domingo, novembro 16

Assim vamos...de política de saúde





Eng.ª Isabel Vaz, sempre divertida…
A propósito das anunciadas medidas legislativas do Governo relativas à saída de profissionais de saúde do SNS
link a Engª Isabel Vaz, em entrevista ao Tempo Medicina, explicou que a forma de segurar os médicos são «políticas próprias» que cada organização deve desenvolver «para atrair, motivar e reter os profissionais de elevada diferenciação» considerando que essa estratégia «não se faz com a legislação», mas sim com a tentativa da organização, internamente, «perceber porque é que está a perder [profissionais]» e com as correcções dos motivos que os levam a querer sair. «Não é uma coisa que se faça por decreto», frisou. Isabel Vaz exemplificou com as muitas vezes que tem de responder à pergunta sobre se o sector privado é o culpado da saída dos médicos do público: «Respondo que os hospitais públicos de onde saem esses profissionais é que devem perguntar-se a si próprios [o porquê da saídas]».

Sempre divertida e bem disposta, a Engª. Isabel Vaz falou na qualidade de ilustre dirigente de um Hospital privado que, em matéria de entrada e saída de profissionais, é um verdadeiro catavento. Há quem diga até que face ao turnover de entradas e saídas a porta principal deveria ser rotativa…
Mas como tem imenso fair-play veio dar “aulas” ao sector público sobre como motivar e reter profissionais. Ficamos-lhe muito agradecidos…

Espantoso…
Pedro Pimentel apresenta critérios de inclusão na referenciação hospitalar
link
Privados podem integrar rede oncológica
O coordenador Nacional para as Doenças Oncológicas quer estabelecer requisitos para a integração das unidades na rede nacional de referenciação hospitalar de Oncologia e defende que estes têm de ser cumpridos tanto pelo público como pelo privado.
Agora, atendendo às novas realidades, nomeadamente aos «novos hospitais», à constituição dos «centros hospitalares» e à «actividade crescente dos privados» na área assistencial oncológica, é necessário um novo olhar para a rede e ponderar mesmo a «eventual» integração do sector privado.

Há mesmo necessidade urgente de transferir fluxos financeiros para sossegar a aflição dos privados.
Quanto à desnatação e desmembramento do sector público, ao risco de atomização das competências e à “mercantilização” de uma área tão sensível o Sr. Coordenador nada diz…

SNS

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5 Comments:

Blogger tambemquero said...

A oferta de radioterapia centralizada nos serviços públicos deve ser revista. O alerta é do próprio coordenador nacional para as Doenças Oncológicas, Pedro Pimentel. “Causa-me preocupação porque é susceptível de atrasar os tratamentos. A alteração surgiu como uma ideia virtuosa de esgotar a capacidade pública, mas o que existe é insuficiente e um número significativo de doentes acaba por continuar a ser transferido para privados”.

A regra de referenciar os casos para os oito serviços de radioterapia disponíveis no Estado - nos IPO de Lisboa, Porto e Coimbra, nas três maiores unidades universitárias de medicina e nos hospitais do Barreiro e de Vila Real - foi imposta pelo Ministério da Saúde há dois anos. Na prática, a medida do Governo introduziu “uma triangulação - com o papel intermediário das unidades de referência - que pode gerar mais tempo de espera para os doentes e que merece ser reequacionada”, garante Pedro Pimentel. O coordenador diz já ter colocado a questão informalmente a um responsável ministerial, contudo o gabinete de Ana Jorge remete-se ao silêncio. É fácil perceber que qualquer reacção da ministra teria consequências negativas: recuava no plano ou contrariava Pedro Pimentel, desautorizando-o.

Os 18 mil doentes - 50% a 60% dos novos casos - que todos os anos em Portugal têm indicação para radioterapia perderam, assim, acesso directo. “Muitos hospitais tinham um contacto estreito com instituições privadas para darem uma resposta atempada aos doentes e agora são obrigados a recorrer aos serviços públicos, com os equipamentos saturados”, afirma o presidente do Colégio de Oncologia Médica, Jorge Espírito Santo.

