domingo, fevereiro 8

"Pacote de Estímulo"

Obama tenta obter aprovação do Senado para o seu "pacote de estímulo". Que melhor designação para um plano anticrise de cerca de 900 mil milhões de dólares.

Em relação à Saúde, o "pacote de estímulo" prevê, entre outras muitas ajudas, a atribuição de incentivos para os utilizadores de registos clínicos electrónicos (EHR – electronic health records), a partir de 2011.
Estes incentivos podem chegar aos 40.000 dólares por médico (15.000 no 1.º ano, diminuindo 2.000 por ano até ao 5.º ano), através de aumento dos honorários do Medicare. Depois de comprovada a utilização efectiva de software certificado (EHR) na sua prática clínica. Estão também previstas sanções para os médicos (1% até 3% dos honorários do Medicare) que não utilizem EHR a partir de 2016.

Nota: Os registos clínicos electrónicos são designados por vezes indiferenciadamente na literatura da especialidade por : EMR (electronic medical records); EHR (electronic health records) e PHR (personal health records).
link
O diploma define Registo Electrónico certificado:
• Conjunto de dados de informação clínica como a história clínica e lista de problemas dos doentes:
• Sistema de Informação de suporte à decisão clínica e ao controlo de qualidade; Permitindo a gravação de registos clínicos e a troca/integração de informação com outras fontes.

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8 Comments:

Blogger e-pá! said...

Caro Xavier:

Uma chamada de atenção muito oportuna.

O desenvolvimento do electronic medical record - EMR - é fundamental, quer para os médicos, quer para os doentes.

As minhas dúvidas acantonam-se no seu correcto aproveitamento em questões de gestão da saúde.
Ou seja, na "macrogestão", entendida como a gestão compartilhada de um complexo e universal sistema nacional de Saúde, como o SNS.

Por outro lado, o principal problema técnico será adequar a compatibilidade (interoperability) dos sistemas tecnológicos de informação, bem como a uniformização do software, de modo a proporcionar um intercâmbio de dados e informações clínicas em rede (intercomunicação) fácil, expedita, precisa e eficaz.

Enfim, o retrato de tudo o que, em Portugal, está mal concebido, para não dizer, inoperativo.
Cada unidade (ponto de rede) escolheu o sistema que mais "gostava", ou com o qual estva mais familiarizado, independentemente das condicionantes técnicas. Enfim, aquisições à balda, quando deveria ter sido processado um concurso nacional que garantisse a comunicabilidade sem bugs, bloqueios ou sobrecarga da rede.

Na minha modesta opinião, a decisão de CC de "desmontar" ou "desmembrar" o IGIF, abriu caminho a toda esta "anarquia informática", com todas as suas consequências.

Sem uma EMR eficiente, nunca haverá controlo de qualidade do SNS.
Mas este macabro facto interessa a alguns, permitindo-lhes misturar simulações, projecções, desejos e a realidades.
Nunca uma confiável accountability...

11:35 da manhã  
Blogger Hospitaisepe said...

Embrace technology - Trata-se de dar fôlego a uma política de informação absolutamente vital para o desenvolvimento da Saúde.

Motivar os médicos para a utilização de EHR é uma política acertada que devia ser seguida no nosso país.

1:50 da tarde  
Blogger Tavisto said...

