SNS
A luta pelas causas sociais, porque a morte saiu à rua
Todos – no SNS - sofremos brutais desilusões nos últimos tempos.
As boas novas, ansiosamente esperadas, teimam em não chegar. Godot, não chega!
O que vemos na Saúde é o antípoda do movimento “desconstrutivista” que, embora polémico e questionador, tem vivificado a Arquitectura. “Desconstuir”, para os arquitectos, é erguer o Guggenheim de Bilbau. É compreender, p. exº., Frank Gehry (que não veremos no Parque Mayer).
Na Saúde (em Portugal) “desconstruir” é, tão somente, instabilizar, inviabilizar, fragmentar, destroçar, não completar, demolir…
É não entender CC, o MS, o Governo.
Quem viveu e conviveu, durante largos anos, com o SNS, hoje, sente-se enredado numa teia de afectividades e cada vez menos vinculado às realidades. As soluções técnicas, as apetências renovadoras, as motivações sociais, a realização profissional, são quiméricas abstracções. Ou despudoradas abstenções do ser (médico, AH, economista...).
O desalento cresce, floresce, frutifica.
O SNS está envolvido numa densa espuma dissolvente…
O vazio instala-se. As parcerias (PPP) são o sobrenadante dessa espuma. Ou a "persona" (a máscara).
A luta política (pura e dura), no campo da cidadania, pelas causas (e coisas) sociais, entrou na ordem do dia. Galgou os muros dos HH's, CS's e de todos os ambientes que se vão tornando concentracionários.
Ou, então, se quisermos ser tétricos, celebremos o “noivado do sepulcro”.
Porque, como dizia o trovador, a morte saíu à rua...
As boas novas, ansiosamente esperadas, teimam em não chegar. Godot, não chega!
O que vemos na Saúde é o antípoda do movimento “desconstrutivista” que, embora polémico e questionador, tem vivificado a Arquitectura. “Desconstuir”, para os arquitectos, é erguer o Guggenheim de Bilbau. É compreender, p. exº., Frank Gehry (que não veremos no Parque Mayer).
Na Saúde (em Portugal) “desconstruir” é, tão somente, instabilizar, inviabilizar, fragmentar, destroçar, não completar, demolir…
É não entender CC, o MS, o Governo.
Quem viveu e conviveu, durante largos anos, com o SNS, hoje, sente-se enredado numa teia de afectividades e cada vez menos vinculado às realidades. As soluções técnicas, as apetências renovadoras, as motivações sociais, a realização profissional, são quiméricas abstracções. Ou despudoradas abstenções do ser (médico, AH, economista...).
O desalento cresce, floresce, frutifica.
O SNS está envolvido numa densa espuma dissolvente…
O vazio instala-se. As parcerias (PPP) são o sobrenadante dessa espuma. Ou a "persona" (a máscara).
A luta política (pura e dura), no campo da cidadania, pelas causas (e coisas) sociais, entrou na ordem do dia. Galgou os muros dos HH's, CS's e de todos os ambientes que se vão tornando concentracionários.
Ou, então, se quisermos ser tétricos, celebremos o “noivado do sepulcro”.
Porque, como dizia o trovador, a morte saíu à rua...
É-Pá
Etiquetas: E-Pá
10 Comments:
Perante Post tão derrotista do É-Pá, mesmo correndo o risco de ser considerado utópico da mesma forma que associam a "utopia" ao pensamento e à acção do Zeca Afonso, só me resta parafrasear as palavras do poeta-cantor:
“Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação”
Acho antes este post do É-Pá clarificador.
Quem regressou à política foi o SaudeSA.
Graças ao É-Pá.
O Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja decidiu ontem suspender o novo modelo de funcionamento do centro de saúde de Vendas Novas, que tinha levado ao fecho das urgências locais, disse hoje o presidente do município.
"A suspensão da eficácia do novo modelo de funcionamento do centro de saúde de Vendas Novas, determinada pelo tribunal, obriga à reinstalação das urgências e ao seu funcionamento 24 horas por dia", disse à Lusa José Figueira.