Não há dados sobre a demora que a rede de referenciação poderá ter introduzido na radioterapia, ainda assim os oncologistas salientam que “o tempo certo é o mais rápido possível”. Mas a velocidade é difícil de conseguir quando “o país tem um défice de 30 equipamentos para cumprir os requisitos internacionais”, garante o oncologista da Ordem dos Médicos. Por essa razão, o Serviço Nacional de Saúde não pode dispensar totalmente o sector privado: “Houve uma redução progressiva do número de protocolos, cerca de 30% desde o segundo trimestre de 2007”, admite o presidente do Grupo Joaquim Chaves, um dos principais prestadores privados do sector, José Chaves.

O recurso aos aceleradores lineares exteriores à rede pública continua e serve para evitar listas de espera. O que mudou? Os contratos são feitos apenas pelas unidades de referência e não por todos os hospitais com equipas de oncologia como acontecia no passado recente. O Sul é um dos exemplos. “Os hospitais passaram a contratar com a unidade privada da Associação Oncológica do Algarve a maior parte dos tratamentos de radioterapia necessários aos doentes da região uma vez que a entidade para a qual deviam referenciar os doentes - o IPO de Lisboa - não dispunha de capacidade instalada para garantir uma resposta atempada”, justifica a Administração Regional de Saúde da região. E, em Lisboa, o IPO e o Hospital de Santa Maria (uma das unidades universitárias da rede) fazem o mesmo, com o Hospital da Luz, a Clínica Quadrantes e o SAMS.

“Damos resposta a todos os doentes e, para isso, a administração entendeu alugar o equipamento do SAMS, que funciona com os profissionais de Santa Maria”, explica a directora do Serviço de Radioterapia, Isabel Monteiro Grillo. Professora na Faculdade de Medicina de Lisboa, presidente da Sociedade Portuguesa de Radioterapia-Oncologia e membro da instituição internacional, garante que “os privados estão a alarmar a população como forma de pressão. A radioterapia tornou-se o maior negócio de saúde em Portugal”.

A especialista salienta que, “em todo o mundo, os doentes são referenciados para os hospitais públicos e só se essa unidade não pode tratar deve referenciar para um privado”. Mas estes prestadores querem mais. “Há uma enorme carência de equipamentos de radiologia no país e ainda criam regras como esta. O sector deveria ser aberto a convenções: o Estado iria beneficiar porque teria um preço definido e o doente um acesso mais facilitado”, sugere o secretário-geral da Federação Nacional dos Prestadores de Cuidados de Saúde, Bruno Henrique.

semanário expresso

12:36 da manhã  
Blogger e-pá! said...

