sábado, maio 19

PPP de Braga ao preço da chuva


Na 2.ª fase do concurso do Hospital Universitário de Braga PPP, a José Mello Saúde baixou o preço da proposta inicial de 1.019 milhões de euros para 794 milhões de euros (-22%), conseguindo desta forma oferecer um valor inferior à proposta de preço mais baixo da ESS (889,5 milhões de euros), reduzida, nesta fase de negociação, para 843 milhões de euros. link
Salvador de Mello
justifica esta inusitada redução de preço através das sinergias e capacidade financeira resultante da recente associação da JMS com a Quirón.
Mesmo levando em linha de conta todas as sinergias deste mundo, resultantes do reforço recente do grupo, concorrer com um preço inferior em cerca de 356 milhões de euros ao comparador público (1.150 milhões euros) é obra!
Para a engenheira Isabel Vaz esta invulgar redução é fruto da concorrência. O Estado deve dar-se por satisfeito por haver grupos concorrentes interessados e persistentes em construir hospitais públicos.
Ainda havemos de ouvir a engenheira dizer que os investidores privados existem para nos salvar e ao SNS.
Eu sei quem vai pagar todas estas ligeirezas.

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7 Comments:

Blogger naoseiquenome usar said...

Claro que sabe e todos sasbemos.
Mas não devemos culpar os privados. O Estado não soube agilizar-se, modizar-seern, tornar-se competitivo. È demasiado pesado e ineficiente, para mal dos nossos pecados.

12:21 da manhã  
Blogger Joaopedro said...

O pobre contribuinte, paga o circo e ainda por cima é enxovalhado.

12:36 da manhã  
Blogger saudepe said...

Como pode o Estado confiar em tais concorrentes!

A proposta inicial da ESS (889,5 milhões de euros)ficou 170,5 milhões de euros abaixo do preço comparador público(1.150 milhões).
Na altura a JMS considerou a proposta da ESS de irrealista.

A mesma JMS na 2.ª fase do concurso reduz o valor da proposta inicial (1.019 milhões de euros) para o valor impensável de 794 milhões de euros menos 225 milhões de euros em relação à proposta inicial (45 milhões de contos) e menos 356 milhões de euros em relação ao preço comparador público.
Será isto concorrência ou especulação.
O Estado não poderá confiar nesta concorrência sob pena de lhe vir acontecer o mesmo que sucedeu com as parcerias do reino unido.

2:09 da tarde  
Blogger cotovia said...

O negócio é mesmo este: contar que o Estado é incapaz de fiscalizar o quer que seja.
O importante é ganhar. Depois logo se vê.
Há revisão de preços, tribunais arbitrais, ciclos políticos, etc, etc.
Devem ser estas as sinergias em que o senhor Salvador estava a pensar.

3:28 da tarde  
Blogger e-pá! said...

É o tal sistema:
"misto, equilibrado e concorrencial"...

P: - Predador, também?
R: - Oh não! deve interpretar isso como fruto da concorrência e agradecer por isso!
P: - E os concorrentes não querem negócio?
R: - Querem. Chamam-lhe sinergias!
P: - E não haverá, a meio do campeonato, ajustamentos de preços?
R: - Talvez! Mas isso será "trading free practice account"
P: Como disse?
R: Desculpe o anglicismo. A ideia certa deverá ser - "uma notável capacidade agilização do sector privado!"

4:11 da tarde  
Blogger ochoa said...

A proposta da JMS é uma autêntica bomba lançada sobre o concurso do Hospital de Braga.
O valor da redução da proposta de molde a situar-se muito abaixo do comparador público só serve para fazer desacreditar o concurso.

Vamos seguir com muita atenção o que vai fazer o Estado daqui em diante.

8:26 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Se há uma proposta muito baixa, desde que o Estado acautele os seus interesses num contrato bem elaborado, não vejo qual o problema. Aliás, tendo sido anteriormente determinado que seria uma entidade privada a "tratar do assunto", melhor seja que custe pouco ao SNS.

10:44 da tarde  

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