sábado, março 14

SIIS

Vimos como o recente pacote de estímulos à economia dos EUA, prevê um conjunto de incentivos para os médicos utilizadores de registos clínicos electrónicos (EHR – electronic health records), comprovada a utilização efectiva de software certificado na sua prática clínica. link
Esta disposição não é original, pois, já em Julho de 2008, a administração Bush havia aprovado legislação ("Medicare Improvements for Patients and Providers Act of 2008”) com incentivos para os médicos utilizadores de prescrição clínica electrónica (e-Prescribing).
«Physicians for whom services identified represent at least 10% of their Medicare charges are eligible to receive a 2% bonus payment in 2009 and 2010 if they use a qualified e-Prescribing system. The bonus is reduced to 1% in 2011 and 2012, and 0.5% in 2013. If physicians for whom these codes represent 10% of their charges do not use e-Prescribing, they will face penalties of -1% in 2012, -1.5% in 2013, and -2% in 2014 and beyond.»
Nos EUA, a taxa de utilização de registos clínicos electrónicos é muito baixa, não ultrapassando os 17%, justificando a criação deste tipo de medidas.

Melhor é a situação do nosso país, onde a utilização TI no sector da saúde tem vindo a melhorar nos últimos anos. Exemplar a prescrição electrónica de medicamentos e os certificados de incapacidade temporária a funcionar na maioria dos centros de saúde.
Ao nível hospitalar têm sido desenvolvidas alguns projectos de sucesso como o Medtrix do Hospital de São Sebastião de Vila da Feira que assegura, além da gestão electrónica do processo clínico do utente, a prescrição de medicamentos, gestão de aprovisionamento e fornece indicadores de qualidade, financeiros e de recursos humanos. link

Tem sido preocupação dominante dos gestores da saúde, nos últimos anos, a centralização das bases de dados do Ministério da Saúde numa plataforma única de dados de utentes consolidada e fiável .
O Plano Tecnológico da Saúde (PTS), veio dar prioridade a este objectivo ao propor a criação de um Sistema de Informação Integrado da Saúde (SIIS), centrado no cidadão, orientado ao processo , Independente do local e do momento, suportando multi-formatos e multi-fornecedores.
O PTS prevè ainda, entre outras medidas destinadas à saúde, o desenvolvimento de uma plataforma de suporte e desmaterialização da prescrição de medicamento e MCDTs.
Tudo isto a correr numa rede de comunicações de nova geração de 1Gb (download) para os HHs. Os Centro de Saúde /USFs terão de contentar-se com velocidades de 100Mb.
Certamente, um lapso hospitalocentrista do plano tecnológico ?

4 Comments:

Blogger Joaopedro said...

Excelente post, embora não comungue do optimismo do Xavier.
É certo que alguma coisa tem sido feita nos últimos anos.
Nos EUA o e-prescribing ainda dá os primeiros passos. E são excepção os médicos de família que utilizam registos clínicos electrónicos.
Mas nós temos é de nos comparar com os nossos colegas da UE, onde, por exemplo, a utilização de EHR por médicos de família do RU ronda os cem por cento.
Quanto ao PTS é muito bonito. Vamos ver como sai do papel.

1:35 da tarde  
Blogger DrFeelGood said...

Excelente post.

As vantagens de utilização de registos clínicos electrónicos relacionam-se com a integração no processo de decisão clínica de normas de orientação clínica em tempo útil.

Em Portugal são utilizados três sistemas: SAM, MedicineOne e VITACARE, que permitem além da prescrição por Designação Comum Internacional (DCI), a maioria dos registos relativos ao processo clínico do doente.
O registos dos MCDTS, nomeadamente de imagiologia, está dependente da utilização de tecnologias adequadas, como a digitalização de imagens (a chamada revelação a seco).
De salientar que o "Sonho" é um sistema concebido "apenas" para a gestão administrativa, recorrendo muitos dos HHs do SNS ao SAM para registo de dados relativos ao processo clínico dos doentes.

7:08 da tarde  
Blogger Hospitaisepe said...

Quanto ao processo de melhoria e simplificação do acesso, o PTS é muito ambicioso, prevendo o desenvolvimento de um conjunto de acções de forma a tornar exequível a "Carta dos direitos de acesso aos cuidados de saúde pelos utentes do SNS" (Lei nº41/2007)

a) e-Agenda - Desenvolvimento de uma plataforma electrónica de marcação de consultas no SNS Sistema de marcação de consulta nos Cuidados de Saúde Primários via WEB.

b) CallCenterda Saúde –Linha Saúde 24 – Serviço telefónico de atendimento 24/7, para informar, aconselhar e encaminhar o cidadão na rede do SNS, em função das suas necessidades.

c) Consulta a Tempo e Horas - Sistema nacional de referenciação da 1ªconsulta dos CSP para os hospitais, cuja fase de desenvolvimento 3.ª, prevê a Inclusão da referenciação dos pedidos de exames de diagnóstico.

d) SIGIC Sistema Integrado de Gestão de Inscritos em Cirurgia, cuja Fase 2 prevê a Ligação com o Sistema Integrado de Gestão de Acesso.

e) Registo Nacional de Identificação e Acesso - Criação de bases de dados de âmbito nacional, de fundamento administrativo, contendo os registos nacionais dos utentes (RNU), profissionais de saúde (RNP) e entidades de saúde (RNE), cuja Fase 2 prevê a Associação de um sistema de identificação e “login” seguro, de natureza única para todas as aplicações e serviços do SNS.

f) Portal da Transparência - Disponibilização de informação sobre políticas, direitos e tempos máximos de acesso, bem como informação sobre o nível e qualidade do serviço prestado, agregada por entidade . Cuja Fase 2 prevê a Interactividade na informação sobre o acesso individual do utente, expectável e realizado.

Portugal promete subir mais no ranking à custa das inovações previstas no PTS. link

7:50 da tarde  
Blogger helena said...

Os doentes com doenças crónicas vão poder pedir a partir de 02 de Abril, através de mail, SMS, ou net, a renovação das suas prescrições de medicamentos link

1:55 da manhã  

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