BRINCADEIRAS PROIBIDAS

1. Os médicos imobilizados...

A regulamentação para travar a saída de profissionais qualificados do serviço público rumo ao sector privado - na área da Saúde - deixou a JMS e a Engª. Isabel Vaz a rir de Teixeira dos Santos, de FR Secretário de Estado da Saúde (que deu a cara) e, mais particularmente, dos CA dos HH's...
Mais, a risota será ainda maior quanto parece ser verdade que o Governo autorizou à JMS a concessão da 1ª. Faculdade de Medicina privada, em Portugal.
JMS até conseguiu ultrapassar, nesta área sensível do Ensino Superior a Universidade Católica! Não foi coisa de pouca monta!
Até aqui, foi fornecendo ao mercado da Saúde o peixe (pesca grossa!), agora dá-lhe a cana e ensina-o a pescar....O próximo episódio será uma nova sangria...,agora, nas Faculdades de Medicina.
Outros grupos privados estarão também a rir-se, mas mais discretamente - porque dependem indirectamente dos poderes públicos - como os HPP (CGD), etc.
O Sr. Ministro das Finanças sabe (devia saber) que no ano transacto, um terço dos funcionários públicos aposentou-se antecipadamente, com severas penalizações. Muitos deles médicos altamente qualificados…
O Governo sempre disse que a finalidade da Reforma da Administração Pública seria aproximar os funcionários públicos dos trabalhadores do sector privado, considerando os primeiros detentores de inusitadas regalias e privilégios.
Que cara têm, agora, para defender limitações à sua mobilidade voluntária?
Ou a Ministra da Saúde, com Teixeira dos Santos ao lado, vai, como outra Ministra que todos ouvimos na AR, pedir públicas desculpas - com uma certa tonalidade tétrica e cínica - pela desmotivação causada aos trabalhadores da FP?
Não se brinca com os cidadãos…
Ou não será melhor começar pelo princípio:
Reconhecer que se andou a brincar com os trabalhadores da FP (neste caso da Saúde) ?
Que se “congelou”, durante anos a fio, salários, incentivos, carreiras médicas, etc.
Que, “inconscientemente” se calculou que a política do “chicote” não tinha consequências?
Acabou-se, no Parlamento, com pompa e circunstância, com a emblemática presença do 1º. Ministro, a gestão privada do HH. Amadora-Sintra.
Abriu-se com esta aplaudida atitude uma réstia de esperança relativamente a uma intransigente defesa do SNS. Acreditou-se que o Governo depositava confiança na gestão pública. Que os resultados justificavam esse reconhecimento.
O que se seguiu? A retoma, em ritmo acelerado, da prossecução de novos HH’s PPP’s (Cascais, Braga, etc.), com a gestão privada às costas.
Começou bem com o HH Amadora-Sintra e, agora o que o Governo está - em compensação a oferecer?
Este Mundo e o Outro?
Custa reconhecer mas o grupo JMS tem razão quando fala em “desmotivação”. Embora estejamos – com toda a certeza - a falar de coisas diferentes. Uns em euros, outros em enquadramento funcional e a dignidade necessária, para prestar serviço público com qualidade.

2. As empresas de tarefeiros manietadas...

A reunião, já realizada, relativa ao aumento de custos com o pessoal tarefeiro contratado a empresas para prestar serviços em áreas deficitárias do SNS, em questão de medidas, não apontou nenhuma outra além da (tentativa?) regulação da externalização do trabalho médico.
Agora fixar uma suposta "tabela de pagamentos"a empresas privadas, nem nestes tempos - de descrédito do neo-liberalismo e de desconfiança do mercado - lembraria ao diabo.
Já agora que o Governo entrou nesta onda porque não fixa preços nas gasolineiras?
Ninguém defende esta miserável situação de exploração pelo sector privado das carências do SNS.
Mas todos sabemos que a solução não é fixar preços (ou pomposamente “criar uma tabela de pagamentos uniformizadora”). As empresas disputam esses assuntos no mercado onde se movimentam.
A não ser que se enverede por outro caminho que passa pelos organismos representativos desse grupo profissional. Mas as Administrações preferem ignorá-los e contornar a situação. Lá sabem porquê…
Num sistema neo-liberal como o que, cada vez mais, este Governo se afunda, as Administrações Hospitalares não se podem recolher na sombra protectora do Poder. Se somos empresas para umas coisas, temos de ser para tudo. De resto, para as empresas privadas de aluguer de tarefeiros, a tal “tabela de pagamentos” é anedótica.
Porque a sua recusa por parte das empresas de aluguer em aceitar estas “regras” traz, unicamente, como consequência rupturas no SNS, que o Estado está obrigado a dar continuidade.
E o que dirá a AdC destas decisões?
Eis mais uma consequência de imprevidências, de políticas erradas em relação aos recursos humanos, do ataque sistemático a tudo o que é função pública, do escárnio da produção e dos resultados no sector público empresarial.
Desta reunião, será justo salientar que o único resultado significativo, foi o elevado protagonismo "oferecido" a Manuel Delgado, que aparece em pujança e em atitude de liderança o que poderá ter muitas interpretações ou, se quiserem, sugerir uma pitonísica representação.
Ah! A reunião ainda produziu uma frase bombástica para impressionar, incautos:
"cerne da questão não é o euro, é o doente".
Foi exactamente essa a linha mestra que os levou a reunirem-se. Exactamente os euros… €€€'s.
Cedo se “esqueceram” de um relevante problema: os médicos não são meras commodities...

