(Des) Mistificações ...
O contexto actual, de descalabro do “mercado”, com impactes directos nos mecanismos de protecção social, constitui uma excelente ocasião para revigorar a política na saúde. É fundamental recentrar o discurso político na defesa clara de um SNS público, universal e equitativo. Rompendo com a teia de interesses que, ao longo de muitos anos, têm vindo a construir um cenário de destruição sistemática do sistema. É fundamental eliminar os vícios da combinação público-privado delimitando, claramente, as áreas de incompatibilidade formal. Cortando o elo pérfido de alimentação de interesses espúrios, conflituantes com o interesse público e predadores do interesse geral em detrimento dos interesses privados.
Num quadro de degradação ética, social e económica em que o “mercado” se afunda cumpre ao Estado o dever de isenção, de rigor e de responsabilidade social. Nesta perspectiva o SNS configura-se como um elemento fundamental de coesão social e de protecção dos cidadãos.
Não poderia haver melhor maneira de celebrar os 30 anos do SNS do que reafirmar a sua defesa, promover a sua modernização e garantir o seu desenvolvimento.
Num quadro de degradação ética, social e económica em que o “mercado” se afunda cumpre ao Estado o dever de isenção, de rigor e de responsabilidade social. Nesta perspectiva o SNS configura-se como um elemento fundamental de coesão social e de protecção dos cidadãos.
Não poderia haver melhor maneira de celebrar os 30 anos do SNS do que reafirmar a sua defesa, promover a sua modernização e garantir o seu desenvolvimento.
pensador
Etiquetas: Pensador
6 Comments:
Ética bancária
Primeiro, foi a "operação Furacão", por suspeita de graves infracções de fuga ao fisco e lavagem de dinheiro, em conluio entre bancos e empresas. Depois, foi a descoberta das tranquibérnias no BCP. Agora, sabe-se das tramóias descobertas no BPN, conhecido pelas suas ligações a algumas figuras gradas da direita política.
O que é estranho é o silêncio dos banqueiros. Não existe uma associação de banqueiros? E não existe um código de conduta da banca? E os banqueiros portugueses reconhecem-se nesta sucessão de vigarices e de crimes?
vital moreira, causa nossa
HPP querem comprar os SAMS link
A venda aos Hospitais Privados de Portugal (HPP) – o braço do grupo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para a área da saúde – de parte do capital de algumas unidades de saúde da rede do SAMS, vai ser decidida pelos sócios do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI). A última palavra será dada no referendo que será realizado no próximo dia 26 de Novembro, em assembleia geral extraordinária onde será submetido o resultado final das negociações que decorrem do protocolo de entendimento entre os HPP e o SBSI. Caso a maioria dos sócios diga não, a direcção do SBSI não prosseguirá as negociações.
DE 31.10.08
A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) ameaça subir os prémios dos seguros, face à proposta do OE/09 de duplicar a taxa a cobrar às seguradoras destinadas a financiar o INEM. link
Se os seguros aumentam a engenheira Isabel Vaz tem um chelique.
Caro Pensador:
A sua intervenção merece ser saudada, sem qualquer restrição, por constituir um clarão de lucidez, por indicar um caminho quando muitos parecem perdidos no meio da crise. Totalmente de acordo: quando se deixar de pensar que os outros são culpados de tudo e nos decidirmos a fazer o que devemos, (quanto antes melhor, que já desperdiçámos muito!), estaremos seguramente a fazer a melhor promoção do SNS universal e equitativo. Mais até: não me parece que exista alternativa.
Ps: Entendo que quando, no último período do primeiro parágrafo da sua intervenção, diz: ”Cortando o elo pérfido de alimentação de interesses espúrios, conflituantes com o interesse público e predadores do interesse geral em detrimento dos interesses privados”, o que pretendia dizer é: ”…. predadores do interesse geral em proveito dos interesses privados.”
Cumprimento o "pensador" pelo seu post cheio de lucidez.
O SNS merece todo o nosso apoio pois tem demonstrado ao longo dos trinta anos que leva de existência, ser o que de melhor há na nossa sociedade.
Area de negócios apetecível tem sido objecto ao longo destes anos de inúmeros ataques da nossa direita e não só.
Efectivamente, o grande desafio que temos pela frente é o da sua modernização e melhoria de organização.
O Estado tem de ponderar daqui em diante a efectuação dos investimentos necessários, no lugar de pretender entregar tão valioso serviço às empresas privadas.
Neste sentido as PPP com gestão clínica não são uma forma de obtenção de financiamento e partilha de risco da gestão. São antes uma forma desastrada de entregar o ouro ao bandido. Ou seja: a privatização do nosso serviço público.
Despudor…
Nas Jornadas Parlamentares do PSD que estão a decorrer em Évora, o líder parlamentar do maior partido da oposição, Paulo Rangel, classificou o projecto do PS como «capitalismo de Estado ou neo-socialismo», dizendo que desqualifica progressivamente a democracia em Portugal.
…/…
Como é possível falar em desqualificação da democracia em Portugal? Não foi o imenso “laranjal” que construiu e alimentou um dos maiores logros do sistema financeiro em Portugal? Quem foram os protagonistas desta (triste) história? Desde Oliveira e Costa, Dias Loureiro, Daniel Sanches e tantos outros? Afinal quem desqualifica o quê?
O PSD sempre se caracterizou por ser um partido sem uma matriz ideológica clara e bem definida. Vive enredado num tacticismo eleitoral que levou a que, passados mais de 30 anos sobre a sua fundação, se tenha transformado num partido sem identidade, sem rumo e sem alma. Na prática trata-se de uma formação política que deambula entre impulsos: ora social-democrata, ora populista, por vezes conservador ou até mesmo neo-liberal.
Nesta insane deambulação é preciso despudor para acusar o governo de «capitalismo de Estado ou neo-socialismo».
Se restasse uma réstea de ética política deveriam ter defendido o funcionamento do mercado (com a inevitável falência do BPN) e a penalização dos seus responsáveis. Mas isso o PSD nunca poderá fazer porque no seu âmago está a expressão política da “criatividade” económica e financeira. O PSD vive condicionado pelos seus fantasmas. É por isso que quando é espontâneo se indigna com o aumento do salário mínimo…
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