domingo, abril 6

Fixe, meu !


A ministra da Saúde, Ana Jorge, em entrevista à TSF e Diário de Notícias, no programa Discurso Directo (06.04.08), anunciou que Anadia vai voltar a ter serviço de urgência. Porque, justificou, quer que a população de Anadia volte a confiar nos serviços de saúde link
Isto depois de ter garantido na inauguração da nova urgência do Hospital de S. Miguel, em Oliveira de Azeméis (29.03.08), que o mapa da rede de urgências hospitalares
link é para «cumprir». link
É a política eleitoralista do primeiro ministro, José Sócrates, dura, nua e crua, em todo o seu esplendor. Da política de saúde de CC, por este andar, no final da campanha, não restará pedra sobre pedra.

O que virá a seguir?

16 Comments:

Blogger Clara said...

É triste ver uma prestigiada profissional do SNS fazer figuras destas!

3:57 da tarde  
Blogger Hospitaisepe said...

José Sócrates soube escolher o perfil do sucessor de CC para o Ministério da Saúde.

3:59 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Seria interessante ouvir TUDO o que a Ministra disse e ler A TOTALIDADE das transcrições (DN, 06/04/2008, pág. 5, sublinhados meus):
“MINISTRA EXPLICA CASO ANADIA
P: Já tomou uma decisão quanto ao centro de Anadia, e também o da Régua, onde a polémica, e a contestação da população, foi mais forte?
R: Na Anadia já nos reunimos com o presidente da câmara, tentando identificar o que aconteceu, tanto do ponto de vista dos serviços de saúde como do ponto de vista do movimento de contestação. Isso foi conseguido, num clima de grande abertura e diálogo. Ficámos, numa segunda fase, de entender exactamente a organização dos serviços que foram criados como alternativa.
P: Admite que não estão a funcionar, esses serviços alternativos?
R: Os serviços alternativos foram um bom objectivo. No entanto, as mudanças às vezes são difíceis, não apenas para os cidadãos, como se vê, mas também para os profissionais de saúde. Há aqui algumas questões que vão ter de ser aferidas e conferidas para adaptar aquilo que foi criado como alternativa no sentido de que corresponda exactamente às necessidades da população.
P: Então, julgo entender que é admissível a possibilidade de o centro de saúde de Anadia reabrir?
R: O centro de saúde de Anadia está aberto, nunca fechou.
P: Mas não tem urgências, a população entende...
R: Nunca teve urgência. Aquilo que havia na Anadia era um pequeno hospital que prestava cuidados de proximidade à população e que tinha um serviço de atendimento 24 horas por dia. É importante tentar explicar às pessoas o que é uma coisa e o que é outra. Quando nós dizemos que mantemos o atendimento à doença aguda e às doenças não programadas na Anadia durante o dia e, provavelmente, extensível às 24 horas. Até às 24 horas de cada dia. Quanto ao futuro, a decisão vai ser tomada numa reunião entre o presidente da Administração Regional de Saúde, o senhor presidente da Câmara e eu própria, tentando, no gabinete, no ministério, encontrar a solução adequada para Anadia. O que existia na Anadia não era uma urgência hospitalar, embora funcionasse num espaço que era o Hospital da Anadia, que tem serviço de internamento e um serviço pequeno de cirurgia e de medicina. A urgência era uma urgência de cuidados primários. Quanto ao atendimento à doença aguda, essa nós vamos ter de conseguir manter. A diferenciação de uma urgência hospitalar nunca existiu, do ponto de vista da diferenciação dos cuidados. Portanto, há aqui uma confusão que foi colocada, e obviamente tem a ver com a percepção que as pessoas têm de considerar urgente sempre que há um serviço para as atender…
P: Mas podemos entender que aquilo que a Anadia tinha antes do encerramento decidido vai voltar a ter? De uma outra forma, com uma outra organização, mas voltar a ter?
R: Com uma outra organização. E vamos tentar que a população não sinta que perdeu algo, que é a segurança nos serviços de saúde e nos cuidados que lhe são prestados.”

