quarta-feira, outubro 15

Embalagem original

Todos reclamam a distribuição de medicamentos em dose unitária. Governo e oposição.
O Governo (José Sócrates), chegou mesmo a assinar um acordo com as Farmácias visando a implementação da dispensa em unidose no ambulatório (compromisso com a Saúde, assinado em 26.05.06).
Volvidos dois anos, o Governo parece estar em vias (finalmente) de iniciar a referida dispensa nas farmácias de venda ao público dos hospitais. Medida a alargar, posteriormente, a todas as farmácias oficina (distribuição de antibióticos, anti-histamínicos, anti-inflamatórios e paracetamol).

As vantagens da dispensa unitária são insofismáveis, quer na promoção da adesão dos doentes às terapêuticas e na diminuição dos erros de medicação, quer na redução do desperdício, calculado em 9,7% (atribuído ao desajustamento da embalagem).
Irlanda, Finlândia, Holanda, Suécia, Dinamarca são exemplos de países onde a dispensa unitária aos doentes do ambulatório funciona a contento.

Quem não está pelos ajustes é a Apifarma ao lançar recentemente uma campanha publicitária contra a unidose: “MEDICAMENTOS. SÓ NA EMBALAGEM ORIGINAL”
link
«Os medicamentos devem ser mantidos na sua embalagem original, desde que são produzidos num fabricante autorizado, distribuídos e até à sua dispensa, na farmácia, ao doente. Sendo esta a única forma de garantir a integridade, qualidade, eficácia e segurança do medicamento, resultado do cumprimento das boas práticas de fabrico e distribuição» , lê-se na circular da campanha.

Apesar da segurança da embalagem merecer toda a preocupação, a inusitada campanha da Apifarma parece-nos algo descabida, certamente motivada por razões além das enunciadas.

2 Comments:

Blogger e-pá! said...

em tempos de crise - probidade!

As questões da embalagem dos medicamentos são pertinentes, como são as de conservação, manuseamento, etc.
Elas existem não só para medicamentos, mas também para os alimentos e outros produtos de consumo individual e colectivo. Envolvem e corprorizam o nosso conceito alargado de segurança.

O problema não estará nas questões técnicas da "uni-dose" que já estão resolvidas em vários Países, onde o controlo higieno-sanitário será, adianto no "escuro", mais "apertado" que em Portugal.

O problema não será, estou convicto, a previsão de uma "nefasta" acção da ASAE...

O problema também não estará no investimento que as Farmácias de oficina terão de efectuar para desenvolver condições seguras -individualização dos medicamentos, preparação, embalagem (cá está!), etiquetagem, tempo de validade - que possibilitem uma dispensa segura de medicamentos, em unidose.

O problema será, talvez (?), a introdução de alguma "turbulência" do mercado de medicamentos, como p. exº.: nos esquemas de bonificação, nas dificuldades de distribuição, etc.

De facto, as vantagens são evidentes:
- Prevenção de eventuais erros médicos de prescrição;
- autenticação de produto;
- rastreabilidade (a falsificação de medicamentos é um assunto do momento)
- facilidade no exercício de acções de farmacovigilância.

Penso que há vários itens que podem incomodar neste momento a APIFARMA, num sistema essencial público, como o Português (SNS)

1) a criação de comissões regionais ou nacionais de padronização de medicamentos;
2) os critérios para a construção de um formulário extra-hospitalar;
3) a prescrição electrónica;
4) a elaboração de guide-lines terapêuticos que racionalizem o consumo;
5) a diminuição do volume de vendas (ninguém compra excessos);
6) e, consequentemente, a revisão em baixa das quotas de mercado anualmente estabelecidas pela Indústria Farmacêutica.

Haverá com certeza mais razões...

Mas a história da embalagem é um pretexto... parido à pressa.

E, como diz o povo, as cadelas apressadas têm os filhos cegos...

11:37 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Tyverb (lapatinib) has been deemed too expensive for use by the UK's National Health Service, despite an offer from drug major GlaxoSmithKline to provide it free to each patient for the first 12 weeks.

In its second appraisal consultation document, the National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE), which advises the government on which drugs to cover, agreed with the verdict of an earlier draft recommendation that the oral, dual targeted therapy is too expensive.

10:25 da tarde  

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