domingo, julho 27

Chumbo do TC


O MS já definiu a estratégia relativa ao chumbo do contrato do Hospital de Cascais PPP: Recorrer na próxima semana (limite do prazo) e chamar os parceiros Teixeira Duarte e HPP para negociar novas alterações do contrato de forma a ultrapassar os graves reparos do TC. link
Tudo Bem.
Se o chumbo do TC não se prendesse com questões de fundo, uma vez que, este órgão de fiscalização verificou existirem alterações significativas entre o que estava previsto no Caderno de Encargos e aquilo que o Estado se propunha contratar. Alterações resultantes de negociações efectuadas na fase final (ou, mais correctamente, depois do seu encerramento formal) com um dos concorrentes seleccionados.
Partindo do princípio que apenas se verifica a invalidade destas negociações a solo, o saneamento processual e a reposição dos conteúdos previstos no Caderno de Encargos será exequível através de simples reabertura de novas negociações entre o Estado e os HPP? Não requer, neste entendimento, a repetição da fase final de negociações a três, envolvendo, além do Estado e HPP, também o grupo Mello, outro dos concorrentes apurados para esta fase?

Ministério da Saúde e HPP parecem ter pressa em seguir em frente. Estratégia pouco recomendável tendo em vista a reposição dos interesses legítimos do Estado.
Dada a gravidade dos reparos do TC: a) Negociações à revelia da fase final do concurso; b) Alteração das regras de monitorização do contrato de construção do edifício; c) Corte de receitas comerciais do Estado; d) Alteração da matriz de risco contratual; e) Alteração de regras de rescisão unilateral; f) Eliminação do Serviço de Oncologia; alguns dos quais, conflituam com o próprio modelo PPP, este processo, quanto a mim, está ferido de morte, sendo urgente dar solução política aos projectos PPP em curso.

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4 Comments:

Blogger Joaopedro said...

Acredito que o saneamento das situações que contrariam o CE sejam dificeis de levar a cabo.
O Governo sabe que tudo o que correr mal com este processo influenciará todo o projecto das PPP. Daí a pressa.
A ordem é,pois, para remendar.
A pressão dos investidores privados em contratos a dez anos de reduzido risco e lucros assegurados, os muitos milhões já gastos no complexo processo concursal assim o recomendam.
Um verdadeiro desastre este projecto das PPP.
Ou não fosse verdade: "O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita."

11:45 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Hospitais EPE. Relatório do IGF
O estatuto dos hospitais mudou, mas a cultura não. Assim, aos Hospitais Entidades Públicas Empresariais (EPE) sobra de público o que falta de empresarial. Esta é a explicação de Pedro Lopes, presidente da Associação de Administradores Hospitalares (AAH) para algumas das críticas do relatório da Inspecção-Geral de Finanças sobre a gestão dos hospitais EPE. Pedro Lopes não tem problemas em reconhecer que estas unidades hospitalares, criadas em 2005, ainda estão "numa fase de aprendizagem".

Mesmo assim, salienta que 2007 foi um ano muito bom. Se em 2006 o prejuízo era de 188 milhões de euros, no ano passado baixou para 94 milhões de euros. "É um dos pontos muito positivos deste relatório", diz. Também o Ministério da Saúde, em comunicado, prefere realçar que os Hospitais EPE registaram "uma descida de mais de 50% do seu prejuízo". O Ministério diz que tem acompanhado o processo através de relatórios mensais e trimestrais das administrações e de reuniões com as administrações regionais e os hospitais.

Quanto às críticas do relatório sobre a dificuldade de acesso à informação, Pedro Lopes diz que não acredita que isso aconteça de forma premeditada. Já para o administrador do Curry Cabral, Manuel Delgado, é "um bocado irónico que se diga isso, porque se há instituições que têm de fornecer informações são os hospitais: ao Ministério da Saúde, à Administração Regional, à Administração Central, à Inspecção-Geral e ao Tribunal de Contas. Não há semana em que não nos seja solicitada informação", diz. Talvez essa seja a razão para o facto de alguns hospitais terem dificuldade em dar resposta à Inspecção-Geral de Finanças (IGF) nos moldes em que lhes é pedido, avança. Pedro Lopes insiste na importância de uma atitude pedagógica por parte da IGF, ajudando os hospitais a melhorar. "A associação tem tentado trazer estas questões para o terreno ", diz.

Por outro lado, o relatório faz uma análise exclusivamente financeira da gestão hospitalar, aponta Manuel Delgado. "Não inclui elementos relativamente à prestação de cuidados e não podemos qualificar o desempenho de uma administração apenas pelos resultados financeiros", realça o ex-presidente da AAH. "Basta a dotação financeira ter descido para, com a mesma despesa, crescerem os prejuízos", explica. Além disso, "há hospitais com estruturas muito pesadas, deficiências crónicas, que não se resolvem de um ano para o outro". "Endeusar ou crucificar administrações com base em critérios financeiros é pobre e injusto", conclui.
DN 28.07.08

1:32 da tarde  
Blogger cotovia said...

Os doentes oncológicos do Concelho estão gratos ao TC pela sua intervenção decisiva na manutenção do Serviço de Oncologia do Hospital de Cascais.

4:15 da tarde  
Blogger saudepe said...

Afinal de que serviu tanta assessoria jurídica na qual se gastaram rios de dinheiro?
Por outro lado, é necessário apurar danos a imputar aos responsáveis pela condução deste processo.
Quem são os responsáveis pelos inúmeros atropelos processuais?
Mais uma vez o Estado demonstrou ser incapaz de conduzir processos desta natureza.
Felizmente temos o TC.

5:57 da tarde  

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