Portanto Ana Jorge disse, de uma forma muito enrolada, que nunca tinha havido urgência, que é preciso manter a assistência à doença aguda até às 24 horas de cada dia, e que adaptaria a organização às necessidades da população. Igual a Correia de Campos. Mas interessa dar a ideia de que a contestação ganhou e de que o governo cedeu.

6:27 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A entrevista poderá ser ouvida através do site da TSF:
http://tsf.sapo.pt/online/radio/index.asp?id_artigo=TSF190356&pagina=Interior

6:30 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

Excelente intervençao da Sofia.
É cada vez mais dificil confiar no trabalho dos jornalistas.
Pricipalmente, não nos devemos deixar levar pelos títulos.

7:59 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Cara Sofia:

A sua precisa explicação das declarações da Ministra sobre Anadia, deu-me origem às seguintes Divagações:

Em política CC quis, durante muito tempo e persistentemente, parecer que afrontaria, desse por onde desse, o sr. Prof. Litério. Consguiu que o Prof.Litério acabasse por vestir uma couraça de troglodita e o apresentasse assim - dinossaúurico - na TV. Mais, sonhou fazer-lhe o mesmo me terras da Anadia. Passeá-lo neste equívoco.
Só isso e não outra coisa, pois isso bastava!

Todos escorregamos para a hipocrisia. Isrto é, imitar aquilo que é eficaz!
Afivelamos a máscara das expressões amistosas, das soluções consensuais do repudio aos equivocos.
Neste momento a afabilidade e a amistosidade rendem. Não há urgências - porque nunca houve - há casos agudos 24 horas - porque sempre os haverá (independente de qualquer casuística).
Portanto, andamos algum tempo equivocados... E passados quase 3 meses ainda não descobrimos porquê... das reformas já, agora e a todo o vapor....

"As causas não determinam o carácter da pessoa, mas apenas a manifestação desse carácter, ou seja, as acções"
Disse: Arthur Schopenhauer.

Talvez Anadia seja um pouco disto.... e Sofia devesse ser mais severa a zurzir...

Mas o que escrevi mantêm-se divagações...

9:08 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Movimentos de Utentes aplaudem decisão da ministra para Anadia
O Movimento de Utentes em defesa do Serviço Nacional de Saúde aplaude a ministra da Saúde, Ana Jorge, que em entrevista à TSF e DN no programa «Discurso Directo», admitiu alargar até às 24 horas o atendimento às doenças agudas e não programadas no hospital da localidade.
link

11:49 da tarde  
Blogger cotovia said...

Anadia tornou-se lugar de culto da oposição de pantomineiros.
Por ali passaram Menezes, Jerónimo de Sousa e Paulo Portas.
José Sócrates quis esvaziar mais este polo de contestação e deixar a oposição que temos a falar sozinha.
É duro no entanto para quem estava a fazer um trabalho honesto a bem de todos ver as declarações do Litérios e dos inúmeros lideres de manifs de rua.
O zé povinho apanhou-lhes o fraco. As manifs vão continuar para todos os gostos.
Eu já pensei organizar uma manife contra a minha vizinha que todas as manhãs põe a música aos berros. Tenho medo que, entretanto, o Sócrates proíba até ao final das próximas eleições o meu programa de rock favorito.

12:02 da manhã  
Blogger Unknown said...

