HHs, paper free
A propósito do projecto “Consulta a tempo e horas”, revi recentemente os procedimentos relacionados com o circuito de atendimento de doentes da consulta externa do hospital onde exerço funções.
Os doentes agendados para a consulta do dia (após oito meses de espera) são submetidos a um longo calvário de idas e vindas ao balcão para cumprimento dos diversos procedimentos administrativos: senha + efectivação da consulta (pagamento da respectiva taxa moderadora), p1 + exames e, após ter sido visto pelo médico, + senhas para marcação de vez do rx e/ou realização de pensos. E, volta a pagar mais taxas.
Há taxas previstas para quase tudo. Felizmente ainda há muitos doentes isentos.
Isto quando tudo corre bem.
Porque são frequentes as demarcações em cima da hora: porque o senhor doutor faltou ou se atrasou, o processo clínico se extraviou ou o registo informático falhou.
Do lado da máquina administrativa são também inúmeras as dificuldades: escassez de pessoal administrativo, elevado número de registos errados geradores de desconformidades com repercussão no tratamento dos dados estatísticos e facturação.
Esta situação parece estar em vias de ser melhorada através da aposta num sistema informático baseado na gestão clínica dos doentes.
Os doentes agendados para a consulta do dia (após oito meses de espera) são submetidos a um longo calvário de idas e vindas ao balcão para cumprimento dos diversos procedimentos administrativos: senha + efectivação da consulta (pagamento da respectiva taxa moderadora), p1 + exames e, após ter sido visto pelo médico, + senhas para marcação de vez do rx e/ou realização de pensos. E, volta a pagar mais taxas.
Há taxas previstas para quase tudo. Felizmente ainda há muitos doentes isentos.
Isto quando tudo corre bem.
Porque são frequentes as demarcações em cima da hora: porque o senhor doutor faltou ou se atrasou, o processo clínico se extraviou ou o registo informático falhou.
Do lado da máquina administrativa são também inúmeras as dificuldades: escassez de pessoal administrativo, elevado número de registos errados geradores de desconformidades com repercussão no tratamento dos dados estatísticos e facturação.
Esta situação parece estar em vias de ser melhorada através da aposta num sistema informático baseado na gestão clínica dos doentes.
Precisamente.
Os médicos, depois de quatro semanas de formação, vão passar, eles próprios, a efectuar os registos “on line” dos dados relativos ao processo clínico dos doentes que atendem, com dispensa do pessoal administrativo de apoio.
Uma medida semelhante foi tentada, neste hospital, há anos atrás sem sucesso. O pessoal médico, dizem-me, não se adaptou aos meios informáticos…
Será que desta vez os nossos médicos vão exigir a compra de iMac brancos?
O que, apesar de tudo, será um bom sinal!
Ou dar-se-à o caso de não saberem o que isso é?
Uma medida semelhante foi tentada, neste hospital, há anos atrás sem sucesso. O pessoal médico, dizem-me, não se adaptou aos meios informáticos…
Será que desta vez os nossos médicos vão exigir a compra de iMac brancos?
O que, apesar de tudo, será um bom sinal!
Ou dar-se-à o caso de não saberem o que isso é?
7 Comments:
A maioria da informação registada nos vários circuitos administrativos hospitalares é redundante.
A implementação do processo clínico informatizado requer a reorganização e simplificação de todos os circuitos administrativos de forma a que todos os registos sejam efectuados pelos profissionais.
Um verdadeiro processo de reengenharia de geatão de topo.
Falta de assiduidade lidera infracções ICAS fala em volume "significativo" de processos
É "significativo" o volume de processos disciplinares por falta de assiduidade nas unidades do Serviço Nacional de Saúde, refere o último relatório da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (ICAS).
Estes processos representaram apenas perto de 15 por cento do total dos inquéritos movimentados pela inspecção em 2006, mas foram os que conduziram a mais punições. Os ilícitos punidos em 2006 por falta de assiduidade representaram 32 por cento, cerca de um terço do total, de acordo com o relatório. Seguiam-se as irregularidades administrativas e financeiras, com 21 por cento do total.
No ano passado, a inspecção movimentou perto de dois mil processos disciplinares que, no limite, podem conduzir a penas de expulsão.
Os ilícitos por falta de assiduidade são de prova mais fácil, explica a IGAS, notando que estes são maioritariamente participados pelos próprios serviços e normalmente são "situações em si mesmo bastante objectivas e fundamentadas".
Para Carlos Santos, do Sindicato Independente dos Médicos, a elevada percentagem de processos por falta de assiduidade que mereceram sanção é apenas a prova de que "o sistema funcionou bem até agora e que os directores de serviço, de uma maneira geral, estão atentos".
DD 15.10.07
A subtileza do senhor dr é manifesta.
Quando o sistema passar a funcionar de verdade quantos mais serão apanhados?
Vão para a privada, façam o que quiserem.
É necessário acabar urgentemente com esta marmelada.
