Velhos dos Marretas
1.- Em campanha para a renovação do mandato de bastonário da OM, cuja eleição terá lugar dia 12.12.07, Pedro Nunes, tem procurado ir a todas. Depois de defender a existência de um parecer que permita aos cirurgiões com VIH continuarem a exercer a sua actividade, prontamente elogiado por CC, link o senhor bastonário decidiu desancar as medidas de reforço da emergência pré-hospitalar que estão a ser implementadas, associadas ao processo requalificação das Urgências. link link
a) Ambulâncias e helicópteros SIV são uma fraude e um luxo
Ambulâncias de suporte imediato de vida (SIV) (estão previstas 42 no total do país), a funcionar com um técnico de emergência e um enfermeiro, «com um apito e pirilampos azuis, as pessoas vão pensar que são veículos médicos. Enfermeiros sem treino vão manejar fármacos perigosos, como anestésicos, seguindo as instruções dadas pelo telefone por médicos. Não é viável um médico efectuar consultas de rotina, à distância, de doentes que não conhece, com o enfermeiro no local e o médico em casa em ligação telefónica. É fácil de compreender ser completamente impossível que médicos, nas centrais do CODU, possam ser responsáveis e responsabilizados pelos actos praticados nas viaturas SIV em situações de urgência e emergência.»
Helicópteros (mais três) «a substituir ambulâncias sem fazer uma intervenção diferenciada (sem médico), só para fazerem chegar os doentes mais rápido aos HHs são um luxo desnecessário. »
b) SAPs e Urgências, arte de dissimulação
«De facto, os SAP, numa estranha e demagógica mudança de rótulo, foram substituídos pelas chamadas Consultas Abertas (com distintas designações consoante os Centros de Saúde), que continuaram a prestar às populações exactamente o mesmo tipo de serviço e a funcionar nas instalações dos SAP, com excepção do período nocturno em alguns locais.»
«A substituição de Urgências Hospitalares por Consultas de Agudos não Programadas dos Centros de Saúde, a serem obrigatoriamente cumpridas por médicos dos centros de saúde nas instalações dos hospitais e com prejuízo da assistência prestada aos doentes dos seus ficheiros, é contraditória com anteriores afirmações do Ministro da Saúde e completamente ilegal.»
2. – Entretanto, a CTAPRU (Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação das Urgências), cuja proposta previa o encerramento de 15 serviços hospitalares, parece já ter concluída a nova rede de referenciação dos serviços de emergência, sem ter contado no seu estudo com as decisões políticas que o ministro da Saúde, sacudido pelo processo de contestação autarca/popular, entretanto, decidiu tomar, como a manutenção da urgência do Hospital Curry Cabral e os SUB de Macedo de Cavaleiros, Fafe, Santo Tirso e Montijo.
Estão a imaginar como isto tudo vai acabar?
3. – Enquanto aguarda pela conclusão do reforço da emergência pré-hospitalar, CC, vai defendendo na imprensa diária a correcção da sua política de requalificação das urgências, fazendo "sangrar os números" que dispõe, como de costume. link
«A política do Ministério da Saúde (MS) de desenvolver o atendimento regular de consultas externas programadas, quer em hospitais quer em centros de saúde, em vez de responder à procura apenas com urgências e consultas de SAP, continua a dar resultados positivos.»
« O SNS não só ampliou a sua oferta-utilização global em ambulatório, líquida, em mais 1,237 milhares de actos, como reduziu a importância relativa das consultas de urgência e em "SAP e afins", de 28 por cento para 26 por cento - o que significa indiscutível melhoria da qualidade.
Esta tendência acentuou-se, em 2007, com os dados já colhidos dos primeiros nove meses. Adicionando urgências hospitalares e consultas em "SAP e afins", a importância relativa do atendimento não-programado no total de contactos em ambulatório baixou de 25,9 por cento para 23,8 por cento, sendo provável que para todo o ano de 2007 não suba acima dos 24 por cento. É expectável que, quando terminar 2007, se acentue esta tendência de redução da importância relativa dos contactos não-programados - o que é positivo.» JP, CC 06.12.2007
4.- Pese embora o esforço do ministro em esticar os dados, o sector privado da saúde continua a ser o grande beneficiário desta política, registando, segundo dados da APHP, em 2006, um aumento de 10 por cento de atendimentos de urgência, face ao movimento do ano anterior. link
«Só os hospitais Cuf Descobertas e Cuf Infante Santo, em Lisboa, passaram de 342 mil episódios de urgência em 2005 para 361 mil em 2006, enquanto o Hospital da Luz, que abriu este ano, atende já uma média de 200 doentes por dia» JP , AC 01.12.2007
5.- Miguel Leão, também na corrida para a OM, acusa o actual bastonário de ter um entendimento com o ministro da Saúde. link Cuja existência, segundo ML, explica o facto de o dr. Pedro Nunes, não ter sido capaz de apoiar a recente greve da administração pública.
a) Ambulâncias e helicópteros SIV são uma fraude e um luxo
Ambulâncias de suporte imediato de vida (SIV) (estão previstas 42 no total do país), a funcionar com um técnico de emergência e um enfermeiro, «com um apito e pirilampos azuis, as pessoas vão pensar que são veículos médicos. Enfermeiros sem treino vão manejar fármacos perigosos, como anestésicos, seguindo as instruções dadas pelo telefone por médicos. Não é viável um médico efectuar consultas de rotina, à distância, de doentes que não conhece, com o enfermeiro no local e o médico em casa em ligação telefónica. É fácil de compreender ser completamente impossível que médicos, nas centrais do CODU, possam ser responsáveis e responsabilizados pelos actos praticados nas viaturas SIV em situações de urgência e emergência.»