O Serviço de Atendimento Permanente (SAP), que era responsável pelas urgências durante 24 horas por dia no centro de saúde de Vendas Novas, fechou a 28 de Maio, no âmbito da requalificação e redistribuição geográfica dos serviços.
JN 06.06.07
Caro também quero:
Por muita razão que pareça assistir (ou assista) à população e ao Tribunal, a decisão será tomada pelo MS.
Recordo que se trata de uma matéria estritamente política, subntraída à apreciação dos Tribunais Administrativos e Fiscais por força do art.º 4.º, al. z do ETAF, que reza assim:
"2 - Está nomeadamente excluída do âmbito da jurisdição administrativa e fiscal a apreciação de litígios que tenham por objecto a impugnação de:
a) Actos praticados no exercício da função política e legislativa;
b) Decisões jurisdicionais proferidas por tribunais não integrados na jurisdição administrativa e fiscal;
c) Actos relativos ao inquérito e instrução criminais, ao exercício da acção penal e à execução das respectivas decisões."
E esta é uma questão puramente política, de resto inscrita nas "estratégias para a saúde".
Quando ao post:
Tem cada um de nós a obrigação de ser pró-actrivo, sem esperar a proactividade do outro. Tem cada um cde nós de ser melhor, de fazer melhor. ... E sim, depois exigir do "sistema"
Combater Moinhos de Vento ou Desconstruir ideias feitas
Não sei se o post de É-Pá ilustrado por uma manif. ilustra a "luta política" pelas causas sociais, tipo SAP de Vendas Novas ou remete para o "fracasso" da greve "geral" da passada semana. Pois para aqueles que se interessam pelas causas sociais e pelo primado da política é indispensável entender de uma forma clara a complexidade da luta social dos nossos dias, perceber as prioridades estratégicas e não se perder a lutar contra moinhos de vento.
As mudanças encetadas pelo Governo vão na direcção certa, as principais prioridades estabelecidas estão a ser implementadas: PNS, vias verdes coronária e avc, cuidados continuados, unidades de saúde familiar, reorganização dos serviços de urgência, sistema informático baseado na informação clínica a ligar centros de saúde e hospitais, a reorganização dos orgãos da administração do Ministério da Saúde em vigor desde o dia 1 de Junho. Em minha opinião há que apoiá-las e exigir que cumpram o mais rápidamente possível. Só não as vê quem não pode ou quem não as quer ver. Veja-se a propósito a recentes reacções à providência cautelar do Centro de Saúde de Vendas Novas, contra a decisão de colocar o Centro de Saúde a funcionar sem o chamado "SAP-urgência" 24 horas. Atente-se a alguns dados da actividade deste Centro de Saúde em 2005, que pode ser consultado no sítio da ACSS, Administração Central do Sistema de Saúde (que integrou o antigo IGIF), Vendas Novas - nº de utentes inscritos - 12.559, 11.619 cidadãos no censo, 6.828 utilizadores em 2005, 9 nove médicos de MGF, 2 MSP e 1 de outra especialidade, 11 enfermeiros, num total de 44 funcionários. 1.050 utentes inscritos por médico, realizaram um total de 29.204 consultas de ambulatório e 25.037 atendimentos em SAP, isto é 44.7% dos atendimentos em Vendas Novas são feitos no SAP.
O que seria de esperar perante estes números é que se discutisse o que fazer para recentrar o CS na sua missão e objectivo, cuidados acesíveis, globais, integrais e integrados, orientados para a promoção da saúde e prevenção da doença. Isto é numa comunidade que tem 1 médico para 1050 pessoas, o que seria de esperar é que o número de atendimentos não programados ou fora de horas fosse um número muito reduzido, mas não o que se discute e toma foros de luta social contra a "política neoliberal do Governo" é contra o encerramento da urgência. Não são estes números conhecidos e publicados, então como é que podem ser ignorados pelos "arautos" da defesa do SNS! Defender o SNS é pô-lo a funcionar, como é que podemos aceitar que quase metade dos atendimentos se façam no SAP, sem RX num CS que em 2005 fez cerca de 400 electrocardiogramas! Por falta de médicos não é concerteza, é concerteza pela organização do serviço que está orientado para o SAP ainda por cima aberto 24 horas, sorvedor de recursos, porta aberta para a prestação de cuidados despersonalizados, irracionais e provavelmente geradores de desperdícios, prescrições desnecessárias, horas extraordinárias para garantir o funcionamento de 24 horas, gerador de custos económicos sem qualquer benefício para os cidadãos. O que seria de esperar dos movimentos de utentes e dos representantes da população, é que não se conformássem com um CS que faz apenas 141 primeiras consultas de P. familiar em 2005 ou apenas 4 consultas por grávida em vez das 6 recomendadas. Isto sim seria desconstruir.
