sábado, junho 30

Você está num SAP!

5 Comments:

Blogger Vivóporto said...

O PEQUENO GAULEITER
Tenho estado a assistir da varanda àquilo que já esperava, a derrocada de CC e a sua inevitável transformação num pequeno Gauleiter. CC não tem nenhuma qualidade política que o recomende. Gere mal a política de saúde, gere mal o Ministério, totalmente descoordenado, sem nexo e à deriva; não coordena a actuação dos secretários de estado, figuras cinzentas, sem iniciativa política, de costas, claramente voltadas um para o outro, ou seja, dessintonizados e dessincronizados e, é notório, sem empatia mútua; deixou as ARS soltas e sem freio, os serviços sem orientação. Enfim, um desastre político. A agravar tudo isto, a tendência visceral, refreada com custo e a cada passo a voltar à tona, para proferir atoardas políticas. «Outspoken», pois claro.
Até a única qualidade política que parecia ter, CC desbaratou. Parecendo ser um político decidido, na prática, o que se constata, é que é um político autoritário e mesquinho. Incapaz de gerir com êxito a política de saúde, promove ou deixa promover (e nisso a ARS do Norte está a dar cartas, em especial os seus agentes do Minho, ou não tivesse o 28 de Maio partido de Braga) perseguições soezes, anti-democráticas, intimidatórias. «Especialista em luta livre francesa», pois claro, foi aqui dito.
Receoso de ser demitido, politicamente fraco, porque viveu sempre em função de um objectivo, ser Ministro, tem vindo, de há algum tempo a esta parte, a imitar o Generalíssimo, sendo de todos os Ministros, o mais papista que o Papa.
Acossado, ultimamente, politicamente por todos os lados (até o Jornal de Notícias, jornal conotado com o PS), CC, como é das regras, nestas situações, está a assumir-se, cada vez mais, como um pequeno Gauleiter.
«É uma intenção, é uma estratégia, é um plano minuciosamente preparado e meticulosamente posto em prática. Passo a passo. Com ordem de prioridades. Primeiro os instrumentos, depois as leis, a seguir as medidas práticas, finalmente os gestos. E toda a vida pública será abrangida», dizia António Barreto (Publico, de Domingo passado, a propósito do clima de medo e de intimidação que o Governo está a promover. «A moral da história é simples: o PS, que os portugueses se habituaram a ver como o defensor da liberdade e da democracia, não passa hoje de um partido intolerante e persecutório, que age por denúncia (...) e tem uma rede potencial de esbirros, pronta a punir e a liquidar qualquer português por puro delito de opinião. Pior ainda, personagens como Correia de Campos colaboram pessoalmente nesta lamentável empresa de intimidação. Não admira.», diz Vasco Pulido Valente, no jornal Público de hoje.
Onde vão as intenções de CC expressas na Carta ao Amigo António!
É chegada a altura de seguir o conselho do amigo António. «Se estiveres globalmente frustrado, pede para sair. Farás um favor ao País, ao Primeiro-Ministro, à tua Família, a ti próprio».
Assim fazem todos os que não estão agarrados ao poder, os que têm a dignidade e a coragem de os deixar a falar sozinhos e de não se deixarem enlamear com as companhias.
«Mais vale morrer de pé, do que viver toda a vida de joelhos» (Dolores Ibarruri?)

11:56 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Socialistas preocupados com efeitos deste caso
A exoneração da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, por causa de um cartaz que gozava com declarações do ministro da Saúde, caiu mal entre muitos socialistas. Para quem Correia de Campos usou de "excesso de força", num caso que poderia ter sido resolvido de outra maneira.

Depois de Manuel Alegre ter vindo qualificar como "intolerante" o despacho que demitiu Maria Celeste Cardoso do cargo, também o deputado socialista Vítor Ramalho disse ontem ao DN não compreender a reacção do ministério a este caso. "Os contornos do despacho são para mim incompreensíveis. Não os percebo, não percebo a razão", sustentou o também líder da distrital socialista de Setúbal. "Digo isto em defesa do PS e dos valores do PS, fundado como um partido que preza a liberdade de expressão", acrescentou Vítor Ramalho, sublinhando que numa "situação normal" - entenda-se "num quadro de direito à liberdade de expressão" - uma "situação destas não deve ocorrer".