Helicópteros (mais três) «a substituir ambulâncias sem fazer uma intervenção diferenciada (sem médico), só para fazerem chegar os doentes mais rápido aos HHs são um luxo desnecessário. »
b) SAPs e Urgências, arte de dissimulação
«De facto, os SAP, numa estranha e demagógica mudança de rótulo, foram substituídos pelas chamadas Consultas Abertas (com distintas designações consoante os Centros de Saúde), que continuaram a prestar às populações exactamente o mesmo tipo de serviço e a funcionar nas instalações dos SAP, com excepção do período nocturno em alguns locais.»
«A substituição de Urgências Hospitalares por Consultas de Agudos não Programadas dos Centros de Saúde, a serem obrigatoriamente cumpridas por médicos dos centros de saúde nas instalações dos hospitais e com prejuízo da assistência prestada aos doentes dos seus ficheiros, é contraditória com anteriores afirmações do Ministro da Saúde e completamente ilegal.»
2. – Entretanto, a CTAPRU (Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação das Urgências), cuja proposta previa o encerramento de 15 serviços hospitalares, parece já ter concluída a nova rede de referenciação dos serviços de emergência, sem ter contado no seu estudo com as decisões políticas que o ministro da Saúde, sacudido pelo processo de contestação autarca/popular, entretanto, decidiu tomar, como a manutenção da urgência do Hospital Curry Cabral e os SUB de Macedo de Cavaleiros, Fafe, Santo Tirso e Montijo.
Estão a imaginar como isto tudo vai acabar?
3. – Enquanto aguarda pela conclusão do reforço da emergência pré-hospitalar, CC, vai defendendo na imprensa diária a correcção da sua política de requalificação das urgências, fazendo "sangrar os números" que dispõe, como de costume. link
«A política do Ministério da Saúde (MS) de desenvolver o atendimento regular de consultas externas programadas, quer em hospitais quer em centros de saúde, em vez de responder à procura apenas com urgências e consultas de SAP, continua a dar resultados positivos.»
« O SNS não só ampliou a sua oferta-utilização global em ambulatório, líquida, em mais 1,237 milhares de actos, como reduziu a importância relativa das consultas de urgência e em "SAP e afins", de 28 por cento para 26 por cento - o que significa indiscutível melhoria da qualidade.
Esta tendência acentuou-se, em 2007, com os dados já colhidos dos primeiros nove meses. Adicionando urgências hospitalares e consultas em "SAP e afins", a importância relativa do atendimento não-programado no total de contactos em ambulatório baixou de 25,9 por cento para 23,8 por cento, sendo provável que para todo o ano de 2007 não suba acima dos 24 por cento. É expectável que, quando terminar 2007, se acentue esta tendência de redução da importância relativa dos contactos não-programados - o que é positivo.» JP, CC 06.12.2007
4.- Pese embora o esforço do ministro em esticar os dados, o sector privado da saúde continua a ser o grande beneficiário desta política, registando, segundo dados da APHP, em 2006, um aumento de 10 por cento de atendimentos de urgência, face ao movimento do ano anterior. link
«Só os hospitais Cuf Descobertas e Cuf Infante Santo, em Lisboa, passaram de 342 mil episódios de urgência em 2005 para 361 mil em 2006, enquanto o Hospital da Luz, que abriu este ano, atende já uma média de 200 doentes por dia» JP , AC 01.12.2007
5.- Miguel Leão, também na corrida para a OM, acusa o actual bastonário de ter um entendimento com o ministro da Saúde. link Cuja existência, segundo ML, explica o facto de o dr. Pedro Nunes, não ter sido capaz de apoiar a recente greve da administração pública.
Guerras à parte, a haver um pacto de sobrevivência entre o bastonário da OM e CC, permite-nos prever, com certo conforto, a continuidade destes já célebres diálogos de velhos dos marretas para a próxima legislatura.
2 Comments:
A candidatura do Dr. Miguel Leão, nos meios da Gestão e da Economia da Saúde, tem sido permanenemente desvalorizada para não dizer discretamente receada.
É preciso compreender que o vencimento desta candidatura iria, com certeza, perturbar os mansos dias do "politicamente correcto" que têm preenchido o seu mandato, sem sobressaltos para o MS.
Grande número de médicos - fora de contextos corporativos - atribui especiais responsabilidades à política de Saúde do Governo no que diz respeito a um assunto político e social major: o desmantelamento paulatino do SNS.
Mas, a par desta posição de princípio que lhe é fácil observar, dada a sua privilegiada colocação no terreno, constatam que, da parte do actual bastonário da OM, houve alguma retórica, mas acima de tudo pouca firmeza, nenhuma convicção, ou se quisermos ir mais longe, muita complacência.
Embora estejamos próximos do Natal, os médicos não vão continuar embalados pelos sons da Muppet Family Christmas...
Os comentários do balcão, como os risos de plateia, tem os dias contados.
Dão origem a spin doctors ... bastonários, ministros, etc.
Penso que o Dr. Pedro Nunes, ao analisar a vitória do Dr. Marinho Pinto, na Ordem dos Advogados, deve ter-se sobressaltado.
Efectivamente, os saborosos e tranquilos dias do "politicamente correcto" poderão, para um determinado tipo de profissionais (como os médicos, advogados, etc.), ter tido melhores dias.
E se assim for, chegará à conclusão que, ao longo do seu mandato, apostou no cavalo errado.
Assim:
The best of Muppet show?
or
backing the wrong horse?
Declarações do Dr Pedro Nunes que só podem ter sido feitas em altura de campanha eleitoral... de outro modo são patéticas:"Enfermeiros sem treino vão manejar fármacos perigosos, como anestésicos, seguindo as instruções dadas pelo telefone por médicos".
Se isto não é estar desfasado da realidade... então não sei o que é.
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