sábado, outubro 25

PUB enganosa

Segundo Luís Graça, presidente do Colégio de Especialidade Ginecologia/Obstetrícia da OM e médico do hospital Santa Maria , «ao contrário do que algumas instituições privadas dão a entender, nenhuma maternidade privada tem uma unidade de cuidados intensivos neonatais. Como só os hospitais públicos dispõem desta valência, os casos mais complexos que passam pelas instituições privadas e que precisam de cuidados intensivos neonatais são transferidos para o SNSlink
«O especialista critica antes a "publicidade enganosa" que algumas maternidades privadas fazem, dando a entender que dispõem de todo o tipo de resposta na área de ginecologia e obstetrícia.» JN 20.10.08
A publicidade enganosa é aquela que, através da sua veiculação, pode induzir o utilizador de cuidados em erro. Neste caso por omissão. Ou seja, as maternidades em causa omitem dados relevantes sobre a sua oferta de cuidados, de molde que, se os utentes soubessem desses dados, não utilizariam os seus serviços . link

Já alguma entidade fiscalizadora havia denunciado anteriormente esta prática enganosa ? Há quanto tempo esta situação persiste ?
Os utentes da classe média/alta, além dos descontos para o SNS, pagam seguros que não cobrem os maiores riscos (quando ocorrem complicações). A troco de melhor hotelaria (?).
Ficamos à espera da instrução dos respectivos processos de contra-ordenação e da aplicação das respectivas coimas.

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12 Comments:

Blogger Joaopedro said...

A ERS continua a dormir na forma.

1:08 da tarde  
Blogger rezingão said...

Ainda a propósito de: “As idiossincrasias da ERS” publicado em 12 de Outubro no SaudeSA reitero a minha convicção de que a ERS, sobre esta e outras que tais matérias, nada fará ou dirá. Por uma razão muito simples - A ERS (e o seu actual presidente) parecem ter como visão forçar a construção de um putativo sistema concorrencial público-privado “inventando” uns rakings destinados a comparar o “pão ralado com a limalha de ferro” com um único propósito: criar na opinião pública a convicção de que o SNS não presta, é ingovernável e insustentável. Desse modo, se procura condicionar os poderes públicos a ceder na transferência de fluxos financeiros que sustentem os diferentes tipos de “aventuras empresariais privadas” no sector da saúde. Para esse desiderato vão contando com meia dúzia de “opinion-makers” replicadores de opiniões suportadas em evidência de plástico e de alguns diligentes jornalistas muito mal preparados.
Quanto à selecção adversa no acesso, as interrupções de tratamento na oncologia e o “despacho” nos cuidados intensivos neonatais nada a dizer pela ERS. Estaremos, na sua óptica, perante a excelência, a modernidade e a dinâmica na concorrência.
Também no sector da saúde se vão conhecendo os “produtos tóxicos e os derivados de má qualidade”. Será que a ERS se presta a ser uma espécie de FED?

3:07 da tarde  
Blogger Hospitaisepe said...

Depois vem o inefável presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, eng.º Teófilo Leite, dizer que o grande objectivo da APHP é a preparação de todas as instituições privadas para os desafios da avaliação.

No entendimento desta gente a acreditação da qualidade é algo que se compra com mais ou menos dinheiro e que serve para pendurar na porta para que o fiscal possa ver quando por ali entenda passar(que pode muito bem ser o dr. Alvaro almeida da ERS ou outro qualquer fiscal que o Estado entenda enviar).

7:32 da tarde  
Blogger sillyseaspn said...

Ainda a propósito da crise financeira internacional vão emergindo, aqui e ali, (hoje por exemplo no Expresso em Opinião) alguns colunistas que com supremo desplante e alguma, indolente, persistência se insurgem contra o fim do liberalismo. Vão dizendo que se tratam de “reajustamentos” que em nada prejudicam o capitalismo, o mercado ou os ideais neo-liberais.
Tudo isto faz-nos vir à ideia algumas inquietações…
- Será que, à semelhança do SNS, se deverá criar uma Comissão para estudar a Sustentabilidade do Sistema Financeiro?
- Será que (estando o sistema financeiro na sua esmagadora maioria privatizado) se deve pedir ajuda, ao ex-Ministro Luís Filipe Pereira, para se criar um programa de Parcerias Privado-Público para a Banca? E estas deverão incluir gestão financeira ou apenas instalações e equipamentos?
- Valerá a pena criar uma Unidade de Missão para os Bancos, EPE?
- Qual a diferença que existe entre a intervenção do Estado a tapar “buracos” no sistema financeiro, por dolo especulativo, e a intervenção do Estado nos Hospitais Públicos para cobrir défices por estes tratarem doentes?
- Será que no primeiro caso (Banca) se trata de “contingências do mercado” e no segundo (Hospitais) de má gestão?
- Qual a utilidade maior dos impostos dos cidadãos: cobrir as irresponsabilidades de entidades privadas geridas por seres “superiores”, principescamente pagos, ou financiar o sistema de saúde gerido por “incompetentes” (ainda por cima mal pagos)?
Valha-nos a tranquilidade de saber que nas PPP’s em curso (com gestão clínica) nenhum dos operadores privados tem motivos para dormir mal. É que se as coisas correrem mal haverá sempre um fundo que acautelará males maiores.
Ainda há tempos PKM escrevia que nos privados quando as coisas correm mal quem assume o risco são os accionistas. Ter-se-á esquecido de referir que, infelizmente, os accionistas (à força) somos todos nós.
Afinal isto da partilha de risco já foi chão que deu uvas…

9:31 da tarde  
Blogger naoseiquenome usar said...

e..."isto" está em todos os estudos sérios feitos por entidades sérias :) - que os levaram de bandeja à "comissão" (mais uma) criada pela Sr.ª Ministra para fazer "trabalho sobre trabalho" e levar os louros.
O que eu não entendo é o que pretende Luís Graça... para além da publicidade ao seu putativo trabalho.

