ACSS, contrata consultores (2)
A ACSS abriu concurso (19.02.09) para contratação de "serviços de consultoria para recuperação da sustentabilidade económico-financeira do Centro Hospitalar de Setúbal EPE e do Centro Hospitalar do Médio Tejo EPE", que irão custar 410 mil euros aos cofres do estado. link
Antes de tudo apetece perguntar se houve, ou vai haver, avaliação dos Conselhos de Administração destes dois estabelecimentos. O que aconteceu afinal ao modelo elaborado pela Comissão de Avaliação dos Conselhos de Administração?
Esta decisão da ACSS, que parece ser uma completa ultrapassagem das ARS, constitui, desde logo, uma declaração de incompetência dos CA.
Na verdade, o objectivo do estudo é, segundo o Jornal de Negócios, a recuperação da sustentabilidade económico-financeira das instituições.
Temos então que a sustentabilidade económico-financeira se perdeu e que a ACSS entende que os actuais gestores não têm capacidade para a recuperar.
E não acontece nada?
Resta agora saber se o estudo que vai ser encomendado, com certeza a pessoas muito competentes, ajudará a resolver o problema.
Consultado o anúncio do concurso verifica-se que a adequação da proposta tem um peso de 20% nos critérios de adjudicação, contra os 45% do preço e os 35% do prazo.
O que não augura nada de bom. Porque a adequação da proposta me parece fundamental.
Estamos habituados a que os trabalhos de consultoria, nesta área,sejam, frequentemente, desenvolvidos por pessoas que ignoram o processo produtivo hospitalar.
E que desconhecem também a especificidade dos hospitais e dos outros serviços de saúde, relativamente à organização da produção.
O sector operacional constitui uma burocracia profissional.
Neste tipo de organizações, são os profissionais os primeiros responsáveis pela organização do seu trabalho.
O centro operacional do hospital não pode ser controlado tecnocraticamente.
O papel do gestor hospitalar é muito mais o de “facilitador” do que o de “controlador”.
O controlo administrativo do hospital será sempre um controlo remoto, distante da realidade, sem efeitos positivos na performance do estabelecimento.
O estudo que a ACSS vai encomendar, caso não seja realizado por quem conheça bem a realidade hospitalar, vai terminar num conjunto de receitas para reduzir os custos.
O problema é que, neste caso, é mais fácil medir os custos que os benefícios e o resultado final, de ignorar a relação entre as duas realidades, pode bem ser a deterioração da performance.
Antes de tudo apetece perguntar se houve, ou vai haver, avaliação dos Conselhos de Administração destes dois estabelecimentos. O que aconteceu afinal ao modelo elaborado pela Comissão de Avaliação dos Conselhos de Administração?
Esta decisão da ACSS, que parece ser uma completa ultrapassagem das ARS, constitui, desde logo, uma declaração de incompetência dos CA.
Na verdade, o objectivo do estudo é, segundo o Jornal de Negócios, a recuperação da sustentabilidade económico-financeira das instituições.
Temos então que a sustentabilidade económico-financeira se perdeu e que a ACSS entende que os actuais gestores não têm capacidade para a recuperar.
E não acontece nada?
Resta agora saber se o estudo que vai ser encomendado, com certeza a pessoas muito competentes, ajudará a resolver o problema.
Consultado o anúncio do concurso verifica-se que a adequação da proposta tem um peso de 20% nos critérios de adjudicação, contra os 45% do preço e os 35% do prazo.
O que não augura nada de bom. Porque a adequação da proposta me parece fundamental.
Estamos habituados a que os trabalhos de consultoria, nesta área,sejam, frequentemente, desenvolvidos por pessoas que ignoram o processo produtivo hospitalar.
E que desconhecem também a especificidade dos hospitais e dos outros serviços de saúde, relativamente à organização da produção.
O sector operacional constitui uma burocracia profissional.
Neste tipo de organizações, são os profissionais os primeiros responsáveis pela organização do seu trabalho.
O centro operacional do hospital não pode ser controlado tecnocraticamente.
O papel do gestor hospitalar é muito mais o de “facilitador” do que o de “controlador”.
O controlo administrativo do hospital será sempre um controlo remoto, distante da realidade, sem efeitos positivos na performance do estabelecimento.
O estudo que a ACSS vai encomendar, caso não seja realizado por quem conheça bem a realidade hospitalar, vai terminar num conjunto de receitas para reduzir os custos.
O problema é que, neste caso, é mais fácil medir os custos que os benefícios e o resultado final, de ignorar a relação entre as duas realidades, pode bem ser a deterioração da performance.
brites
Etiquetas: Brites
1 Comments:
A tutela parece andar ao sabor dos interesses de muitos dos senhores que ocupam os conselhos de administração de norte a sul do país.
Evidentemente que o sistema de avaliação dos Conselhos de Administração não podia ir para a frente. Sucumbiu às primeiras criticas dos senhores bem instalados.
Perdido o respeito como poderá a tutela actuar quando tem de actuar.
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