Registo clínicos electrónicos, uma aposta inteligente do grupo para a Saúde de Obama para controlo de custos e melhoria da qualidade dos serviços.
Por que tardam medidas destas num País que está a comemorar 30 anos de SNS? Quem teve capacidade de inventar a via verde para a circulação viária e conceber um portátil de baixo custo, facilmente criaria um cartão de registo electrónico para a saúde. Quanto dinheiro não poderia assim ser poupado em medicação duplicada, análises clínicas, ecografias, TAC e RMN repetidas, por desorganização dos serviços e, há que dizê-lo, também por inconfessáveis interesses. Como esta medida poderia ajudar a minimizar a corrupçãozinha instalada, que Correia de Campos reconhece existir mas não julga suficiente para tirar o sono a um Ministro da Saúde.
Se em alternativa à introdução do ALERT (não fazendo juízos de valor) e à desactivação do IGIF, a opção tivesse sido a do investimento no desenvolvimento do SAM e da interactividade em rede entre hospitais e centros de saúde do SNS, apoiado por um cartão electrónico do utente, quanto racionalidade e melhoria de qualidade não se poderia ter verificado num curto espaço de tempo?
Mas, infelizmente, não foi isso que aconteceu nem se prevê que venha a suceder. Nos hospitais, falo do que conheço, os profissionais são obrigados a trabalhar em dois sistemas com filosofias distintas, o que não estimula a opção pelo registo electrónico. São pois muitos os casos de médicos que continuam a fazer o registo em papel só utilizando o electrónico quando obrigados ou por falta de alternativa. A ligação entre hospitais e centros de saúde faz-se, de forma impessoal, através de um programa (ALERT P1), com informação que circula tipo bola de pingue-pongue, entre os dois níveis de cuidados até estarem todos os requisitos de aceitação para marcação de consulta concluídos.
Tenhamos esperança, pode ser que do até aqui sistema de saúde mais liberal do mundo ocidental venham boas práticas no interesse dos doentes e contribuintes. Confiemos que, do País que nos contaminou com produtos financeiros tóxicos, possa agora vir o exemplo para melhorar o nosso SNS em termos do desenvolvimento de registos clínicos electrónicos.

2:03 da tarde  
Blogger tambemquero said...

The Senate agreement on a roughly $827 billion economic stimulus bill sets up tough negotiations with the House, primarily over tens of billions of dollars in aid to states and local governments, tax provisions, and education, health and renewable energy programs. link

NYTimes 08.02.09

A coisa está dificil.
É muita massa.
Penso, no entanto,que o programa vai passar. As alternativas são escassas ou nenhumas.

2:12 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Controlo pontométrico de assiduidade

Ana Jorge, considera que é essencial controlar os horários dos profissionais de saúde e, por isso, defende a manutenção do sistema apesar de reconhecer que não possui dados que provem que o controlo aumentou a produtividade.

«O sistema está a ser acompanhado e avaliado pela Inspecção-geral das Actividades da Saúde. Logo que a inspecção acabar de fazer a avaliação, estaremos em melhores condições para falar sobre isso».
TSF 08.02.09

A que consta o e-pá terá ido a Fátima.
Pelos vistos os pastorinhos não atenderam ao pedido.
A Ministra da Saúde também não!
O controlo pontométrico vai, assim, continuar.

10:03 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

De acordo com este diploma , os médicos terão acesso a este financiamento federal para utilização de tecnologia certificada destinada a:
1) implementação da prescrição electrónica;
2) realização de intercâmbio electrónico de informações de saúde com vista à melhoria da qualidade dos cuidados de saúde;
3) relatório sobre as medidas clínicas de promoção da qualidade de acordo com as condições especificadas pelo secretário do HHS.

11:59 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Caro tambemquero:

Pela minha parte, já encerrei, há muito tempo, esse assunto - o controlo biométrico da assiduidade.

Tenho estranhado o silêncio dos seus lídimos defensores, desde que Ana Jorge assumiu funções, embora a sua implementação tenha continuado a avançar - de mansinho como a Ministra gosta - e, ao que me consta, pejado de bugs, não reconhecimentos, etc.

Todavia, não resisto à oportunidade de citar o
DESPACHO N.º 187 / 2007, de 18 Set 2007, do Secretário de Estado da Saúde.
Assim, lia-se no referido despacho:

2. Transmitir orientações aos conselhos de administração dos hospitais não incluídos no cronograma que devem obrigatoriamente adoptar o mesmo sistema até ao final de 2007.

7. Aguardar a entrada em vigor da legislação referente aos Agrupamentos de Centros de Saúde para, após avaliação do impacto da implementação referida no n.º 1, permitir a sua extensão aos cuidados de saúde primários, preferencialmente até ao final do primeiro trimestre de 2008.


Na verdade, um cronograma, exemplarmente, cumprido.

Quando acabarem de montar os últimos, os primeiros necessitaram de ser substituídos por deterioração. E assim sucessivamente...

As dúvidas da Srª. Ministra sobre se o controlo aumentou a "produtividade" são puramente metafísicas. Como médica conhece a reacção corpo clínico hospitalar a esta medida.
Sabe o que pode esperar da desmotivação profissional e do desbaratar de incentivos para a produção que, este polémico assunto, gerou.

Mas não ficaria surpreendido se, daqui a algum tempo, surgissem estatísticas "criativas" a proclamar o contrário.

