terça-feira, março 3

1.º Encontro Nacional das USF


Decorreu ontem (28.02.09).
Com 900 participantes, apesar do encerramento antecipado de inscrições por esgotamento da lotação da sala. Médicos, enfermeiros e administrativos, membros das 161 USF já em funcionamento.
Foi a primeira iniciativa pública da recém-criada Associação Nacional das USF link , agrupando as três profissões que integram as USF e em defesa da reforma dos Cuidados de Saúde Primários.

E foi, também, a apresentação pública pelo professor Constantino Sakellaride, na presença da Ministra da saúde, do RELATÓRIO DO GRUPO CONSULTIVO PARA A REFORMA DOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS link
Um documento incontornável!
Dia marcante, este, para todos os que se revêem na refundação do nosso SNS e nos Cuidados de Saúde Primários, como seu componente estruturante
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António Rodrigues, médico de família

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5 Comments:

Blogger sns said...

Cara Joana leia com muita atenção este documento e procure conhecer o que se está a passar no terreno. Sabe é que não há pior cego do que aquele que não quer ver...
Aqui vive-se o espírito profissional de um sistema de saúde orientado para todos os cidadãos. Não tem nada que ver com fantasias mercantilistas e visões negocistas. Mas isso nem todos podem compreender...

11:20 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Nem todos os políticos no ‘Ocidente’ tiveram a mesma responsabilidade pelo estado a que levaram o sistema financeiro.

O Partido dos Socialistas Europeus (PSE), que alterna poder com a direita na maioria da União, apresenta-se agora ao eleitorado com um manifesto comum para as eleições de Junho, onde reclama ter razão no debate Estado vs. mercado. E diz-se por isso melhor preparado que a direita para tirar a Europa da crise. É difícil perceber porquê.

Os socialistas há muito que abdicaram da sua agenda ‘progressista' que alertava para os riscos de excesso de desregulação dos mercados. A ‘modernização' - como lhe gostam de chamar - do socialismo europeu dos últimos 15 anos significou um consenso no ‘mainstream' de uma só política económica, com algumas nuances mas com um crescente descontrolo no mercado de capitais. A criatividade financeira como factor de crescimento.

O PSE orgulha-se muito de ter proposto a regulação de ‘hedge funds' na eurocâmara, que foi abortada pela direita. Mas porque não o fizeram os seus governos no fórum relevante, que era o G7? O governo de coligação liderado pela conservadora Angela Merkel tentou mas os socialistas britânicos impediram. Teve de ser Sarkozy a forçar, contra muitas resistências, a inclusão do combate aos paraísos fiscais na agenda do recente G20 em Washignton. E foi Sílvio Berlusconi o único líder a propor abertamente na última reunião dos seis europeus mais ricos a total nacionalização da banca (como fez Mussolini, acrescentou...).

Os socialistas dizem que têm estado em minoria na UE. Mas em 2000 na cimeira de Lisboa quando estavam em maioria no Conselho fixaram os EUA como referência de liberalização e desregulação para o mercado interno.

O manifesto diz que "esta crise marca o fim de uma era conservadora de mercados desregulados" e garante que "onde a esquerda está no poder, podemos ver provas reais do que os socialistas podem atingir". Mas vimos regulações laxistas passarem por governos Tories e Labour que contribuíram para a actual ruína da city de Londres. E vimos regulações robustas passarem por socialistas e populares que deixaram hoje a banca espanhola numa posição invejável na UE. Em suma, não fizeram a diferença e, no mínimo, os socialistas são cúmplices do estado a que chegámos.

E o eleitorado parece sabê-lo porque numa altura em que os governos europeus (a grande maioria de direita) começam a ser penalizados pela crise, os votos não estão a sobrar para os socialistas mas para forças alternativas à esquerda, arrastando para aí o centro do combate político. Só que nesse terreno, os partidos do PSE têm um problema de credibilidade porque querem voltar a ser socialistas mas passaram duas décadas a tentar ser modernos.

Luís Rego, DE 02.02.09

Excelente

9:41 da manhã  
Blogger e-pá! said...

As 161 USF's em funcionamento são a realização prática de uma das mais importantes reformas da Saúde, deste Governo.

Assentam numa visão de mudança qualitativa de um dos pilares fundamentais do SNS, capaz de garantir insubstituíveis paradigmas da sua caracterização constitucional - a equidade e a universalidade.

Estamos, ainda, longe dos resultados esperados.

Apesar deste hercúleo esforço cerca de 400.000 portugueses e portuguesas continuam sem médico de Família. Os fluxos de acorrências aos serviços de urgência hospitalares, ainda não apresentam alterações significativas, como era legítimo esperar de um bom funcionamento dos CPS's.
Mas a Reforma está na estrada e adquiriu a velocidade de cruzeiro.

As perspectivas de aceleração do ritmo de constituição de novas USF e a projectada entrada no sistema de "sangue novo" (médicos e enfermeiros) a estas unidades, são uma bos perspectiva de "construir" uma rede de cuidaos eficientes. De garantir o seu êxito.

Todavia, é necessário não deitar foguetes antecipadamente.
Mais importante é continuar a trabalhar com humildade, modéstia e tenacidade.

Independentemente da consideração que me merece o Prof. Constatino Sakellarides, a jactância expressa no título do Relatório do Grupo Consultivo para a Reforma dos CSP's (cujo conteúdo também julgo incontornável) autodenominando-se de "Acontecimento Extraordinário", padece de alguma imodéstia ou, para ser mais contundente, aparecerá como uma deriva narcisista.

Mais parece uma manifestação de "empreendorismo" de Luís Pisco.

9:26 da tarde  
Blogger xavier said...

Durante o dia só estiveram acessíveis as primeiras dez páginas do "RELATÓRIO DO GRUPO CONSULTIVO PARA A REFORMA DOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS", pelo que apresentamos as nossas desculpas.
Presentemente, já é possivel aceder a todo o conteúdo do referido relatório, através do link inserido no post.

10:50 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

Excelente relatório. Escrito num registo que nos alegra a alma.
Concordo que é necessário envolver a sociedade na realização deste objectivo. O português gosta muito de esperar sentado que as coisas aconteçam.
Um bem haja para o professor Constantino Sakellaride.

2:07 da tarde  

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