Garantia da qualidade dos cuidados
1- O Brites toca na ferida (onde nos dói). link Quando se destapa uma cratera destas não há consequências nem medidas imediatas anunciadas? Se nada acontecer então estará a sinalizar-se como assunto sem importância.
2- Mas não são apenas as infecções que não são objecto de planeamento, organização e controlo adequados nos nossos hospitais. Toda a qualidade - segurança de pessoas e de doentes, gestão de riscos clínicos, revisão de utilização e auditoria clínica, entre outras áreas -, salvo algumas honrosas excepções, não é objecto de monitorização e avaliação, muito menos de programas de melhoria e compração de resultados e métodos com unidades com boa prática. Nesta área temo que estejamos a afastar-nos do resto da EU, não é preciso ir muito longe basta ver a diferença para os nossos hermanos.
3- Se a qualidade é o mais importante nos hospitais então deve ver-se em:
a) Estruturas e programas nacionais de qualidade, incluindo de auditoria e avaliação (não apenas as despesas e obras classificadas como qualidade e as habituais e piedosas declarações sobre humanização e «colocar o doente no centro»).
b) Orientações da tutela definidno as prioridades, estabelecendo resposnabilidades, fixando metas mínimas a atingir por todos os hospitais - clarificando o papel das diversas entidadse chamadas a garantir o cumprimento dquelas orientações.
c) Obrigatoriedade de plano de qualidade integrado na estratégia, com planos e objectivos anuais, estrutura adequada em todos os hospitais.
d) Auditorias e avaliação periódica com difusão pública de resultados e actuação sobre os hospitais que não cumpram as orientações e os "mínimos" em qualidade.
4- Estamos a pedir muito? Não será um direito dos doentes e da população ver garantidas a qualidade dos cuidados e dos atendimentos? Não é um dever dos dirigentes corresponder a esse direito, afirmando «presente» e «nós garantimos»?
2- Mas não são apenas as infecções que não são objecto de planeamento, organização e controlo adequados nos nossos hospitais. Toda a qualidade - segurança de pessoas e de doentes, gestão de riscos clínicos, revisão de utilização e auditoria clínica, entre outras áreas -, salvo algumas honrosas excepções, não é objecto de monitorização e avaliação, muito menos de programas de melhoria e compração de resultados e métodos com unidades com boa prática. Nesta área temo que estejamos a afastar-nos do resto da EU, não é preciso ir muito longe basta ver a diferença para os nossos hermanos.
3- Se a qualidade é o mais importante nos hospitais então deve ver-se em:
a) Estruturas e programas nacionais de qualidade, incluindo de auditoria e avaliação (não apenas as despesas e obras classificadas como qualidade e as habituais e piedosas declarações sobre humanização e «colocar o doente no centro»).
b) Orientações da tutela definidno as prioridades, estabelecendo resposnabilidades, fixando metas mínimas a atingir por todos os hospitais - clarificando o papel das diversas entidadse chamadas a garantir o cumprimento dquelas orientações.
c) Obrigatoriedade de plano de qualidade integrado na estratégia, com planos e objectivos anuais, estrutura adequada em todos os hospitais.
d) Auditorias e avaliação periódica com difusão pública de resultados e actuação sobre os hospitais que não cumpram as orientações e os "mínimos" em qualidade.
4- Estamos a pedir muito? Não será um direito dos doentes e da população ver garantidas a qualidade dos cuidados e dos atendimentos? Não é um dever dos dirigentes corresponder a esse direito, afirmando «presente» e «nós garantimos»?
Hermes
Etiquetas: Hermes
2 Comments:
Caro Hermes:
TODOS TEMOS A NOÇÃO...
Ao levantar - com acutilância e excelência - o problema global da qualidade de cuidados prestados nas instituições de saúde (públicas e privadas) trouxe-me de novo à liça a qualidade dos medicamentos, actualmente disponíveis no mercado.
Excluindo questões de desvios da boa prática de prescrição (difícil na inexistência de bons guidelines) que são marginais a qualquer processo de verificação e controlo da qualidade, como foi o caso da J Neves, neste momento em investigação, o "mercado de genéricos" é, acima de tudo, uma questão de qualidade.