A rapidez mediática da vida nos dias de hoje é assim, como se não chegássem os títulos enganadores dos Jornais e as citações truncadas, leva-nos a emitir opinião sem antes ouvirmos com atenção a informação disponível. Só assim se percebe o comentário do Xavier acerca da entrevista da Ana Jorge " É a política eleitoralista do primeiro ministro, José Sócrates, dura, nua e crua, em todo o seu esplendor. Da política de saúde de CC, por este andar, no final da campanha, não restará pedra sobre pedra.". Quem ouviu a entrevista antes de tecer comentários percebe bem o comentário da Sofia, e sentirá que no tal discurso enrolado, talvez ainda pouco trabalhado mediáticamente, e na voz que às vezes quase se perde está muito do sentimento e da da visão vinda de dentro dos serviços e dos sentimentos dos profissionais de saúde, onde talvez falte a consistência e a visão global de CC, existe um profundo conhecimento do sentir da "caserna" e a necessidade de acertar o discurso não por razões eleitoralistas mas para salvar a reforma e a política de saúde preparada por CC e colocada no programa eleitoral do PS.

1:46 da manhã  
Blogger xavier said...

Caro Avicena,

Na cerimónia de inauguração da nova urgência do Hospital de São Miguel em Oliveira de Azeméis, a Ministra da Saúde prometera aos jornalistas falar, em breve, sobre a decisão do governo relativamente à reabertura da urgência de Anadia.
Naturalmente, nesta entrevista havia expectativa sobre o que seria dito sobre esta matéria.

Quando acabei a leitura da entrevista do DN, fiquei com a sensação de que Ana Jorge havia agendado com o primeiro ministro adiantar mais qualquer coisa antes do anúncio da decisão final. Ana Jorge, no entanto, apenas conseguiu “enrolar” a explicação . Socorrendo-se da semântica. Anadia na altura em que foi encerrada por CC, não seria bem uma urgência . Não sendo uma urgência...

Anadia tem sido um duro percalço político que interessa ao governo resolver. Com melhor ou pior habilidade. Para a oposição o que está em causa é saber se o Governo recua ou não . E a ministra, dizendo-o por meias palavras, de forma enrolada (como diz a Sofia), já recuou. Já o havia feito anteriormente. Nesta entrevista confirmou-o.
Embora Ana Jorge empreste o seu jeito doce, quem nesta altura comanda a política de saúde, estou certo, é o primeiro ministro, José Sócrates.
Foi este sentimento que me levou a fazer o post “fixe, meu!” com a foto de JS.

Face a este recuo, a execução do mapa das urgências está comprometida. Como escreveu o Vital Moreira: «Quem abre uma fresta numa barragem sob pressão arrisca-se a levar com uma enxurrada em cima. A Ministra Ana Jorge não devia ter deixado a mínima dúvida, desde o início, de que estava fora de causa reabrir o dossier dos serviços encerrados.» link

Depois do comentário da Sofia votei à entrevista da ministra , desta feita através da gravação da TSF.
O discurso enrolado, a concordar demasiadas vezes com o ponto de vista dos jornalistas, confirma efectivamente boas notícias para o Litério Marques. Não é a reabertura da urgência do Hospital de Anadia, que está em causa. Porque esta, efectivamente, nunca existiu e, por conseguinte, nunca fechou. Mas sim, a reabertura de uma qualquer coisa que adoce o sentimento da população de Anadia e lhe dê a confirmação de derrota desse "maldito" ministro da saúde ao serviço de Santanás Com a ajuda de Deus, naturalmente. Desta forma, muitos dos cidadãos de Anadia voltarão a votar em Sócrates.

Se esta é a marca que Ana Jorge quer imprimir ao processo de reforma da Saúde delineado por CC…
Um abraço

12:22 da tarde  
Blogger MC said...

Se bem ouvi, o Presidente da Câmara fala em reabertura da urgência. Mesmo que o não seja, é essa a imagem que ele vai fixar na mente dos seus eleitores: derrotou o Governo e os munícipes terão de novo Urgência.

12:48 da tarde  
Blogger tambemquero said...

