segunda-feira, abril 7

STI


Três casos para reflexão
1. - O Estado gastou 7.863.450,00 euros, para adquirir 525 licenças da aplicação informática ALERT P1 (14.978,00 euros por licença), através de ajuste directo. A este valor acresce ainda a despesa anual de manutenção que, em 2007, totalizou 463.182,75 euros. link

2. A Consiste (ANF) ganhou o concurso público para a informatização do IPO do Porto (solução global)
link depois de fazer um desconto de cerca de 60% sobre a sua proposta inicial. Este contrato custará ao IPO do Porto 1,212 milhões de euros .

3. O MedtrixEPR, link processo clínico electrónico do Hospital de São Sebastião, de Santa Maria da Feira link, foi distinguido como uma das três soluções mais inovadoras a nível mundial, na maior feira mundial de informática da saúde, que teve lugar em Orlando, EUA.

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2 Comments:

Blogger Tá visto said...

A informatização do SNS é uma autêntica manta de retalhos. A ideia com que se fica é que se tem gasto imenso dinheiro nesta área sem que o investimento obedeça a um plano de enquadramento nacional.
De uma fase de produção centralizada de software pelo IGIF passou-se a uma outra de aquisição externa (outsorcing), sem que a transparência dos procedimentos fosse assegurada (o ajuste directo no caso da ALERT é disso um bom exemplo) nem se percebendo bem os objectivos finais em vista.
Um exemplo deste desnorte, é o facto dos hospitais do SNS não poderem partilhar ainda
entre si informação em rede havendo já uma ferramente robusta para o efeito em utilização (SAM). Há, por outro lado, dificuldades na actualização deste programa devido ao desinvestimento verificado no IGIF.
Uma outra debilidade notória da maioria das soluções informárticas adoptadas é tratar-se de programas virados para a área administrativa não permitindo a leitura/tratamento de dados pelos clínicos.
Parece-me pois que é tempo de se por ordem no caos informático da rede de saúde. A situação actual pode ser estimulante para as empresas produtoras de software mas não parece responder às necessidades sentidas no terreno nem ser globalmente custo/efectiva.

1:05 da manhã  
Blogger tonitosa said...

De vez em quando o problema da informatização do SNS (hospitais e CS) tem lugar neste blog.
No entanto tem sido abordado de forma mais ou menos suave.
Recentemente aqui se escreveu sobre a investigação em curso no TC a propósito, salvo erro, da adjudicação do ALERT.
Sobre esta matéria, não tenho dúvidas, por aquilo que li, e conforme já escrevi, de que o processo de aquisição desenvolvido pelo ex-IGIFS contém enviezamentos.
O que me surpreende, ou talvez não, é que os partidos da oposição quase silenciem este facto. O processo ALERT teve início ainda no tempo de LFP mas a decisão pertenceu ao ministério de Correia de Campos e talvez esteja aí alguma explicação para o silêncio do PSD. Ao contrário, aliás do que foi sucedendo quando o PS estava na oposição.
Seja como for, existe uma clara contradição entre a abertura de um concusro público pra um montante de 1,212 milhões de euros e o ajusta directo de uma aquisição no montante de 7.863,45 milhões de euros. E não pode deixar de colocar-se alguma reserva a um concurso que é ganho depois do vencedor (era a empresa inicialmente melhor colocada?) acabar a fazer um desconto de 60%.
Como não há almoços grátis, certamente que outras oportunidades a empresa vislumbrou em que obterá compensações (alargamento a outros hospitais, provavelmente).
Repare-se, no entanto, que CC suspendeu a experiência piloto de Portalegre relativamente à informtização da farmácia/desmaterialização das receitas, mas não teve a mesma dúvida(?) em relação ao ALEERT!
Enfim, tal como em muitos outros casos de confusão de interesses entre o privado e o público (com ou sem recrutamento de ex-ministros...)não basta ser sério, é preciso parecê-lo.
Mas atrevo-me a dizer: mais vale ser sério do que "saber" apenas parecê-lo!

12:39 da tarde  

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