terça-feira, abril 8

Pontómetro


Também é para cumprir?
Além de Litério Marques, a ministra da saúde, Ana Jorge, tem-se visto a braços, nestes primeiros tempos, com as reivindicações do bastonário da OM, Pedro Nunes.
«Continuam a empurrar-se os médicos para fora do SNS, que, muitas vezes, saem não tanto pelo que podem ganhar no privado, mas porque se sentem insultados com medidas estúpidas. A introdução do relógio de ponto que, só por si, foi responsável pela debandada de dezenas largas , mesmo centenas de médicos».
Pedro Nunes, criticou também a «desarticulação« no serviço de saúde, exemplificando com as discrepâncias salariais que se encontram num serviço de urgência .

«O serviço Nacional de Saúde tem de se reformular e formar a área profissional dentro do sistema para garantir que os melhores possam sentir dentro da carreira pública a sua capacidade profissional a desenvolver-se».
As carreiras dos médicos têm que ser revistas para «equiparar« os contratos entre os sectores empresarial do Estado e o público.
link link Ana Jorge
Até final das eleições, que recuos/avanços teremos nesta matéria ?

4 Comments:

Blogger altitude said...

Talvez tenha razão (ou razões?) o Sr Bastonário. A introdução do relógio de ponto até pode parecer insultuosa para a Classe. Já não seria se apenas estivessem obrigados os Administrativos? Mas não deveria a OM questionar-se acerca das razões que levam sucessivos Ministros a duvidarem da assiduidade de alguns (poucos, muitos?) médicos? E das razões que levam muitos cidadãos a questionarem também?
Por outro lado, parece-me que alguma fraseologia subentende falta de respeito. Muita falta de respeito, aliás. Convém recordar que o Ministro, apesar de não eleito, foi nomeado por eleitos que superam, em número de eleitores, os eleitores da classe representada pela OM.

9:22 da manhã  
Blogger e-pá! said...

Caro Xavier:

O "sumo" das declarações da Ministra Ana Jorge, sobre os estatuto dos médicos (profissional e laboral) não é o pontometro ou o controlo biométrico da assiduidade...
É antes um ponto da agenda dos AH's, bastante visível para quem tem andado em trabalho pela João Crisostomo. Em teatro, seria quase a "Calamity Jane" de qualquer entrada em cena...

A Declaração da ministra ao DD diz e convèm sublinhar:
"Para que haja uma maior uniformidade no processo, rapidamente vamos entrar em negociações para rever a legislação dos médicos na carreira hospitalar"
DD/LUSA (02.04.08)

Alguns dias mais tarde:
"O serviço Nacional de Saúde tem de se reformular e formar a área profissional (área médica)dentro do sistema para garantir que os melhores possam sentir dentro da carreira pública a sua capacidade profissional a desenvolver-se".

Andam, portanto, espantalhos, no ar!
Na realidade criaram-se EPE e deixou-se instalar à sua volta um mercado selvagem...
Nos mecanismos basilares de regulação do mercado (isto vai ao encontro do post do "aidenos") a regra é a existência de "um controlo dirigido e continuado exercido pelos poderes públicos sobre actividades valorizadas numa dada comunidade".
Na regulação da economia compete ao Estado, regular os agentes económicos, condicionando-os. Neste caso, de empresas públicas, regulares as administrações.
Como toodos sabemos dois grandes chapèus condicionam o mercado: a defesa da concorrência e, nos estados modernos, a defesa dos direitos do consumidor.

Portanto, na "pressa" de construir EPE's para conseguir engenharias orçamentais, poderá ter-se passado por cima de normas básicas (chamo-lhe normas com o mínimo de legância) que levaram grupos profissionais a sentirem-se mal (o pontómetro não é único, nem exclusivo, nem sequer determinante
) e a abandonarem (ou a solicitarem ) os serviços públicos (antecipadamente ou porque trabalhavam já com direito à sua aposentação).

Foi, nisto que deu a "fúria" reformadora do SNS e correctora dos desperdícios de CC.
Mais, nesta onda para onde se desvia o post, a argumrntação sempre foi repetitiva: a promiscuidade!
E então o remédio para todas as promiscuidades foi o pontometro foi a recém introduzida no mercado "Empresa ALERT".

Não foi disto que falou a Ministra. Mas "isto" paira em algumas cabeças. Mesmo depois da queda de CC.
Espero que não seja transformado num simbolo, - num péssimo simbolo.
Quase a história da Eva...

Segundo a trdição hebraica
Lilith seria a primeira companheira bíblica de Adão, o que a consciência
coletiva ocupou-se de apagar da história do homem.
Pois Lilith, em sua realidade de
sombra, termina por subverter em "avant première" vários papéis da mulher (convêm não ignorar que a ministra é uma mulher).
Mas sobre Lilith ou Eva, o
que o Gênesis oferece-nos é uma tragédia de "eros e sexo".

Não há mulher objecto, não há domesticações, nem sequer tragégia.
Como todos sabemos Eros têm um papel unificador e coordenador dos elementos, contribuindo para a passagem do caos ao cosmos.
Em relação ao sexo: já percorremos (trabalhadores da Sáude) um longo caminho ornamentado por simbolos, de dificil interpretação, mas que não repugna classificá-los como fálicos.
Bem,
Vamos então rever a legislação dos médicos na carreira hospitalar, que muitos já lhe tinham mandado celebrar as exéquias... no exterior.

