O primeiro-ministro ficou furibundo e telefonou-me directamente";
E diz o Expresso: "José Sócrates é, porventura, o primeiro- ministro que mais vezes liga directamente para jornalistas. Cavaco Silva nunca o fez. António Guterres e Durão Barroso só muito pontualmente o fizeram. Uma prática pouco habitual e que, muitas vezes, é entendida como forma de pressão sobre os 'media'". "Ao longo da semana que durou a investigação do 'Público', o Expresso apurou que José Sócrates ligou, pelo menos, seis vezes ao jornalista que investigou a história".
Enfim, verdades ou falsidades, são notícia do expresso deste fim de semana, que certamente os mais atentos já terão lido.
Quanto ao "Mais Saúde" e à presença de CC no programa, merece ser destacada a presença de MD como comentador, sabendo-se que para além de presidente da APAH e de comentador residente do programa, o mesmo Preside ao CA do HPV, por nomeação de CC.
E isso poderá ter criado algum constrangimento às suas intervenções.
Embora o Porto tenha sido superior na primeira parte, na segunda foi inteiramente dominado pelo Benfica que teve oportunidades suficientes para arrumar o campeonato.
Tanto um como o outro, têm que aprender com o Chelsea: Os jogos ganham-se com coragem a maior aliada da inteligência.
Quanto ao Tonitosa, ultimamente, além da habitual graxa, só diz disparates. É confrangedor.
Sobre o comentário do tonitosa, os jornalistas agora deram em queixar-se do trabalho da assessoria para a comunicação social do primeiro ministro.
Estes senhores fazem o seu trabalho e fazem-no bem.
A TV e os jornais não aderiram de imediato à história do público, não porque a sua liberdade tivesse sido coarctada ou influênciada pelo gabinete do engenheiro sócrates mas unicamente devido a critérios editoriais.
Os jornalistas têm é que fazer bem o seu trabalho , o que nem sempre acontece.
Por exemplo o título do Expresso deste fim de semana é do tipo sensacionalista, Correio da Manhã, dando a sensação, uma vez mais, de andar a reboque dos acontecimentos.
Contra factos não há argumentos.
O resto é conversa de "compadres".
E para mim vêm de carrinho!
Um programa em cheio.
Excelente prestação de CC.
MD fez muito bem o contraditório conseguindo espicaçar várias vezes o discurso do ministro da saúde.
A Marina Caldas é talvez, presentemente, a melhor jornalista da área da saúde.
CC teve oportunidade de explicar tim por tim as principais medidas da sua política.
Devia ser disponibilizado o texto da entrevista do ministro da Saúde no Portal da Saúde.
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