domingo, setembro 23

Saúde, no fio da navalha?



Mais de 100 acções de protesto foram hoje (22.09.07) levadas a cabo por todo o país no Dia Nacional de Luta em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS). link

Alinhando no tom, Nuno Pacheco escreve no JP, sob o título "Saúde no fio da navalha...": «Queixam-se médicos, queixam-se bastonários, queixam-se utentes. É muita queixa junta para que na Saúde tudo esteja tão bem quanto o ministro respectivo nos quer fazer crer.»
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Para lá dos protestos, são dignos de preocupação os casos trazidos a lume pelo BE. Casos, uma vez mais, de promiscuidade de exercício de altos cargos na administração pública e em empresas privadas da saúde.
Ricardo Seabra-Gomes, coordenador nacional para as doenças cardiovasculares, ao que parece, exerce também consultadoria nos Hospitais Privados de Portugal. Joaquim Pereira Gouveia, coordenador nacional das doenças oncológicas será também coordenador da unidade oncológica do hospital Cuf Descobertas. link
"Pode-se fazer as duas coisas, dirigir o sector privado e definir estratégias nacionais públicas? Questiona Francisco Louçâ.
Não, não deve, com toda a certeza.
Pelos visto pode-se com a autorização do MS.

E até o bastonário da OM, Pedro Nunes, parece contabilizar a seu favor, nos últimos tempos, alguns rounds esgrimidos com o MS. Como o caso da contabilidade dos médicos que entraram e saíram no SNS em 2006 (2901 médicos contra apenas 943 saídas - 442 por aposentação, 501 por rescisão).

No meio da refrega, o governo não descura as operações de marketing. Como a do ministro Vieira da Silva, que em Braga, participou na entrega dos primeiros telemóveis a idosos, no âmbito do programa Iniciativa de Segurança Idade Maior.
A propósido da propaganda, o dirigente do Movimento de Utentes dos Serviços de Saúde (MUSS), Guilherme Castro Henriques, acusou o Governo de estar a "dar telemóveis a quem não tem óculos para ver".
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CC não deixará de estar atento.
Sabendo que estas tiradas populistas (e não só) não matam mas moem.

5 Comments:

Blogger tambemquero said...

Movimento de Utentes pelos HUC contra «asfixia financeira»

Combater a «asfixia financeira sistemática» e a empresarialização dos Hospitais da Universidade de Coimbra são os principais objectivos do Movimento de Utentes pelos HUC, apresentado hoje à porta do bloco central do estabelecimento de saúde.
«Decidimos criar um grupo de participação cívica abrangente de utentes dos HUC, porque nos preocupa a actual situação dos Hospitais da Universidade de Coimbra», disse à agência Lusa um dos elementos do movimento, Ricardo Matos.

Nos últimos anos, tem-se assistido «a um processo de paulatina asfixia financeira dos HUC. Só em 2006, não receberam cerca de 36 milhões de euros que estavam contratualizados com o Estado», segundo um comunicado distribuído hoje aos utentes e visitantes do estabelecimento.

«A par da asfixia financeira, com o processo acelerado de empresarialização, está a ser posta em causa a própria continuidade dos serviços, havendo sinais que apontam para o desmantelamento de blocos inteiros dos HUC», adianta o texto.

De acordo com o Movimento Utentes pelos HUC, «este processo não pode ser desligado do plano mais geral de degradação do Serviço Nacional de Saúde e de entrega a privados que o governo PS tem seguido».

«É um processo que está a conduzir à transformação da saúde num negócio e que a prazo terá efeitos nefastos na igualdade de acesso a este direito fundamental», é sublinhado.

O movimento aproveitou também a deslocação para começar a recolher assinaturas para um abaixo-assinado em defesa dos HUC, em que frisa que esta «é uma das mais importantes unidades de saúde do país».

«As suas cerca de 1.500 camas, o número de cirurgias, o número de doentes, fazem desta unidade a maior do país, com extrema importância no Serviço Nacional de Saúde e forte impacto no âmbito regional e nacional», sustenta o grupo.

A apresentação do movimento, acessível em www.utentesdoshuc.blogspot.com, e o lançamento do abaixo-assinado surgem no âmbito das várias acções descentralizadas que se realizam hoje no país sob o lema «A saúde não é um negócio», promovidas pelo Movimento Cívico em Defesa do SNS e pelo Movimento de Utentes dos Serviços Públicos.

DD 23.09.07

4:18 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Mobilidade Especial
O Enviado Especial das Nações Unidas para a Luta contra a Tuberculose, Jorge Sampaio, defendeu hoje o reforço dos trabalhadores de saúde a nível mundial para o combate desta pandemia que, em 2005, vitimou 1,7 milhões de pessoas.

4:24 da manhã  
Blogger e-pá! said...

