Portugal, pobreza & corrupção
Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza
Em Portugal, a taxa de pobreza, 20% da população em 2005, (cerca de dois milhões de pobres), é significativamente superior à média de 16% da EU25.Segundo dados do Eurostat (2004), Portugal é o país da União Europeia onde a desigualdade entre ricos e pobres é maior : 20% da população da EU25 com o maior rendimento recebem quase 5 vezes mais do que os 20% da população com o rendimento mais baixo. Portugal regista uma diferença de 7.2%.
Segundo dados do Eurostat 16.0 milhões de homens e mulheres na EU27, e 10.4 milhões na zona euro (EA13), viviam em situação de desemprego em Julho de 2007, correspondente a uma taxa de desemprego de 6.8% (Portugal 8.2%)
Aliada à pobreza, a corrupção:
Numa escala de 0, que corresponde a altamente corrupto, a 10, correspondente a pouca corrupção, Portugal apresenta, segundo o relatório da Transparência Internacional para 2007, um Índice de Percepção de Corrupção (IPC), de 6,5 pontos, um pouco pior do que os 6,6 pontos registados no ano anterior.
1 Comments:
Vale a pena a propósito deste post e uma vez que este blog é animado por pessoas interessadas em saúde, dizer que a relação entre a pobreza e a saúde está estudada desde há muito, desde os trabalhos de Rudolf Virchow em 1850. Ao longo de dezenas de anos a investigação em saúde demonstrou que as pessoas pobres dos países de baixos rendimentos, apresentavam altas taxas de doenças como: a mal nutrição ou as doenças infecciosas e eram afectadas pela inexistência ou pelo mau funcionamento das estruturas de saneamento básico ou dos serviços de saúde. Mas mais recentemente, quer nos países mais ricos e desenvolvidos, quer nos países em vias de desenvolvimento foram conhecidas diferenças na distribuição das doenças crónicas que afectam as pessoas pobres dos países mais ricos e desenvolvidos.
Assim, a Organização Mundial de Saúde decidiu criar em Março de 2005 uma Comissão para o Estudo das Determinantes Sociais em Saúde, dirigida pelo Professor Michael Marmot, Professor de Epidemiologia e Saúde Pública do University College of London, investigador desde há muitos anos das desigualdades sociais em saúde.
Neste âmbito, o Professor Marmot no seu livro " Social Determinants of Health" primeiro prémio em saúde pública da BMA refere " Much of the epidemiology seeks to identify individual risks factor for disease. Smokers have a higher risk of several diseases than those have never smoked; ... newer risk factors such as C Reactive protein have been identified, and some call for their use in screening to identify individuals at high risk of subsequent disease who may be suitable for special intervention... The approach we take is different. First among risk factors, we distinguish those that are behaviours from those that are biological markers. A biological marker such as cholesterol or blood pressure may be useful if treatment to lower their levels reduces risk os subsequent disease. But it is important to seek the determinants of these biological markers if we are to find effective ways of improving public health. This leads - in the case of cholesterol and blood pressure-to consideration of diet, obesity, and
alcohol. From a public health viewpoint, it is perhaps more useful to think of the
behaviour (diet) as the cause of the disease rather than labelling plasma cholesterol (the biological effect of the diet) as causal.
Second, we go further to examine the causes of these causes. It is not an accident that people consume diets high in saturated fat and salt. It represents the nature of the food supply, culture, affordability, and availability, among other influences. These are the
causes of the causes. For example, given that smoking is such an important cause of premature disease and death, we need to understand the social determinants of smoking. In particular, in many rich countries now, there is a social gradient in smoking: the
100.vetrhe socio-economic position, the higher the rate of smoking. One pathway, then, by which social circumstances affect health is through the influence
on behaviours known to relate to disease risk. There are others.".Marmot afirma que «a pobreza é apenas um dos factores para as desigualdades em saúde» sublinhando que «o empoderamento e a capacitação são determinantes para explicar as desigualdades em
saúde», dando o seguinte exemplo: «se você não tiver como alimentar uma criança, não tem forma de a empoderar.(..) a
fome, a malnutrição reduzem a capacidade de aceder aos mercados e aos recursos, assim Marmot acrescenta ainda que as pesquisas mais recentes relacionam as desigualdades em saúde com a autoconfiança, as crenças e as expectativas que levam à capacitação e ao empoderamento, dando como exemplos os vários estudos em que as pessoas que têm menos controlo sob os seus empregos têm duas vezes mais risco de morrer de doença cardíaca que aquelas que controlam melhor os seus empregos.
Nos nossos dias não chega associar a pobreza à doença, não são apenas os pobres os mais doentes, nos países dessnvolvidos importa estudar e perceber as diferenças entre os diversos graus de estratificação social.
A ler: The Status Syndrome, Michael Marmot.
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