Acabar com este regime de excepção.
Quando o sistema começar a funcionar de verdade vai ser igual.
Agora, é necessário olhar para a taxa de absentismo da DGS (ascende aos 21%), batendo assim, ao que consta, todos os recordes de absentismo da função pública. Como salienta o sindicato, fazendo as contas, verificamos que em média cada funcionário da DGS faltou 52 dias ao trabalho em 2006.
Como sabe a DGS não consta da calendarização do despacho do Sr. Secretário de Estado.
Quanto a regimes de excepção é preciso ser equitativo. Acabar com este sistema de auto-regulação (que pelos vistos até tem funcionado)deve obrigar a acabar com outros, se possível todos. Penso que os processos da ICAS dizem respeito a diversos grupos profissionais. Não será?
Como sabe, os regimes de excepção (não falamos só de assiduidade), na Saúde, não atingem só os profissionais médicos.
Eles são ubiquitários e tanto maiores quando mais tempo se vive na sombra do poder.
Aí poderá encontrar muita marmelada...
Tenho andado um tanto arredio do Saúde SA por motivos vários. Não que me falte a vontade de participar mas...na verdade não tenho tido grande disponibilidade (de tempo e mental) para o fazer.
Quanto a assiduidade, deixo uma pergunta: como se faz o controle de presenças na IGAS? E como está a sua assiduidade?
Como se faz o controlo dos funcionários que "se encontram em serviço de inspecção" no exterior da IGAS?
À sexta-feira (em particular) a que horas muitos desses ditos inspectores suspendem o trabalho?
Bem prega Frei Tomás...
Mas deixo ainda outra pergunta: já alguém se deu ao trabalho de fazer uma análise aos motivos de ausência não justificada ao serviço? Estarão os senhores gestores de topo a dar bons exemplos? Estarão a fazer os dirigentes o seu papel de líderes?
Sei que, num grande número de situações o trabalhador é empurrado para as faltas pois não lhe são atribuídas tarefas que o motivem e o dignifiquem!
Dou um exemplo: encontrei hoje uma amiga da SS (cujo mérito e capacidade de trabalho bem conheço) e que há dois anos se encontra na prateleira. É fácil adivimhar porquê. Era dirigente e por isso...prateleira com ela.
Isto existe e não é caso único. E existe em todas as áreas e serviços num processo que se repete sempre que muda o partido do governo!
É escandaloso que técnicos altamente qualificados se vejam marginalizados. Aliás, com violação da própria lei geral do trabalho.
Entretanto, como ainda hoje se pode ler na imprensa vão sendo recrutados mais e mais trabalhadores com contrato a termo!
Esta não é a única explicação das ausências ao serviço. Mas é certamente uma das fortes razões para que tal aconteça - a irresponsabilidade e o mau exemplo dos dirigentes, a falta de motivação dos trabalhadores, a marginalização.
Mais e mais derivas.
Caro É-pá: sobre a assiduidade da DGs, reforço o que aqui já disse - trata-se de um erro de palmatória no tratamento estatístico a reflectir uma inverdade sobre a assiduidade.
Sobre o controle de assiduidade na IGAS, lanço-lhe um repto: como cidadão e profissional de saúde, até para se assegurar da mais elementar equidade no tratamento da questão, mande um ofício, um fax, um e-mail a pedir esclarecimentos ... talvez fique deveras surpreendido.
Caro nãoseiquenome usar:
Sobre a assiduidade da DGS, poderá haver um erro de palmatória no tratamento estatístico dos dados.
Mas sejamos directos. Não falemos em "inverdades" que pressupõem entorses da análises para fins específicos. O erro está escarrapachado no relatório da DGS.
Quando aos conselhos sobre a verificação da assuiduidade no IGAS, meu caro amigo, lamento informá-lo, mas não tenho nada a ver com isso. É um assunto que diz respeito aos responsáveis superiores e intermédios da Instituição. Os princípios que defendo para o IGAS são os mesmos que para os HH's. A metodologia, neste caso, a identificação biométrica, também.
Aliás, no relatório da DGS, pode verificar-se que o controlo de assiduidade faz-se por "relógio de ponto" que, a direcção desse organismo, considera "muito bom"!
Sem mandar fax's, e-mails, ofícios, julgo-me no direito de exigir equidade de "tratamento" cívico e laboral, não só no MS, mas em toda a FP.
A discriminação que se vai estabelecer entre os FP's é, ao contrário do que supõe, perniciosa.
E o discernimento será não levar tudo a "eito", mas a capacidade de saber até onde se deve ir.
Não será?
Caro é-pá:
A sugestão de Consulta à IGAS deveria ter sido dirigida ao "Tonitosa" e não a si. Peço desculpa por isso.
Quanto à flexibilidade, ao quarto de hora académico, todos o conhecemos. Devia ser excepção, para poder legitimamente chamado de "flexível" e não regra, larga e largamente ultrapassada de forma viciosa.
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