sábado, setembro 1

Crítica & Desconfiança

Face aos resultados positivos.





Os HHs EPE viram os seus prejuízos reduzidos em 57,4% no 1.º semestre (- 172.416.692 euros). Alguns, como o São João do Porto, deram até lucros.
À partida o ministro da saúde está de parabéns pelos resultados apresentados.
Resta agora saber se dependem da eficácia do novo modelo de gestão ou da diminuição da qualidade dos serviços prestados.
JP 31.08.07
The NHS will underspend by a record-breaking £1bn this year, according to government projections released yesterday.
Gordon Brown said the marked turnaround in the health service's financial record - from a £500m deficit in 2006, meant more money to plough back into the NHS. But the head of the doctors' professional body accused the government of sacrificing health care to balance the books. Health unions said the savings had caused a lot of "unnecessary pain". link
guardian 31.08.07

6 Comments:

Blogger saudepe said...

Com estes resultados a meio do exercício deste ano, é para festejar.
Tanto mais que a produção aumentou.
E não há quebra de qualidade da prestação de cuidados.

2:09 da tarde  
Blogger tambemquero said...

A Ota é apenas um exemplo, porque se começássemos a fazer o escrutínio sobre como muitas das reformas anunciadas estão a ser conduzidas, veríamos a enorme diferença entre a amplitude do anúncio e a escassez de resultados. Pior ainda: como algumas anunciadas reformas eram muito bonitas no papel, obtiveram muito apoio como intenção, mas na prática estão a agravar os problemas que pretendiam resolver. O modo populista e punitivo como as reformas foram lançadas colocou contra as reformas, numa amálgama de recusa, os melhores e os piores profissionais e isso impede que haja forças que lhes sirvam de sustentação. Nos discursos oficiais, as palavras são muito bonitas; no interior das escolas, das repartições, dos hospitais, dos serviços públicos, a realidade é o caos e a desorganização, é um agravar dos problemas sobre um enorme mal-estar, em que o que é mais afectado é o melhor e não o pior dos serviços do Estado.
Esta análise "micro" das reformas é pouco jornalística, mas é urgente. É urgente que se vá às escolas e às repartições saber como estão a ser aplicadas medidas como a hierarquização dos professores ou os critérios de mobilidade na função pública, para encontrar ambientes de cortar à faca, em que não é o mérito que impera, mas sim o acantonamento burocrático, os privilégios para os que estão, os conflitos de todos contra todos, as prepotências das chefias, a paralisia entre uma greve de zelo universal não proclamada mas eficaz nos seus efeitos de resistência e uma lei do silêncio e do medo. Corre-se o risco de ter como resultado a diminuição do já muito escasso know how e do capital de experiência existente nos serviços públicos e das medidas aplicadas terem apenas efeitos de contenção financeira, deixando os serviços públicos muito pior do que estavam. Em sectores cruciais como o ensino e a saúde, o preço será muito elevado se a retórica "macro" das reformas esconder a realidade "micro". E não adianta vir dizer que todas as reformas são assim, têm estes efeitos, porque não é verdade. Pode, de facto, estar apenas a assistir-se a mais uma operação de aperto financeiro, sem cuidar dos efeitos perversos que ficam pelo caminho e sem conteúdo reformista real. O barato pode-nos sair muito caro.
JPP, pôr os pés na terra, JP 01.09.07

2:50 da tarde  
Blogger tambemquero said...

"Invasão dos Ratos"

Alguém concerteza enganou os ratos, porque os ratos, que passam fome emEspanha, querem comer em Portugal.
Ninguém sabe quem lhes meteu na cabeça esta ideia estravagante.
Acreditaram na "recuperação de Sócrates"? Julgam que nãopagam impostos? Não ouviram falar do desemprego? Contam com o apoio de Cavaco?
De qualquer maneira, o futuro dos ratos não parece prometedor.
Se não apanharem um processo disciplinar, nem os puserem no quadro de excedentes, voltampara Espanha com menos 15 gramas dos 30 com que atravessaram a fronteira.
VPV, JP 01.09.07

3:08 da tarde  
Blogger vivo.numa.epe said...

"E não há quebra de qualidade da prestação de cuidados". Esta afirmação feita pelo saudepe deixou-me curiosidade em relação a que dados lhe permitiram ser tão decidido na sua afirmação....partilhe connosco...

3:10 da tarde  
Blogger vivo.numa.epe said...

Vamos desmontar a qualidade de um serviço cirúrgico apresentado muitas vezes como um exemplo de qualidade, nomeadamente pelas suas baixas taxas de gastos proporcionalmente a sua produção, ausência de lista de espera, baixa mortalidade e baixa morbilidade….. Neste oásis de qualidade só são operados os doentes que têm maior probabilidade de não dar problemas ou seja se for obeso ou tiver certa patologia associada já não tem condições e simplesmente não entra na lista de espera. Existe uma triagem dos doentes anterior á sua entrada na lista de espera independentemente de ter indicação cirúrgica…imaginem se todos os serviços de cirurgia fizessem isto??!!!….
Mais uma vez a estatística é o que queremos fazer dela…

3:28 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Diz o PÚBLICO que o Hospital de S. João, no Porto, dá lucro. Pudera!
Antes de morrer, em Março, a minha mulher esteve internada em três hospitais: o S. Marcos, em Braga; o S. João e o Santo António, no Porto. As deslocações que, então, teve necessidade de fazer, quando efectuadas a partir dos hospitais de S. Marcos e de Santo António, realizaram-se sempre em ambulâncias devidamente equipadas e, dada a gravidade da situação, acompanhada de médica ou médico e de enfermeira ou enfermeiro. No dia em que, incompreensivelmente, foi despachada do Hospital de S. João, antes de se terem completado 24 horas após uma delicada intervenção cirúrgica, viajou sem qualquer tipo de acompanhamento especializado, numa viatura absolutamente imprópria, não a tornando apropriada a inscrição "transporte de doentes". O Hospital de S. João, seguindo, assim, um procedimento diferente do que, antes e depois, adoptaram os outros dois hospitais, prescindia de uma ambulância, de um médico e de um enfermeiro e aproveitava a oportunidade para enfiar na viatura mais um doente remetido para o mesmo endereço, o Hospital de S. Marcos. Aí, pouco depois, a minha mulher entrava na unidade de cuidados intensivos. Poupando, assim, numa ambulância, num médico e numa enfermeira, o Hospital de S. João pôde, obviamente, colocar mais alguns euros na coluna dos lucros. E se este modo de proceder for regra, o futuro do Hospital de S. João será, com certeza, de grande prosperidade económica.
Eduardo Jorge Madureira Lopes
Porto jn 04.09.07

4:50 da tarde  

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