domingo, maio 3

RCE


O secretário de estado da Saúde, Manuel Pizarro, nomeou recentemente um grupo de trabalho encarregue de apresentar, até final do 1.º semestre, uma proposta de especificações e recomendações para a criação do registo clínico electrónico RCE
Despacho n.º 10864/2009
link DR, 2.ª série, N.º 82 de28.04.09

O grupo nomeado pelo SE é constituído por cerca de trinta elementos. Demasiado extenso se pensarmos que tem de apresentar o referido relatório até final do próximo mês de Junho.
De assinalar a integração neste grupo de elementos dos três principais grupos privados (ESS, HPP e JMS).

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8 Comments:

Blogger tonitosa said...

A transferência de um idoso de um hospital da Grande Lisboa para o de Ponte de Lima completamente nu está a revoltar a família do doente.

Segundo o JN isto passou-se no Amadora-Sintra:

"Os funcionários do hospital tiraram-me a roupa que tinha vestida, um pijama, que era do próprio hospital. Disseram que tinha de ser assim, que a roupa não podia sair dali", conta Manuel Fernandes Santos, de 81 anos, que dera entrada naquela unidade de saúde da Grande Lisboa em princípios do mês passado, por insuficiência respiratória. "Fui tratado como se de um carneiro ou um coelho se tratasse. E, quando assim é, quem é que não fica indignado?", indaga, dando conta que a equipa da corporação de bombeiros que efectuou a sua transferência "é que assistiu a tudo".

E SE ISTO SE PASSASSE COM OS MELLO NA GESTÃO DO HOSPITAL?!...
QUANTO ALARIDO NÃO HAVERIA?

10:17 da manhã  
Blogger tonitosa said...

Assim é que é mostrar trabalho!
Tanta gente sempre permitirá aprimorar as ideias...e que diabo, com tanta gente a "coçar o dito pelas paredes", sempre alguns estarão entretidos...
Segundo sei, já em 2004/2005 alguns HSA tinham iniciado processos de trabalho neste domínio. E não precisaram de nomear grandes grupos de trabalho.
Mas neste "local" onde me encontro, vá lá saber-se porquê, com a vinda dos iluminados gestores - os amigos de CC - o processo parou.

10:27 da manhã  
Blogger e-pá! said...

Primeiro, é necessário saudar a finalidade e a oportunidade desta medida, já que traduz um significativo avanço na operacionalidade do sistema de saúde nacional. Sem sombra de dúvidas.

Dito isto, será necessário com espírito crítico construtivo analisar o conteúdo explicito e implicito do despacho.

A composição do grupo de estudos para a disponibilização do RCE na área da saúde, deixa no ar muitas interrogações.

Para além de extensa (como refere o autor do post) - o que em Portugal é quase sempre sinal de inoperacionalidade - é uma comissão desequilibrada.

Este "grupo" não foi encarregue de descobrir a pólvora.

Melhor teria sido, constituir um pequeno grupo com elevada competência informática, capacidade de análise da rotina clínica, laboratorial e medicamentosa do nosso SNS, e especilaistas de gestão (que fossem capazes de disciplinar e uniformizar os registos para não haver engenharias estatísticas), enfim um pequeno grupo que, fosse capaz e expedito no desenvolvimento e na "aferição" da compatibilidade e a adequação das propostas constantes da "Declaração de Praga", discutida na conferência "eHealth2009" (como se refere no Despacho n.º 10864/2009).
Em vez de seguirmos directamente de Lisboa ao Porto damos uma volta por Trás-os-Montes, Beira-Baixa, etc.

Por outro lado, a tentativa de "esgotar" o leque de representatividade deixa sempre alguém de fora.
Por exemplo, porque não está representada a Ordem dos Farmacêuticos ou a Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares (APFH)?
O RCE não engloba a e-prescrição?

Porque não está repesentada a Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados. São cuidados integrados ou ficam, neste campo, de fora?

Por outro lado, a linkagem com outros eventuais modelos de RCE a implementar em outros países da UE, parece ter sido descurada.

Finalmente, a presença de representantes do sector privado da saúde mostra um duvidoso eclectismo nesta área.

Na verdade, a pergunta que se impõe será:
Está na mente do SE uma futura interpenetração ou a interconectividade funcional entre o sector privado e o SNS?

Está aqui de modo subreptício alguma alteração da função do SNS como prestador de cuidados, ou continuamos na complementaridade?

Esta será mais uma pedrada para uma mudança de paradigma do SNS?

12:40 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

Excelente comentário do e-pá.
Pertinentes as suas observações em relação à inclusão de elementos do sector privado.
A reforçar o que aqui tem sido referido repetidamente, evidencia da existência de uma agenda secreta deste governo relativamente à politica de saúde.

1:24 da tarde  
Blogger DrFeelGood said...

De estranhar (ou talvez não) a urgência deste trabalho (despacho do SE é de 20.04.09, publicado no DR a 28.04.09) com data limite de apresentação 30.06.09.
Face a calendário tão apertado, duas perguntas ficam no ar:
Porquê só agora?
E em que medida a proximidade das eleições determinaram a urgência na realização de tão importante trabalho?
Sim, porque depressa e bem...

1:39 da tarde  
Blogger sillyseaspn said...

Descontando os comentários nostálgicos dos tempos do LFP e da (saudosa) gestão da JMS no Amadora-Sintra cujo epitáfio (em ambos os casos) está por escrever atentemos, então, no bendito Despacho. É verdade que parece ecletismo a mais para um grupo que se pretende de acção rápida e de eficácia máxima. Parece mesmo um daqueles grupos constituídos “à pressa” tipo “bora malta”. Concordo com o e-pá quanto ao risco de tanta gente nada de jeito vir a decidir. Fica o gesto e a boa intenção…
Já quanto à participação dos grupos privados (excluindo do grupo de trabalho importantes subsistemas como por exemplo o SAMS) voltamos a ficar com aquela sensação de existir “gato escondido com o rabo de fora”. Será assim tão difícil assumir o papel do SNS nas políticas públicas de saúde? Teremos de andar sempre com ziguezagues? A continuar assim acabaremos num SNS do tipo “passa cheques”: cheque-dentário, cheque procriação medicamente assistida, cheque-cirurgia, etc, etc…
Vale a pena continuar a monitorizar os diferentes protagonistas…

10:51 da tarde  
Blogger Hospitaisepe said...

Do três grupos privados convidados para este amplo grupo de trabalho, os HPP é o único que se faz representar por dois elementos.
Deve ser um para as unidades do grupo privadas, propriamente ditas, e outro para as PPP.
Digo eu!

11:03 da tarde  
Blogger tambemquero said...

.../ A maioria dos laboratórios depende de um financiador principal que é o Estado, porque é mais caro fazer exames no hospital do que recorrendo aos privados", avançou. A ANL nada teria a opor se os valores pagos pelos serviços tivessem sido actualizados, o que não acontece há mais de dez anos.

"Cada exame realizado por nós é pago por uma tabela que não sofre qualquer aumento desde 1996. Em 2006, até baixou 5%, e nos últimos dois anos houve crescimento zero. Fomos aguentando, mas isso conduziu-nos a problemas económicos, mesmo do ponto de vista da manutenção dos postos de trabalho. Em cerca de 200 laboratórios existem 12 mil pessoas qualificadas e é provável que muitas delas fiquem no desemprego". linkJN 03.05.09

É sempre a mesma coisa.
Risco, concorrência, iniciativa, menor custos. Mas tudo sob a protecção tutelar do Estado. Quando as coisas apertam vai de ameaçar com os postos de trabalho em risco.

11:36 da tarde  

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