Para o deputado da maioria "os serviços públicos não devem ser palco para comentários jocosos" - mas o que "seria razoável, se o ministro soubesse que havia um cartaz nesses termos, era pedir para o retirar". E não avançar para uma medida que "pode pôr em causa a imagem do ministro e do Governo". "Não vejo razão para isto", conclui o deputado.

As reservas de Vítor Ramalho estão longe de ser isoladas no interior do partido. "Isto não é o PS", afirmou ao DN outro socialista, questionando o argumento de quebra de lealdade invocado por Correia de Campos para justificar a exoneração da directora do Centro de Saúde (ver texto na página ao lado). "O dever de lealdade funcional é algo diferente de uma anedota", acrescenta. Para deixar uma pergunta: "Quantas vezes não se dirão anedotas, em escolas, em locais públicos, sobre o Governo ou sobre ministros. Vai-se fazer o quê? Andar atrás de toda a gente?". O mesmo socialista adverte ainda que o partido está a dar trunfos ao adversário: "Numa situação em que se pede compreensão aos portugueses, estamos a dar o flanco em matérias de mercearia". E esta é uma reserva que se estende mesmo a outros nomes do PS que se revelam mais concordantes com a decisão de Correia de Campos. Ou seja, mesmo nestes casos os socialistas não deixam de manifestar preocupação com os efeitos de mais este caso junto da opinião pública, depois do episódio com Fernando Charrua (ver caixa em baixo). E há mesmo quem assegure que o assunto não deixará de ser levado à reunião do grupo parlamentar e aos órgãos próprios do partido.

Oposição quer ministro na AR

Marques Mendes, líder do PSD, já veio apontar este caso como um exemplo da intimidação que, afirma, grassa no País. Para Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, "é mais um sinal, mais um tique no quadro de acontecimentos preocupantes". "Oxalá sejam só tiques e apenas sinais, mas que são inquietantes são", sustentou o líder comunista. BE e PCP pediram já a audição do ministro Correia de Campos no Parlamento.
DN 30.06.07

12:29 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Portal da Saúde = Portal do Ministro da Saúde

Nota à imprensa sobre a exoneração da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho - 29.06.2007.

Maria Celeste Vilela Fernandes Cardoso, assistente administrativa principal, foi nomeada directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho a 10 de Março de 2004.

Ao abrigo do Decreto-Lei n.º 60/2003, então em vigor, os directores de centros de saúde são recrutados entre licenciados com vínculo à administração pública, de preferência médicos, e exercem o cargo por três anos, em regime de comissão de serviço.

À data da nomeação, Maria Celeste Vilela Fernandes Cardoso era licenciada em Filosofia desde 1999, embora não tivesse sido, até à data, reclassificada na carreira.

A legislação em causa foi revogada pelo Decreto-Lei n.º 88/2005, de 3 de Junho, que repristinou o Decreto-Lei n.º 157/99, de 10 de Maio.

No âmbito do enquadramento legal repristinado, a direcção dos centros de saúde compete a um médico, designado director, que exerce o cargo em regime de comissão de serviço, durante três anos. Ficaram, porém, salvaguardadas as condições de exercício profissional e regalias remuneratórias de que usufruíam os directores em exercício.

A comissão de serviço de Maria Celeste Vilela Fernandes Cardoso terminaria a 9 de Março de 2007, sendo impossível a sua renomeação no âmbito da actual legislação.

A 11 de Dezembro de 2006, o coordenador da Sub-Região de Braga enviou ao presidente da Administração Regional de Saúde do Norte uma proposta de cessação de funções da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho baseada nos seguintes factos:

A 17 de Agosto de 2006 o coordenador da Sub-Região de Braga teve conhecimento de que se encontrava afixado num placard da sala de espera do SAP do Centro de Saúde de Vieira do Minho uma fotomontagem de uma notícia publicada no Jornal de Notícias a 6 de Agosto.

