sábado, setembro 1

Invasão dos Ratos


(...) Alguém concerteza enganou os ratos, porque os ratos, que passam fome em Espanha, querem comer em Portugal.
Ninguém sabe quem lhes meteu na cabeça esta ideia estravagante.
Acreditaram na "recuperação de Sócrates"? Julgam que não pagam impostos? Não ouviram falar do desemprego? Contam com o apoio de Cavaco?
De qualquer maneira, o futuro dos ratos não parece prometedor.
Se não apanharem um processo disciplinar, nem os puserem no quadro de excedentes, voltam para Espanha com menos 15 gramas dos 30 com que atravessaram a fronteira (...)
VPV, JP 01.09.07

1 Comments:

Blogger tambemquero said...

A deslocação pelo país fora de cinco ministros e de 13 secretários de Estado para entregar mais computadores é uma operação supérflua e contraproducente


O Governo repete hoje a acção que, em finais de Julho, levou 18 ministros e secretários de Estado a outras tantas cidades do país para entregar computadores no âmbito do programa @iniciativas. Já na semana passada tinha feito o mesmo, embora numa escala mais comedida. De duas, uma: ou no executivo há falta de imaginação para mostrar que as férias acabaram e está na hora de voltar a mostrar serviço; ou deu-se conta de que, nesta fase da governação, não há nada mais a fazer senão gravitar em torno de iniciativas já conhecidas que, por natureza, deviam estar em velocidade de cruzeiro. Seja por uma ou outra razão, ou até pela combinação das duas, a deslocação pelo país fora de cinco ministros e de 13 secretários de Estado para entregar mais computadores é uma operação supérflua e contraproducente, que serve mais para alimentar o circo do que para sublinhar a importância do Plano Tecnológico.
É verdade que José Sócrates considera o programa que vai disponibilizar 500 mil portáteis a estudantes do 10.º ano, a professores ou aos que tiveram a sensatez e a coragem de regressar à escola para acabar o 12.º ano como "a medida mais importante que o Governo tomou". Esse reconhecimento justificou que o seu anúncio fosse feito no ambiente solene do plenário da Assembleia da República, ou até a viagem que, em Julho, os membros do Governo fizeram pelo país fora. Mas, ao repetir até ao cansaço este tipo de iniciativas, ao insistir em acções desenhadas para a espectacularidade, o primeiro-ministro dificilmente conseguirá convencer o país de que a sua aposta nas tecnologias é essencial para o futuro. Pelo contrário, legitima as dúvidas sobre se essa prioridade traduz, de facto, uma visão consistente sobre as necessidades das pessoas ou se não passa de um chavão para iludir os portugueses sobre as contingências que hoje pesam sobre o seu quotidiano.

As dúvidas não são de agora. Desde que José Sócrates começou a defender a urgência do plano, ainda no momento em que disputava a liderança do PS, que se ouvem críticas à ideia que prevê a injecção de altas doses de tecnologia de ponta num país sem tecido cultural, social e económico para a receber. De um facto, porém, José Sócrates não pode ser acusado: o de falta de coerência ou de obstinação em levar em frente os seus projectos e visões para o futuro do país. Com índices de sucesso variáveis, o Governo tratou de incluir a administração pública no processo e esforçou-se por envolver os cidadãos e as empresas na sua empreitada.
Só que, perante tantos anúncios e tanto espectáculo, o défice de comunicação do que está em causa foi-se agravando. Distinguir o que é substancial do que se resume a expressões de desejo, separar o que é a realidade e a propaganda, tornou-se cada vez mais difícil. Entre a convicção que o Governo apregoa e a fé que as pessoas depositam na visão tecnológica, foi-se cavando um fosso. Por muito que se saiba que estas apostas só podem dar fruto a muito longo prazo, a vulgarização do plano tecnológico faz com que muitos portugueses o encarem como algo anódino e distante, quase irreal.
Apesar da evidência, o Governo insiste no erro. Entrega computadores em Julho com dúzia e meia de governantes no terreno, repete a receita na semana passada e hoje volta a mostrar mais do mesmo. Banaliza-
-se e banaliza a iniciativa em que tanto apostou. Não terão cinco ministros e 13 secretários de Estado mais que fazer do que vestir a pele de carteiros condenados a entregar computadores e placas 3G pelo país fora?
Manuel Carvalho JP 01.09.07

1:07 da tarde  

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