A propósito da moda das providências cautelares deixo aqui uma citação do Artigo de Opinião de Miguel Sousa Tavares - Expresso - 24.03.2007 para vossa reflexão.
" Seguramente que não cabe aos tribunais avaliar o mérito das políticas governamentais. Isso cabe à Assembleia e aos cidadãos, em eleições. Aos juízes, que não são eleitos, cabe apenas julgar a legalidade dos actos praticados ...
temos essa moda recente do uso e abuso das providências cautelares, a propósito de tudo e mais alguma coisa. Os autarcas não gostam da nova Lei de Finanças Regionais? Providência cautelar. O ministério da Saúde fecha uma maternidade e a população está contra? Providência cautelar. Os alunos que já prestaram provas não são admitidos a nova e excepcional época de exames? Providência cautelar. Os sindicatos da função pública estão contra as novas regras a aplicar aos contratados? Providência cautelar. Uma companhia de teatro viu-lhe recusada a atribuição de um subsídio a que concorrera? Providência cautelar... Poderá argumentar-se que isso é um direito que assiste a todos e que cabe depois aos tribunais avaliar a falta de fundamento das pretensões e condenar em custas os litigantes de arribação. Mas o que se tem visto, ao invés, é que em numerosos casos os tribunais dão provimento às providências, desse modo bloqueando as leis ou regras administrativas que o Governo pretende implantar. Ao fazê-lo, em muitos casos, eles já não estão a julgar a legalidade de determinada situação face ao regime jurídico definido pelo Governo, no uso das suas competências próprias: estão antes a julgar da bondade política das próprias medidas do Governo, escudando-se para tal apenas na opinião pessoal de cada juiz, remetendo para a interpretação de uma Constituição que serve para tudo e mais alguma coisa. O efeito prático que daqui resulta é que determinadas políticas do Governo em funções, algumas das quais revestindo carácter de urgência, podem ficar obstruídas ou adiadas indefinidamente, à espera que um tribunal resolva em definitivo se concorda ou não com a política do Governo."
A estratégia é matar lentamente as pessoas. O deserto já não interessa a ninguém. Quanto menos se gastar na saúde das pessoas melhor! Matando as pessoas, gasta-se menos em medicamentos e em despesas com saúde.
Está aqui a estratégia Socialista!
Podem continuar a votar.
Quem viu ontem na SIC a entrevista de Pedro Pinto à Margarida Moreira sobre o encerramento das escolas na Zona Centro confirmou certamente a forma "irracional" como este processo tem sido conduzido.
Com base nalguns dados macro estatísticos e em principios chave correctos do ponto de vista teórico, desenvolve-se todo um processo cujo objectivo fundamental é poupar custos.
Não será preciso esperar muito para concluirmos do enorme desastre social desta reforma.
Entretanto, mais um bebé nasceu numa ambulância ontem à noite, em Lamego. A mulher, já em trabalho de parto, estava a ser transportada de Resende para o Hospital de Vila Real. No espaço de um mês, foi a terceira criança a nascer na mesma ambulância.
Depressa e bem não faz ninguém.
As consequências das reformas atabalhoadas deste Governo em breve se farão sentir.
O Zeca Afonso mudou de barricada?
Caro "Ochoa":
o bebé referenciado, ainda que com a materniade de lamego aberta, teria nascido antes de lá chegar!
.........
Será?! ... uma conspiração de bebés?
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