Esta fotomontagem era acompanhada por um comentário que, utilizando declarações do Ministro da Saúde, tinha por objectivo atingi-lo politicamente de forma desfavorável.
“Atenção! Você está num SAP! Fuja! Faça como o Ministro da Saúde deste pobre País – Corra para a urgência de Braga!”

O coordenador da Sub-Região de Saúde de Braga confrontou a directora do Centro de Saúde com a situação, responsabilizando-a pelo facto de permitir a afixação daquele cartaz no SAP do Centro de Saúde.
Instou a Directora do Centro de Saúde a retirar o referido cartaz e a pronunciar-se sobre a existência do mesmo nas instalações de um estabelecimento de saúde público, exibindo comentários agressivos e desfavoráveis sobre o Ministro da Saúde, que exerce os poderes de superintendência e tutela sob todos os serviços e estabelecimentos do SNS.

A 4 de Dezembro de 2006 o coordenador da Sub-Região de Saúde de Braga voltou a convocar a directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho para aclarar a situação, mas esta transferiu toda a responsabilidade para terceiros e desresponsabilizou-se totalmente do sucedido, apesar de ser a dirigente máxima do Centro de Saúde onde o cartaz foi afixado.
A 15 de Dezembro de 2006 a ARS Norte propôs ao Ministro da Saúde a exoneração da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho com fundamento nas razões invocadas pelo coordenador da Sub-região de Saúde de Braga.

A 5 de Janeiro de 2006 o Ministro da Saúde exonerou a directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, fundamentando esta decisão nos acontecimentos referidos pelo coordenador da Sub-Região de Saúde de Braga.

“Pelo exposto, é manifesto que a directora do centro de Saúde de Vieira do Minho não reúne as condições para garantir a observação das orientações superiormente fixadas para prossecução e implementação das políticas desenvolvidas pelo Ministério da Saúde, manifestando mesmo deslealdade para a tutela, inviabilizando assim a sua continuidade na direcção do Centro de Saúde de Vieira do Minho”. A ex-directora continua no mesmo centro de saúde a exercer as funções que tinha antes da sua nomeação.

Dando cumprimento a princípios de manutenção da estabilidade das instituições independentemente do ciclo político que sempre defendeu, o Ministro da Saúde sempre pretendeu que a directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho exercesse as suas funções até ao fim da comissão de serviço.

Porém, a directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho demonstrou incapacidade para o exercício do cargo, ao não impedir que um espaço de prestação de cuidados de saúde fosse utilizado para a luta política local.

Os Centros de Saúde não são locais de exercício de actividades políticas.

Apesar de ser evidente que a nomeação para um cargo que hoje não poderia, legalmente, ocupar, ser uma manifesta nomeação de favor político do Governo anterior, a funcionária não foi capaz de aproveitar o espaço de independência política facultado pelo actual Governo, violando e desrespeitando o seu dever de imparcialidade política e de lealdade para com a entidade que sobre ela exerce os poderes de nomeação e exoneração.

12:36 da tarde  
Blogger helena said...

A moral da história é simples: o PS, que os portugueses se habituaram a ver como o defensor da liberdade e da democracia, não passa hoje de um partido intolerante e persecutório, que age por denúncia (aqui como na DREN) e tem uma rede potencial de esbirros, pronta a punir e a liquidar qualquer português por puro delito de opinião. Pior ainda, personagens como Correia de Campos colaboram pessoalmente nesta lamentável empresa de intimidação. Não admira. Nem o eng. Sócrates nem o dr. Cavaco manifestamente compreendem que a repressão da dissidência e da crítica começa a corromper o regime e torna inevitável o futuro "saneamento" dos "saneadores". O silêncio de cima encoraja o miserável trabalho de baixo. Em Portugal, a colaboração do Estado com os pequenos pides do PS já não é uma vergonha.

1:23 da tarde  
Blogger naoseiquenome usar said...

Permitam-me que na sequência do segundo comentário do "tambémquero", deixe aqui o registo do facto de, prontamente, mal se soube da "coisa", o Bastonário da Ordem dos Médicos, se vir declarar publicamente chocado com a decisão e apoiar o "médico" demitido. O corporativismo às vezes é cego; a ignorância fatal. A sr.ª administrativa até já passa pelo médico mais capaz....

2:32 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home