segunda-feira, outubro 22

Medicamentos genéricos




Sob o lema “Pode Confiar!”, o Infarmed desenvolveu o Plano Integrado de Promoção dos Medicamentos Genéricos 2007. link

A campanha integrou um conjunto de acções: brochuras, cartazes, o simpósio «Medicamentos Genéricos em Portugal e na Europa», «com vista a aumentar o nível de conhecimento sobre os medicamentos genéricos junto dos diferentes intervenientes no processo de prescrição, dispensa e utilização de medicamentos.» link

Chegados ao último trimestre do corrente ano somos surpreendidos com a notícia que, afinal, «a introdução no mercado de medicamentos genéricos veio criar um problema de falta de espaço para armazenamento nas farmácias»
link

Esta situação não resultará, por maior que tenha sido o êxito, da campanha do Infarmed mas sim do elevado número de genéricos e apresentações, por substância activa, disponíveis no mercado.

Segundo informação do Infarmed, as substâncias campeãs desta proliferação de marcas e apresentações, por substância activa, são: Amlodipina com 241, Risperidona com 237, Ciprofloxacina com 231, Sertralina com 225, Lansoprazol com 204, Pravastatina com 170, Omeprazol com 136, Fluoxetina com 104, Acido Alendrónico com 75 e a Sinvastatina com 319 medicamentos genéricos.

Assegurar o stock de tantas marcas e apresentações não será nada fácil, porventura.

Este imbróglio resulta, fundamentalmente, do facto de o mercado de genéricos, entre nós, ser um mercado de marcas e de a prescrição por Denominação Comum Internacional (DCI) não ser obrigatória (obrigatoriedade prevista no acordo "Compromisso para a Saúde" assinado entre CC e a ANF). link

CC defende que os médicos devem «prescrever com liberdade, incluindo a de entender a equivalência como valor, aceitando transferir para o dispensador a escolha do produto». Esta posição colide com o sistema de prescrição obrigatória por DCI, onde caberia ao farmacêutico dispensar (escolher) a "marca" de genérico mais barata (com existência em stock).
Relativamente à organização do nosso mercado de medicamentos genéricos, fica no ar a pergunta: Poder-se-à confiar?

5 Comments:

Blogger Peliteiro said...

Esta questão da imensa panóplia de marcas de genéricos e suas óbvias consequências foi levantada aqui no Saúde SA há anos.

Esta e outras, evidentes, que a cegonha governativa teima em não querer ver.

12:50 da tarde  
Blogger cotovia said...

Gastam fortunas em campanhas de promoção e depois não conseguem (não sabem) regular o mercado de distribuição de medicamentos genéricos.
O mercado nacional de medicamentos foi sempre um mercado de marcas.
O mercado de genéricos continua a ser um mercado de marcas.
Tanta marca por principio activo torna ingerível o circuito de encomendas e distribuição de medicamentos genéricos.
è o resultado de haver tanto iluminado na área do medicamento.

Mais uma acha lançada para a fogueira pela ANF.

6:28 da tarde  
Blogger O cavalinho da chuva said...

1. Mas se a maior parte vem com todo o processo de submissão "comprado" fora da UE incluindo os estudos de BD/BE.

2. Mas se a maior parte deles dão em campanha às Farmácias 3/1 ou 4/1.

3. Mas se nos Hospitais do SNS não é possível tratar com o mesmo genérico um doente do principio ao fim.

4. Mas se um medicamento genérico tem uma biodisponibilidade de 80-120 % do medicamento testemunha que agora a EMEA decidiu rever, nomeadamente para medicamentos de estreita margem terapêutica.

5. Nestas condições os genéricos não têm de ter marca.
E se possível Boa Marca !

11:18 da tarde  
Blogger Peliteiro said...

... não era cegonha era avestruz.

Agora Cotovia, não percebo o que é que a ANF tem com o problema. Pode explicar?

11:25 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Estamos no início de novo round Ministro da Saúde ANF?

O acordo foi assinado o ano passado e tinha por objectivo liberalizar a propriedade da farmácia, melhorar a acessibilidade aos medicamentos e preservar a qualidade da assistência farmacêutica.

No parlamento, num colóquio sobre a actividade farmacêutica, o presidente da associação João Cordeiro defendeu que falta vontade política para viabilizar algumas medidas como passar a dispensar, através das farmácias, medicamentos que até agora só estão disponíveis nos hospitais.

O presidente da associação diz que o trabalho está todo feito e por isso teme que o Governo queira restringir esta iniciativa.

«Temos alguma dificuldade em entender esta demora, mas sobretudo temos receio que seja implementada com aspectos restritivos, caso a caso, e independentemente do interesse do hospital», salientou o João Cordeiro.

A Associação Nacional de Farmácias queixa-se também que continua por aplicar o artigo do Compromisso Saúde que prevê que passe a ser usada a denominação comum internacional do princípio activo na prescrição dos medicamentos.

No discurso que fez neste colóquio o ministro Correia de Campos denunciou que quando chegou ao ministério havia 400 farmácias com propriedade simulada ou seja farmácias que pertenciam a não farmacêuticos.

Esta denúncia levou João Cordeiro a dizer ao ministro que é sua responsabilidade denunciar casos em que a lei não é respeitada.

6:10 da tarde  

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