A propósito deste "caso", um aparte. Com o enorme alarido tecido à volta da viagem a Kualumpur, ficou de fora quem seriam os sócios da referida empresa (os suspeitos corruptores activos). O desenrolar futuro do processo na PGR trará surpresas...
Depois deste intermezzo voltemos à qualidade reinante no "mercado dos genéricos".
Todos temos a noção do "peso" orçamental das comparticipações do Estado na assistência medicamentosa. Pelo que não vale a pena fustigar por aí.
Todos temos a noção que a inesxistência de guidelines comporta riscos de uma "anarquia de prescrição", com mais elevados custos económicos e, em última análise, eventualmente deletéria para o doente (a centralidade do sistema).
Todos temos a noção de que uma deficiênte formação médica continuada pode levar a preversões e a uma oculta ou inconsciente expressão de interesses no acto de prescrever.
Enfim, todos temos a noção de que o sistema está inquinado.
Todavia, o nercado dos genéricos é a outra parte do problema.
Não basta o Infarmed repetir à saciedade que um medicamento genérico é igual ao de marca.
O prescritor necessita de "ganhar" confiança no medicamento, quando não, no laboratório produtor.
É não é utilizando técnicas ancestrais de propaganda - repetindo a mesma ideia centenas de vezes - que se transmite confiança.
Olhemos os números - recentemente divulgados na Imprensa - divulgados pelas diferentes Comissões de Farmacovigilância. Eles são muito fragéis e inconsistentes.
Númericamente é dificil fazer uma análise dos dados já que não sendo comparados com o consumo de unidades anuais para determinado fármaco, não esclarecem a prevalência de reacções adversas. Estes números representam mais uma parcelar casuística da incidência da iatrogenia do que outra coisa.
De qualquer maneira, temos de assinalar que a "notificação expontânea" cresceu exponencialmente de 9 casos em 1992 para 1100 em 2003. link.
Mesmo assim é legitimo pensar que estamos nos primórdios da Farmacovigilância e os resultados devem ser vistos por este prisma.
Na origem, sobre os MG's, afirma-se que os mesmos estão sujeitos a controlos de qualidade. Desconheço, para além das equivalências processuais entre os genéricos e os similares de marca, o que mais (e aonde?) tem sido feito no capítulo da avaliação da qualidade, como seja a quantidade de princípio activo disponível, a sua biodisponibilidade, etc.
Claro que quando afirmo isto estou convicto que, mesmo que houvesse empenho, nem seria possível fazê-lo.
Quando, p. exº, se aprovam dezenas de sinvastatinas, não há meios de controlo disponíveis.
A qualidade torna-se uma questão de fé.
Em meu entender, deveriamos caminhar, rápida e decididamente, para a unidose.
Já a praticamos nos HH's e, portanto, o "boss" da ANF deve referenciá-la como modelo.
Só que para chegar a unidose há muito caminho a percorrer, muitos interesses que serão colocados em causa, muito trabalho de casa a fazer.
E, conseguida a unidose, controlada a "anarquia" actual do mercado, reduzido drasticamente o número de princípios activos disponíveis, controlado o desperdício do conteúdo (excessivo) das embalagens standard, verificado com rigor - sem a intromissão de interessados - o binómio custo/benefício, "pouparíamos" muito dinheiro.
Finalmente, o controlo de qualidade depois de instituída a unidose - para uma gama já "controlável" de medicamentos - seria viavél e poderia ser concessionado às Faculdades de Fármacia que existem pelo País.
Passaríamos dos medicamentos genéricos para os personalizados.
E tonavamos transparente o mercado, a prescrição e obtinhamos uma efectiva redução de custos.
Caros amigos do Saúde SA:
Quanto a "Garantia da qualidade dos cuidados" é tudo um "supônhamos...".
Digamos a verdade: - poucas (muito poucas) são as Administrações das ARS e Hospitais e Direcções dos Centros de Saúde que sabem o que é, de facto, um Sistema de Gestão de Qualidade.
A partir daqui... está tudo dito!
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