sábado, março 1

HH EPE, resultados 2007

Os 34 HH EPE, registaram no exercício de 2007 uma melhoria do prejuízo de 114 milhões de euros. link Este resultado ficou a dever-se ao aumento dos proveitos (2,9%) e contenção dos custos operacionais (1,4%); pessoal (1,1%) e consumos (2,4%).
Quanto à produção, as cirurgias do ambulatório registaram um aumento de 28,6%; consultas externas (5,3%); primeiras consultas (10,5%).
A confirmarem-se estes reultados (provisórios), os ganhos de eficiência são evidentes, o que só abona em favor da eficácia do modelo EPE.

2 Comments:

Blogger Clara said...

Não há almoços grátis»

«TM» - O que vai acontecer ao SNS geral, universal e tendencialmente gratuito que temos preconizado na nossa Constituição?

RM - Os custos em Saúde, independentemente do modelo de prestação, têm uma tendência natural para crescer. E portanto é necessário haver uma racionalização desses custos, não é possível que continuem a crescer sem que alguém os pague. Neste contexto, penso que faz falta a consciencialização da população, no sentido de perceber que quando recorre a um serviço de saúde são muitos os custos associados. É nesse sentido que acho que tem de haver uma maior racionalização, sem obviamente prejudicar a qualidade e a acessibilidade ao sistema, a que todos os cidadãos têm direito.

«TM» - Mas o SNS deve continuar a ser tendencialmente gratuito?

RM - Penso que a Constituição foi escrita num contexto muito particular, passaram entretanto 30 anos e é importante que se perceba o que tal implica e, sobretudo, se a sociedade está disposta a assumir isso.
Em suma, a acessibilidade é fundamental, portanto tem de se manter a universalidade; já quanto à gratuitidade, é diferente. Não pode nenhum cidadão ver-se privado de cuidados de saúde por não ter capacidade financeira, mas as pessoas têm de perceber que só porque têm segurança social, se a sua posição financeira for confortável não podem querer aceder nas mesmas condições de alguém sem essa condição. Tem de haver bom senso na racionalização do acesso, pois, como se costuma dizer, «não há almoços grátis» e se se quer ter acesso a cuidados de saúde indiscriminadamente, isso tem custos, e provavelmente as contribuições terão de aumentar.
Não obstante, penso que todos os médicos defendem a existência de um SNS que preste cuidados à população e entendem que este foi um grande avanço para o País, com repercussões claras nos indicadores de saúde portugueses.

Ricardo Mexia, interno de Saúde Pública
TM 03.03.08

3:41 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Diga-nos, senhor Presidente

Os problemas verificados no sector da saúde foram um dos aspectos privilegiados pelo senhor Presidente da República na comunicação ao país pelo Ano Novo. Naquela sua intervenção como que antecipava a revolta social que se instalou e que levou à queda do dr. Correia de Campos.

O professor Cavaco Silva esteve recentemente no Porto para participar na inauguração do Instituto CUF do grupo José de Mello Saúde, projecto que se integra na criação de um grande hospital privado nas cidades do Porto/Matosinhos. Que me lembre, a última vez que concedeu a honra da sua visita a uma unidade de saúde foi há cerca de um ano, quando, na companhia do ex-ministro Correia de Campos, integrou a comitiva de honra que inaugurou o Hospital da Luz, grande investimento do grupo Espírito Santo em Lisboa. (...)

Recentemente a Sedes referia sentir-se "um mal-estar difuso" que "alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional", alertando para o risco de uma grave crise social motivada pela descrença dos portugueses nos seus representantes políticos.

Confrontado com estas declarações, o senhor Presidente da República aconselhava-nos a não nos resignarmos e a trabalharmos para vencer as dificuldades. Convém lembrar que há meio milhão de desempregados que querem, mas não conseguem encontrar trabalho, ao qual se juntam milhares com vínculos precários. Muitos destes profissionais pertencem à área da saúde onde aqueles com emprego partilham com os demais trabalhadores do sector público o congelamento das carreiras profissionais, a ausência de políticas que premeiem o desempenho e aumentos salariais sempre aquém dos valores da inflação.

Com tanta parcialidade no tratamento dos agentes no terreno e pela descrença demonstrada nas capacidades dos trabalhadores do sector público, diga-nos, senhor Presidente: trabalhar para quem, para quê e em nome de que interesses?
Jorge Almeida, Médico cardiologista, Hospital S. João
JP 01.03.08

3:51 da tarde  

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