sábado, maio 26

Rede de Cuidados Continuados Integrados

Após dois anos da publicação da resolução de conselho de ministros que criou a equipa técnica da RCCI, o país conta com obra feita:
• 909 camas de internamento;
• Mais de 1.400 utentes tratados em seis meses;
• 1.100 profissionais (médicos, fisiatras, enfermeiros, terapeutas da fala, fisioterapeutas, assistentes sociais, auxiliares acção médica e directa) envolvidos na prestação de cuidados;
• 16 unidades de convalescença, com uma capacidade total de 323 camas (36% do total);
• 17 unidades de média duração e reabilitação, com uma capacidade de 234 camas (26% do total);
• 21 unidades de longa duração e manutenção, com uma capacidade de 329 camas (36% do total);
• Três unidades de cuidados paliativos, com uma capacidade de 23 camas (3% do total);
• 66 Equipas de Gestão de Altas; 115 equipas de coordenação local ;
• Manual de Gestão de Altas.
Parabéns à equipa vencedora que tem sabido levar por diante a RCCI.
Intervenção de CC no 1.º aniversário da RCCI link

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2 Comments:

Blogger e-pá! said...

Até que enfim!
Alguma coisa de bom teria de haver na política social deste Governo.

Uma boa articulação (parceria) entre Min. da Saúde e o Min. do Trabalho e Solidariedade Social permitiu começar a enfrentar, com êxito, a “questão social” das pessoas idosas, numa sociedade, neste momento, em acelerado processo de mudança.
De facto, significativas alterações demográficas verificadas – 16.45% dos portugueses têm mais de 65 anos (Censo de 2001) – condicionam desde há mais de uam dezena de anos, em termos sociais e de actualidade, a sociedade portuguesa.

Nasceu daí a imperiosa necessidade de cuidar – diria, “bem cuidar” - deste grupo etário (> 65 anos) que, socialmente, se apresentava, cada vez mais “desprotegido” e fragilizado, por:
- alterações na estrutura familiar,
- modificações da dinâmica económica;
- um mercado de trabalho cada vez mais exigente (para a população activa).

A "questão social" é complementada, por outras circunstâncias:
- degradação das relações sociais (dificuldades na inserção comunitária);
- alta incidência de doenças crónicas (incapacitantes);
- elevadas necessidades de cuidados por terceiros (dependência);
- baixos rendimentos;
- deficientes condições domiciliárias;
- isolamento & solidão;
- etc.
Necessidades que, em boa hora, foram entendidas pelo Governo que criou a “Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados”.

Este primeiro ano de actividade, embora em fase de experiência piloto, mostrou uma boa capacidade de organização, uma estrutura descentralizada funcional, uma boa coordenação e uma efectiva liderança.
Neste importante sector da política social, o Governo, através do MS, do MT e SS, e a Dr.ª Mª. Inês Guerreiro (Coordenadora da Unidade de Missão), estão de parabéns!
É, acima de tudo, reconfortante, para um trabalhador da saúde, ver políticas sociais serem bem implementadas no terreno.

Penso que, devendo elogiar o que de bom se faz, tal atitude não nos isenta de dar, no melhor espírito construtivo, 3 curtas achegas.

1. Como todos sabemos a rede denomina-se, e bem, “Rede Nacional de Cuidados Continuados de Saúde a Idosos e Dependentes”. Se olharmos para os resultados do 1º ano de implementação das experiências piloto, verificamos que a amostragem dos “dependentes” é proporcionalmente muito discreta em relação ao grupo dos “idosos”;

2. Por outro lado, se considerarmos os cuidados prestados até aos 50 anos (serão os dependentes “não-idosos”) verificamos que a Rede só integrou 8.2% (15-30 A - 2,5% + 30-50 A – 5,7%). Este será um vector a desenvolver – a cuidar - no trabalho futuro da Rede. Desconheço se está feito o “levantamento” da vastidão das “outras dependências” - para além dos idosos – cuja resposta passe pela implementação de cuidados preventivos, curativos, de reabilitação, em instituições e/ou no domicílio;

3. Finalmente, as condições futuras do modelo português ao entrar em “velocidade de cruzeiro”. Actualmente, o modelo português, no que diz respeito a instituições, assenta essencialmente nos cuidados prestados por serviços públicos e pelo sector “não-lucrativo” (IPSS’s). No futuro, o Governo, decorrente do natural desenvolvimento e expansão desta Rede (…a procura deverá disparar), vai ser confrontado, a exemplo de outros Países europeus, com a necessidade (ou não) de ponderar outros envolvimentos e o seu peso relativo na Rede Nacional de Cuidados, nomeadamente, o sector privado (lucrativo). O MS e o MTeSS deverão, desde já, preparar previsões e respostas para novos cenários do desenvolvimento e questões de sustentabilidade da Rede (estão previstos para 2016 cerca de: 40 a 50 mil utilizadores!).

A criança nasceu sã e escorreita. É nosso dever ajudá-la a crescer.

6:47 da tarde  
Blogger tonitosa said...

E, com tanta "festa", no H. do Barreiro permanece (permanecia?) uma doente há mais de seis anos, cujo estado de saúde não justifica a continuação do internamento hospitalar.
Quando se trata de Cuidados Continuados estamos perante uma daquelas situações típicas em que o aumento da oferta induz o aumento da procura. E em breve serão muitos os milhares de "casos" para os quais não haverá resposta.
Mesmo que os números apresentados neste primeiro aniversário sejam fiáveis!

12:15 da manhã  

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