11:59 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Erros de medicação causam 7.000 mortos anualmente

É a notícia bombástica de hoje sobre o SNS. Que a senhora Aida Batista, presidente da APFH, decidiu lançar aos quatro ventos.

Será que determinados responsáveis do nosso sistema de saúde decidiram, por inconfessáveis desígnios, ou, simplesmente, por isto ter virado um marasmo desde a demissão do ministro Correia de Campos, lançar nos órgãos de comunicação social notícias de forte impacto . Para não dizer alarmantes.

Como bem esclarece, neste caso, Faria Vaz, trata-se de um velho indicador apurado em estudos internacionais e conhecido de todos os portugueses e não só, desde há muito.
Se bem que esta matéria não me deixe de preocupar. E bem gostaria de saber com rigor como vão as coisas no nosso país. Mas à falta de informação (pese embora os muitos milhões gastos) tenho de me contentar (guiar) com a suposição do que acontece lá fora.

2:31 da tarde  
Blogger tambemquero said...

A César o que é de César

Se a senhora ministra, eventualmente, dispõe de informação sobre esta matéria, recolhida em relatórios da ERS ou da IGAS, como a "naoseiquê" sugere,caberá sempre a estas entidades desenvolver os adequados processos de contra-ordenação que a lei prevê.
Ou não será assim?
Afinal onde está a inércia?
Quanto ao dr. Luís Graça, presidente do Colégio de Especialidade Ginecologia/Obstetrícia da OM, compete-lhe, como é evidente, a denúncia destes casos.

2:49 da tarde  
Blogger e-pá! said...

ERROS DE MEDICAÇÃO ou ERROS DE INTERPRETAÇÃO ?

Faria Vaz (vice-presidente do INFARMED na altura do estudo - 2005) esclareceu que os 7.000 mortos foram registados a nível internacional e que não se referem a Portugal, pois este é um país que não tem registo destes casos.

Esses dados foram, desde então, interpretados pela Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares (APFH) como nacionais, conforme notícia avançada hoje pela Lusa.

Sobre esta matéria, a presidente da APFH, Aida Batista, disse à Lusa que os erros de medicação "existirão sempre e sem culpados", pois "é o sistema que falha".

Em que ficamos?

"erros de medicação "existirão sempre e sem culpados", pois "é o sistema que falha".
Está a falar em erros de medicação ou em erros de diagnóstico, com todas as suas consequências, entre elas, os "erros de medicação"...
Em Medicina, não há a história da galinha e do ovo. O primado é da clínica, logo, a atenção (ou, se quiser, os estudos) sobre este tipo de mortalidade deve estar dirigida para o eventual erro de diagnóstico, não para a terapêutica.

Qual o sistema que falha?
Há algum estruturado e funcionante?
Ou refere-se às Comissões de Farmácia e Terapêutica ou de Farmacovigilância, à partida incompetentes para avaliar os ditos "erros de medicação"...já
que estão à margem da observação e do diagnóstico.

E, já agora, onde pára esse "estudo"?

Enfim, uns momentos de antena podem levar as pessoas a serem imprevidentes...

10:21 da tarde  
Blogger naoseiquenome usar said...

:)
E acaso alguém poderá indicar a lei que regulamenta a aplicação de coimas e processos de contra-ordenação? E por quem?
Se calhar seria melhor indagar junto dos senhores que nos governam.

10:41 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Por exemplo:
O Conselho Directivo deliberou aplicar uma coima à Clínica Esteticalgarve – Clínica de Nutrição e Medicina Estética Dr. Viriato Viegas Santos, Lda. link
A entidade Clínica Esteticalgarve – Clínica de Nutrição e Medicina Estética Dr. Viriato Viegas Santos, Lda. foi condenada na coima única de €3.500 (três mil e quinhentos euros), no âmbito do processo de contra-ordenação n.º 97/08.

Desconheço a matéria que motivou esta condenação da ERS.

Depois há o Código da Publicidade,
Decreto-Lei n.º 330/90 de 23 de Outubro, que eu nao sei (não sou jurista) se é aplicável a estas situações.

11:41 da tarde  
Blogger DrFeelGood said...

Afinal o naoseiquê brindou-nos com entradas de leão e saída de sandeiro.
O que não falta por aí são estes sabichões de pacotilha prontos a debitar bitaites sobre tudo e sobre nada.
O que este país precisa mais é de quem trabalhe.

1:00 da tarde  
Blogger naoseiquenome usar said...

Caro Dr. Free
O que este país precisa é que as pessoas estudem os assuntos antes de se pronunciar sobre eles, especulando.
Estude (caso os encontre)os instrumentos habilitantes à aplicação de coimas e, claro, de instauração e instrução de processos de contra-ordenação sobre as matérias em am apreço e praticamene sobre todas as que lhe puderem passar pela cabeça, em termos de saúde.
Depois, não se esqueça de, se assim o entender e ainda tiver disposição, retomar o folêgo do atirar de pedras.

11:55 da tarde  

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