E, se houve alguma confusão a culpa foi do discurso entolado da senhora ministra que obrigou hoje a um esclarecimento do MS:

«Afinal, o que a ministra da Saúde pretendia dizer, na entrevista ontem publicada pelo Diário de Notícias e emitida pela TSF, é que tenciona manter o atendimento a doenças agudas e não programadas no hospital de Anadia até às 24 horas, esclareceu a assessoria do ministério. »
JP 07.04.08

Proponho a Sofia para descodificadora das intervenções públicas da ministra Ana Jorge.

1:05 da tarde  
Blogger ochoa said...

Como era de esperar, apanhado o fraco, a guerra vai continuar.

«O presidente da Câmara de Anadia congratulou-se ontem com a cedência da ministra em relação às urgências locais. Quer o autarca quer o porta-voz do movimento de utentes dão como certo a reabertura da urgência do Hospital José Luciano de Castro na sequência das palavras da ministra da Saúde, Ana Jorge, em entrevista ao DN e à TSF (ver ao lado). Mas o presidente da concelhia do PS, Rui Marinha, veio dizer que a ministra não se estava a referir em alargar o atendimentos até às 24 horas nas urgências, mas sim, e apenas, no Centro de Saúde, na consulta aberta.

O cenário posto pelo dirigente socialista local desagrada ao líder da edilidade, Litério Marques (PSD), que esta semana vai reunir com a ministra da Saúde: "Para isso mais vale que fique tudo como está e continuaremos a combater a política, porque não nos satisfaz", disse o autarca. "Vamos falar de urgências e não de uma redefinição da consulta aberta, que não serve para as necessidades de Anadia em termos de doentes emergentes que não têm alternativa", vincou.

"Deus queira que não nos decepcione", afirmou Litério Marques, disposto a assinar "qualquer protocolo desde que seja para melhorar o hospital que Anadia tem".

Rui Matilha, contudo, garante: "Não são urgências. É uma consulta aberta a cargo do centro de saúde durante as 24 horas."

Régua também exige

O presidente da Câmara Municipal da Régua vai pedir uma nova audiência à ministra da Saúde para analisar o encerramento da urgência do hospital D. Luís I. Nuno Gonçalves considera que a alternativa ao encerramento da urgência - consulta aberta até à meia-noite e ambulância de suporte imediato de vida - "é um embuste". O autarca lembra que a urgência servia uma população residente de 50 mil pessoas, originária, para além da Régua, dos concelho de Mesão Frio, Santa Marta de Penaguião, S. João da Pesqueira, Tabuaço, Alijó e Baião. Também em Chaves, o autarca quer uma decisão.
DN 07.04.08

Por falar em guerra, o caso de Anadia, e o que tem acontecido ultimamente, faz-me lembrar a história da tia Albertina da história velhinha do Solnado sobre a sua ida à guerra.
Quanto à melhoria da capacidade de comunicação o MS, esta aindanão é perceptível pelo comun do cidadão.

2:00 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Sócrates pratica uma Esquerda mínima e miserável, espécie de má consciência de quem governa contra a sua base eleitoral. Da Esquerda sobra o espírito das milícias ideológicas que tudo querem regulamentar, controlar e uniformizar. Em nome da equidade e da justiça social, Sócrates acena com a mão esquerda mas governa com a mão direita. E a direita portuguesa observa obediente.

DE 05.04.08

2:17 da tarde  
Blogger MC said...

Já agora, e porque nem sempre nos lembramos do passado recente nem do que podemos contar relativamente à postura de cada interveniente, peço que recordem as afirmações do presidente da Câmara de Anadia quando morreu a bebé no parque de estacionamento do C.Saude. O aproveitamento político foi feito e resultou. Pode a M.Saúde esquecer-se desta postura quando for negociar/dialogar?

2:56 da tarde  
Blogger tambemquero said...

A prova evidente que a entrevista não correu nada bem é que o texto da mesma, como é usual, não foi colocado no Portal da Saúde.

A Intervenção da Ministra da Saúde, Ana Jorge, nas comemorações do Dia Mundial da Saúde, efecuada posteriormente já lá está.

8:47 da manhã  

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