Os HUC vivem, desde há largos meses, i.e., desde a entrada em funções do novo CA, um ambiente monástico.
Trabalha-se nas matinas, nas vesperas,...
Parece uma instituição de meditação e contempolação.
Com quase 4000 trabalhadores ninguém, ou melhor muito poucos, sabem de alguma coisa sobre o futuro do HH.
A única comunicação foi uma esparsa entevista ao Diário de Coimbra que, também, pouco ou nada adiantou, excepto, a sua transformação em EPE.
Entretanto, no interior do HH corre um vaga de boatos. Sem conhecermos a origem, sem qualquer tipo de controlo.
A dar ouvidos ao que corre, parece que tudo vai ser mexido. serviços a extinguir, serviços a albergar, serviços a integrar, etc. Parece que vai haver uma nova invasão bárbara, com um ignoto Gengis Khan à frente das hordes, praticando uma política de terra queimada. Sob os escombros ninguém sabe o irá nascer. Há 16 comissões para estudar a re-estruturação. Disse 16!. Sabemos o que sucede quando uma panela é mexida por muitos cozinheiros - sai uma zurrapa. Neste HH vamos ver no que dá.
A acrescer a este clima de instabilidade há os outros factores desestabilizantes: a "asfixia financeira", a mobilidade especial, a rigidez de horários, o controlo administrativo da actividade clínica, etc.
Daí o inevitável e saudável surgimento do "Movimento de Utentes pelos HUC".

Esta onda de boatos agiganta-se cada dia perante a olimpica indiferença do CA. A passividade que rodeia este insuportável ambiente é tão grande que nos faz interrogar sobre o seu epicentro.
Sim, porque esta vaga de desinformação e de instabilidade pode, de súbito, transformar-se num tsunami. E colher de surpresa todos, CA incluído.

O CA já é glosado, nos corredores, como a Comissão Liquidatária dos HUC.
Pior, será transformar-se na Comissão de Extinção de um Hospital, com dificuldades é certo, mas também com prestígio, mérito cientifico e profissional e serviços de excelência. No coração do pomposo "Polo da Saúde" nacional, como já ouvi dizer.

Acudam, que se faz tarde!

11:01 da manhã  
Blogger tambemquero said...

O crescente número de partos em ambulâncias em Viseu é uma das maiores preocupações da Comissão de Utentes do Serviço Público de Saúde no distrito, que hoje realiza uma acção na cidade no âmbito de um protesto nacional.
No distrito de Viseu a acção decorre, hoje de manhã, no Rossio, centro da cidade de Viseu, e à tarde, em Nelas.

A jornada de protesto e de defesa do Serviço Nacional de Saúde surge integrada num movimento nacional que agrega 140 comissões de utentes e sindicatos ligados à Saúde.

A motivar o protesto está, entre outros, o encerramento do bloco de partos do hospital de Lamego, que está na génese dos cinco partos realizados a caminho do hospital de Viseu pelos bombeiros do norte do distrito nos últimos quatro meses.

A par desta situação, António Vilarigues, membro da comissão de utentes de Viseu, aponta ainda o dedo ao reduzido número de médicos colocados no centro de saúde de Nelas - onde esta tarde deverá ter lugar uma manifestação - e onde o quadro é composto por nove médicos mas apenas cinco prestam serviço.

Também os encerramentos dos SAP (Serviço de Atendimento Permanente) previstos para Santa Comba Dão e Vouzela motivam o proteso da associação de utentes de Viseu.

António Vilarigues disse ainda à Lusa que esta jornada, que em Viseu decorre com a recolha de assinaturas para um abaixo-assinado nacional a enviar ao Ministério da Saúde, tem como objectivo, no que ao distrito diz respeito, «fazer reverter algumas situações».

«Mas é também nossa intenção estancar este ataque claro e sem sentido ao Serviço Nacional de Saúde», adiantou.

Em causa, afirmou, está um serviço a que os portugueses «estão a ser impedidos de aceder com qualidade», apesar de se tratar de uma «imposição constitucional».

Sindicatos e comissões de utentes promovem hoje, em vários pontos do país, iniciativas públicas em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), num protesto contra a «postura de ataque do governo», segundo fonte sindical.

«Estamos muito preocupados com a postura de ataque do governo contra o SNS, sector que pretende entregar ao grande capital», afirmou Artur Monteiro, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Norte (STFPN).

Segundo o sindicalista, trata-se de uma «situação muito grave», que justifica a mobilização de trabalhadores e utentes do Serviço Nacional de Saúde para protestar contra a política do governo.

DD 23.09.07

3:02 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

«O Governo parece ter-se especializado, nos últimos dias, a desmentir o Bloco de Esquerda em comunicados de imprensa que, estranhamente, confirmam as acusações feitas pelo Bloco de Esquerda», afirma o BE, em nota de imprensa divulgada hoje.

Nos últimos três dias, o Governo emitiu comunicados refutando várias acusações do líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, que o BE considerou hoje constituírem «falsos desmentidos».

Sexta-feira passada, Francisco Louçã confrontou o primeiro-ministro, José Sócrates, com casos em que o Governo nomeou pessoas para desempenharem funções de responsabilidade no sector público, quando simultaneamente têm interesses privados nessas mesmas áreas de actividade.

O ministério da Saúde negou que houvesse qualquer ilegalidade nas nomeações referidas, o que levou o BE a frisar que o problema não é legal mas sim «ético» e «político» e a manter as críticas.

«O Governo não encontra nenhum problema em atribuir um cargo para `liderar a estratégia do Ministério da Saúde«´ e `implementar a rede nacional de doenças cardiovasculares´ a um profissional que exerce funções num dos principais grupos privados interessados na gestão dessa mesma rede. O Bloco considera que existe aqui um problema político», frisou o BE, na nota.

DD 24.09.07

8:50 da manhã  

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