Continuamos a brincar às políticas de Saúde?

10:39 da manhã  
Blogger Joaopedro said...

A eng.ª Isabel Vaz, sempre cheia de speed, vai intervindo nestas coisas da saúde com a habitual ligeireza que se lhe reconhece.

Depois de termos visto Sarah Palin nas últimas eleições dos EUA, a eng,ª IV perdeu, quanto a nós, parte da graça. É que a vice do partido republicano faz tudo muito melhor.

A nossa imprensa generalista e especialista, habituou-nos à recolha dos sacramentais depoiementos, sobre tudo e mais alguma coisa, junto de quem, evidentemente, está disponível para lhos dar.
A eng.ª IV faz parte deste roteiro de habituais "especialistas".
E lá se vai safando como pode.
Aproveitando, aqui e acolá, por meter a sua farpasita.

Quanto às escolhas elas estão a acontecer naturalmente.
Rapidamente vamos compreender em que se baseia a exploração privada das Unidades de Saúde.

10:45 da manhã  
Blogger Joaopedro said...

Duas pequenas correcções:
Imprensa especializada (em vez de especialista).
Para meter (no lugar de por meter).

1:11 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Anadia: População reclama explicações sobre futuro do Hospital

Litério Marques garantiu aos presentes na Assembleia que nenhum protocolo será assinado sem o conhecimento da Câmara e Assembleia Municipal

O movimento “Unidos pela Saúde” deslocou-se em peso, na noite de sexta-feira, à Assembleia Municipal de Anadia, sabendo que ia estar em discussão o futuro do Hospital local, na sequência do “chumbo” judicial à Providência Cautelar interposta pela Câmara Municipal contra o Ministério da Saúde, lutando contra o encerramento das Urgências.
José Paixão, um dos promotores dos múltiplos protestos populares do movimento “Unidos pela Saúde”, no momento reservado à intervenção do público, quis saber “quais os resultados de 10 meses de negociações” e qual “o ponto da situação” relativamente ao protocolo que o Ministério da Saúde pretende assinar com a autarquia, sobre o futuro do Hospital e do seu funcionamento. O mesmo alertou Litério Marques para que “não assine nenhum protocolo sem que os serviços protocolados estejam já implementados, pois caso contrário corremos o risco de não serem implementados”.
A Providência Cautelar “chumbada” pelo Tribunal Administrativo de Viseu foi também motivo para José Paixão pergunta se seria possível ler os termos da decisão judicial, questionando-se sobre a razão de não ter sido interposto recurso.
Respondendo a estas questões, Litério Marques sossegou desde logo os cerca de 50 populares que se deslocaram à Assembleia Municipal, sublinhando que “ nenhum protocolo foi assinado, até hoje, e que não será assinado sem que antes seja motivo de análise em sede de executivo e de assembleia municipal”.
A propósito do não recurso à Providência Cautelar, o autarca lembrou que a decisão “foi tomada por unanimidade no executivo municipal” e que “tecnicamente, o que nos disseram os nossos juristas é que seria muito difícil a sustentação para um recurso”. De resto, acrescentou, “nós preferimos a via do diálogo”, dando conta que já foi tentado um protocolo, “mas não aceitámos porque não satisfazia os interesses do nosso hospital”.
Sobre os rumores que têm sido divulgados na imprensa, da eventualidade de encerramento de outros serviços na área da Saúde no concelho, o presidente da Câmara de Anadia mostrou um esclarecimento da ARS Centro desmentindo tal possibilidade.

diário de anadia

Em vesperas de eleições, tudo ao ataque e fé em Deus para ver se pinga alguma coisa!

6:04 da tarde  

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