PS - Não fui a Fátima!
Não sou penitente, nem peregrino, nem sequer crente.
Para sua informação, nem tenho que pôr o dedo.
Estou aposentado! Deixo-vos esse ónus.

12:18 da manhã  
Blogger tambemquero said...

50 reasons to get an EHR

Better access to data

1. Pull a patient chart within seconds rather than minutes.

2. Never waste time looking for a chart.

3. Open a patient's chart on any computer in the office.

4. Have two or more people work with a chart at the same time.

5. Have clinical data at your fingertips when a consulting or referring physician calls.

6. Open the patient's chart on a wireless computer when you see him in the hospital.

7. Access a patient's chart online when he calls you at home at 2 a.m.

Better charting

8. Never worry about illegible handwriting (your malpractice carrier and local pharmacists will be happy).

9. Have patients complete a computer-guided medical history at home or in your office that downloads into the EHR.

10. Update medication and problem lists with every visit.

11. Import lab results, diagnostic images, and hospital discharge summaries into the patient's record.

12. Create flow sheets and graphs for any kind of data—blood pressure, HbA1c, pediatric height and weight, etc.

13. Tap thousands of procedure and diagnosis codes—far more than a paper charge ticket can display.

Better care management

14. Track pending orders for lab tests and diagnostic imaging—those that are long overdue may signal lost reports or patient noncompliance.

15. Receive automatic reminders in the exam room when a patient is due for preventive or disease-management services.

16. Link to evidence-based guidelines for diagnosing and treating conditions as you talk to the patient.

17. Quickly produce a list of all female patients over 21 who haven't had a Pap test in the past three years (or any time frame you choose, based on age and type of Pap test). Then ask these patients to make an appointment.

18. Print patient handouts in the exam room.

19. Print a copy of the progress note and give it to the patient at the end of the visit. Or put his entire record on a mini "thumb" drive that he can take home.

20. Provide consulting physicians with a list of lab results and current medications by e-mailing or faxing the data directly from the computer.

Better prescribing

21. Spend less time talking to pharmacists with questions about what you've written.

22. Fax prescriptions from your computer to the pharmacy instead of handing them to patients, who might lose or alter them.

23. Reissue prescriptions with a few mouse clicks.

24. Reduce the number of prescribing mistakes by receiving electronic alerts on drug interactions, allergies, and other situations where you should exercise caution.

25. Identify all your patients who are taking a recalled drug within minutes.

26. Verify compliance with insurance-company formularies incorporated into the EHR.

Greater efficiency

27. Review a summary of the patient's health information at a glance instead of flipping through pages.

28. Stay on top of your work with an electronic to-do list that includes incoming lab, radiology, and pathology reports as well as in-office messages and telephone calls.

29. Reduce phone tag: When patients call, answer their questions immediately instead of pulling the paper chart and calling them back.

30. Produce referral letters, school and work excuses, and other documents with a few clicks.

31. Send messages to your nurse without leaving the exam room or hollering down the hallway.

32. Reduce staff downtime at the copy machine: When you need to share records with someone, transmit them electronically.

33. Automate the way you report childhood immunizations to state-mandated registries.

34. Order lab tests and diagnostic imaging with a few mouse clicks.

35. Get claims out the door faster by sending encounter information, including diagnostic and CPT codes, straight to your practice-management software.

Lower costs

36. Save $10,000 or more per doctor per year on dictation and transcription costs.

37. Eliminate positions for file clerks and transcriptionists.

38. Save several thousand dollars a year on paper-chart supplies.

39. Download ECG readings directly into the patient chart and save even more on paper.

40. Spend less on postage by transmitting charts electronically.

41. Build a satellite office without a file room.

Higher income

42. Qualify for "pay for performance" bonuses by tracking the care you provide and the outcomes you achieve for various groups of patients.

43. Capture all your charges automatically as you record what you do.

44. Reassign your transcriptionist and file clerk to help collect accounts receivable.

45. Confidently code for higher levels of service based on thorough documentation.

46. more robust practice

47. Convert your file room into an extra exam room.

48. Gain an edge in recruiting doctors fresh out of residency who've grown up using computers.

49. Retain topnotch staffers who otherwise would be burned out by the chaos of paper charts.

50. Impress patients by demonstrating that you run a modern, cutting-edge practice.

7:25 da tarde  

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