Fumadores dão lucro ...
Estima-se que o tabaco seja responsável por €126 milhões de custos com internamentos hospitalares e por mais de €308 milhões de custos no ambulatório (medicamentos, consultas em centros de saúde e nos hospitais, meios complementares de diagnóstico, etc.).
Se os fumadores portugueses cessassem o consumo, os custos seriam reduzidos em cerca de €64 milhões nos internamentos hospitalares e em cerca de €80 milhões nos cuidados ambulatórios.
Se os fumadores portugueses cessassem o consumo, os custos seriam reduzidos em cerca de €64 milhões nos internamentos hospitalares e em cerca de €80 milhões nos cuidados ambulatórios.
Miguel Gouveia, “Custo e Carga da Doença do Tabagismo em Portugal".
A receita fiscal proveniente da compra de cigarros é 983 milhões superior aos 434 milhões que os hospitais gastam nas doenças originadas pelo consumo de tabaco.
DE 25.06.07A receita fiscal proveniente da compra de cigarros é 983 milhões superior aos 434 milhões que os hospitais gastam nas doenças originadas pelo consumo de tabaco.
É urgente criar "salas de fumo", pois os fumadores dão lucro ao Estado.
6 Comments:
Salas de Chuto para fumadores tabágicos não faltam.
Há muitos restaurantes com excelente serviço gastronómico onde a maioria dos clientes fuma desbragadamente.
Resultado: por vezes é difícil vislumbrar a conta por entre as nuvens de fumarada.
Salas de fumo não faltam.
O Estado deve continuar a cuidar do negócio.
Ainda não vi a única análise séria sobre este tema: Custa mais ao estado um fumador médio, que morre cedo e paga mais impostos, mas com onera o estado com os custos de serviços de saúde associados ao seu vício ou um não fumador médio que morre mais tarde, mas com custos de saúde alegadamente inferiores. Quanto ao custo com as reformas a análise é razoavelmente simples: é conhecida a diferença de esperança média de vida e o valor médio das pensões, pelo que é só multiplicar. Quanto aos custos com cuidados de saúde o problema é mais complicado: é que, ao contrário do que certas notícias parecem dizer, os não-fumadores, não obesos, e não-qualquer-coisa também morrem. Mais tarde, mas morrem. A dúvida é saber quanto custam os seus cuidados de saúde. É que podemos chegar à conclusão que, entre impostos sobre o tabaco, pensões de reforma e custos com cuidados de saúde, sais mais barato ao Estado um fumador que um não-fumador. Não será bonito, ético ou politicamente correcto fazer sequer esta análise, mas acabava-se de vez com o mito do custo do tabaco para o estado...
LL, DE 27.06.07
No "Público" de hoje vem um curto artigo de VPV sobre o tabagismo que - como habitualmente - sendo personalizado e marginal ao politicamente correcto é bastante pertinente.
A sensação, para mim, emergente de toda esta campanha anti-tabágica, que varre o Mundo, é uma delirante aposta na repressão, a par de um inquietante desmazelo na prevenção.
Quanto custa ao Estado - não a prevenção incipiente que se desenha - uma prevenção eficaz?
Terei de pagar algum imposto complementar, excepcional e transitório (até deixar de fumar)para isso?
Declaração de interesses: sou fumador.
Os benefícios do tabaco
Viver sem fumar é como escrever sem pontuação. Pelo menos, para mim. A pequena cerimónia de acender um cigarro marca um "tempo": o princípio do dia, o princípio do trabalho, cada intervalo ou cada distracção, o alívio (ou o prazer) de acabar qualquer coisa, o almoço (quando almoço), o jantar (quando janto), o fim do dia, antes de fechar a luz, como um ponto parágrafo. O cigarro divide, acentua, encoraja, consola. Abre e fecha. É uma estação e uma recapitulação. "Já cheguei aqui. Falta ainda isto, isto e aquilo". Nas poucas vezes que tentei não fumar, tinha um sentimento de desordem, de arbitrariedade, de não saber passar de um frase a outra ou de um capítulo ao capítulo seguinte. Os fumadores, se repararem bem, não fumam ao acaso; fumam com ritmo.
O cigarro também é uma companhia. Sobretudo para quem trabalha sozinho. A maior parte das pessoas vai falando, pouco ou muito, durante o trabalho. Por necessidade ou por gozo próprio. Do "serviço" à intriga, há milhares de oportunidades para o grande e simpático exercício de conhecer o próximo: para gostar dele ou para o detestar, para o observar, o comentar ou o intrigar. De porta fechada, à frente de um computador ou de um livro, não há nada à volta. Aí o cigarro ajuda. É um fiel amigo: a pausa que torna o resto tolerável. E que, além disso, recompensa uma boa ideia ou manifesta o entusiasmo ou a execração pelo que se leu. Com quem se pode conversar senão com o cigarro? De certa maneira, o cigarro substitui a humanidade; e não me obriguem a fazer analogias. Mas, principalmente, fumar serve para pensar. Quando, a ler ou a escrever, paro a meio de uma página, porque me perdi num argumento ou não consigo imaginar como se continua, pego num cigarro e penso. Não me levanto, não me agito, não abro a boca, não me distraio. Fumo e procuro com paciência a asneira. O cigarro concentra e acalma. Restabelece, por assim dizer, a normalidade.
E este efeito "normalizador" é com certeza uma das suas maiores virtudes. Não comecei a fumar para ser adulto ou "viril". Comecei a fumar porque sou horrorosamente tímido e porque o cigarro é com certeza a maior defesa dos tímidos. Primeiro, porque ocupa as mãos e simula um arzinho de à-vontade. E, segundo, porque esconde e protege ou cria a ilusão de que esconde e protege. Por detrás de um cigarro, o mundo parece mais seguro. Mesmo se andam por aí a garantir que não.
VPV, JP 28.06.07
Nessas contas sobre custos e benefícios falta sempre incluir o valor da vida adicional conseguida com a cessação do consumo de tabaco.
O estudo inicial deste tipo de contas foi patrocinado por uma tabaqueira, e olhava para a República Checa: http://www.mindfully.org/Industry/Philip-Morris-Czech-Study.htm
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