Poderemos, finalmente, estar próximos da definição legal do "acto médico"...

Mas, por favor, não vamos remexer, acicatar, renovar vaticinios sobre a sobrevivência ou o afundamento das reformas CC sobre a Sqúde, que já lá vão...

Não é isso que ameaça o edifício do SNS.

11:32 da manhã  
Blogger Tá visto said...

Apontar o pontómetro como causa primordial da fuga de médicos para o privado é pura demagogia. Os profissionais que cumprem sentem-se muito mais à vontade com um sistema de controlo eficaz do que com "um faz de conta" de livro de ponto que, sendo até mais rígido nos horários, era por razões que todos conhecemos ineficaz e inícuo.
A fuga dos profissionais deve-se sim ao imobilismo administrativista do sector público. À incapaciade de premiar o mérito e estimular a criatividade, à ausência de uma política de incentivos que discrimine pela positiva os profissionais. À subordinação da competência ao amiguismo e confiança partidária. Estas, a par da promiscuidade público/privado, são as grandes pechas que minam o serviço público e que há que afrontar com coragem política.
A revisão das carreiras médicas e da política salarial que comportam, é um passo determinante na revitalização do hospital público. A Medicina Familiar com as USF parece ter encontrado o seu modelo reformista, nos hospitais do SNS, à parte medidas empresarias de gestão, pouco se fez na política de serviços de acção médica para mudar o "status quo" vigente.

12:41 da manhã  
Blogger e-pá! said...

O DESLOCADO ACINTE

Fartei-me de comentar o controlo biométrico de assiduidade, bem como as suas emergentes (visíveis e ocultas) aplicações em processos de gestão doa Hospitais.
Quando leio escrito pelo "tá visto" o seguinte texto:
"A revisão das carreiras médicas e da política salarial que comportam, é um passo determinante na revitalização do hospital público. A Medicina Familiar com as USF parece ter encontrado o seu modelo reformista, nos hospitais do SNS, à parte medidas empresarias de gestão, pouco se fez na política de serviços de acção médica para mudar o "status quo" vigente."
Não possso deixar de dar o meu aplauso todas as considerações que tece sobre incentivos , inovação, investimentos no ambiente hospitalar que sofreu, nos últimos anos, alterações do âmbito "economicista".
Foi, desde LPP um rodopio para esconder insuficiências orçamentais:
SPA's, SA's, EPE's, IP's, (não sei se Fundações?) i. e., qualquer modelo de camuflagem, qualquer máscara, servia desde que escondesse a cara do deficit.

Essa atitude retrógada é, de facto, a causa remota pelo que o Sector Privado da Saúde começou a atacar por aí (na área hospitalar)e continuará através das PPP's (porque, andamos aqui há muitos anos, as coisas não estão definitivamente enterradas).

O controlo de assiduidade ficará sempre ligado à administração Correia de Campos. Não por ter sido o seu promotor (segundo afirmou até nem era, seria uma disposição antiga).
Foi uma gravosa tentativa de gestão administrativa dos Hospitais, cuja origem não é dificil descortinar.
Em devido tempo, CC corrigiu a mão, e esse controlo ficou integrado na "clinical Governance" dos Serviços e Departamentos.
Deitou-se água na fervura (Matosinhos, p. exº) mas a afronta existiu e não será fácilmente esquecida.

Ao contrário do que o post sugre não haverá mais um recuo até às eleições - mas a revisão da legislação dos médicos na carreira hospitalar".
DD/LUSA (02.04.08).
Isto poderá modificar (melhorar), efectivamente: a produção hospitalar, produzir melhores cuidados, conseguir bons resultados.

Ao invés dos pontómetros... cuja implementação passou pela mais abjectaa e insultuosas considerações sobre os médicos, tratando-os como párias da sociedade imiscuidos na saúde,i. e., promotores da prosmiscuidade e adictos da ganância.

Dirão, que tais epípetos não foram dirigidos à generalidad do grupo profissional. Na realidade foram. Nenhum CA, de qualquer Hospital levantou qualquer inquérito ou processo disciplinar versando esclarecer este assunto ou apurara responsabilidades.
Fomos, portanto, todos metidos no mesmo saco.
O que se passou em termos argumentativos - por exemplo para quem, ao longo de 36 anos trabalhou, num HH público, foi simplesmente obsceno e prepotente.

Não estou a discutir o dever de assiduidade do trabalhador da Administração Pública.

Estou a julgar o comportamento de dirigentes do MS e provavelmente da sua entourage.
Nunca assuirão as consequências das suas decisões e atitudes. A culpa será sempre dos outros.
Não tenho outras palavras.

E é isso que Ana Jorge deve sentir.
Uma imperiosa necessidade de remendar, remediar, ou extirpar, para garantir que os melhores fiquem no SNS. Uma opção eminentemente institucional.
Porque a decisão terapêutica é por vezes complicada.

Outros dirão que as situações não são tão dramáticas. Nunca são!
Que se resolvem com caramelos.
Em Portugal, a situação nunca é tão grave até sucederem catástrofes, calamidades ou ... meras imprudências que cavalitam a tolice.

11:49 da manhã  

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