Estratégia da pedinchisse
O Estado deverá sair a ganhar com a primeira PPP na área da Saúde. Pela parte privada, a HPP ainda não tem a mesma certeza. O administrador, José Miguel Boquinhas, justifica a dúvida com a «imensa conflituosidade» originada pela ausência de uma série de indicadores no caderno de encargos.
A gestão privada no Hospital de Cascais, da rede pública, tem de seguir um caderno de encargos com cerca de quatro mil páginas. O modelo de parceria público-privada (PPP), por ser novo, apresenta «imensas dificuldades» e é «imensamente conflitual» com a esfera pública... Tratando-se da primeira PPP na área da Saúde, o gestor privado aconselha «estudos sérios» à nova realidade... link
Tempo de Medicina 06.07.09
A gestão privada no Hospital de Cascais, da rede pública, tem de seguir um caderno de encargos com cerca de quatro mil páginas. O modelo de parceria público-privada (PPP), por ser novo, apresenta «imensas dificuldades» e é «imensamente conflitual» com a esfera pública... Tratando-se da primeira PPP na área da Saúde, o gestor privado aconselha «estudos sérios» à nova realidade... link
Tempo de Medicina 06.07.09
Quem lê as declarações de JMB fica com «imensas» dúvidas:
1ª Será que o «parceiro» privado ao longo dos quatro anos do concurso não teve tempo de ler e compreender o caderno de encargos, o programa de procedimento, a proposta que apresentou e demais peças que assinou e ficaram no contrato?
2ª Que tipo de «imensas» dificuldades são inesperadas «por ser novo»?
3ª Apesar das «quatro mil páginas» do caderno de encargos a «imensa conflitualidade» deve-se à ausência de uns indicadores?
4ª Se mal entram no combóio chegam logo à estação da pedinchisse e da reclamação não será melhor um tratamento radical?
1ª Será que o «parceiro» privado ao longo dos quatro anos do concurso não teve tempo de ler e compreender o caderno de encargos, o programa de procedimento, a proposta que apresentou e demais peças que assinou e ficaram no contrato?
2ª Que tipo de «imensas» dificuldades são inesperadas «por ser novo»?
3ª Apesar das «quatro mil páginas» do caderno de encargos a «imensa conflitualidade» deve-se à ausência de uns indicadores?
4ª Se mal entram no combóio chegam logo à estação da pedinchisse e da reclamação não será melhor um tratamento radical?
Rapatiradeixa
Etiquetas: PPPs à Portuguesa 2
11 Comments:
Embora não concorde com as PPPs, dado o enorme esforço e capital envolvidos, penso que este dispendioso e arriscado projecto (para os contribuintes) merecia uma melhor equipa de gestão.
Trata-se de pressionar a tutela para as alterações "inevitáveis" do contrato.
Se o HPP não está satisfeito com as vantagens do contrato que livremente estabeleceu (sobre o lucro que lhe cabe) há que rapidamente pressionar o parceiro Estado para a revisão do mesmo.
Mesmo partindo do principio que a fiscalização é pouco sofisticada.
E não vamos passar disto...
O grau de elevada complexidadee e conflitualidade, inerentes a este tipo de contrato, faz das PPPs um projecto inviável.
A necessitar de uma solução radical (rápida). Antes que os custos se avolumem e a expectativa de ganhos de qualidade se evapore
Esta estratégia (da pedinchisse), tem antecedentes, fora das PPP's, como seja HH's que regressaram ao estatuto de EPE's...
Foi o caso do H Amadora-Sintra.
Primeiro, aceita-se os cargos e os encargos, ou neste caso, os contractos (já com objecções do Tribunal de Contas).
Depois, procura-se a comunicação social para reivindicar a revisão dos contractos ou, então, um reforço orçamental.
Tem dado resultados...
Vai continuar!
O que estas declarações de JMB demonstram, uma vez mais, é que a estratégia de comunicação do parceiro privado do novo hospital de Cascais (HPP Saúde) está errada.
Esta tentativa de nos convencer que o grupo HPP está em risco de perder dinheiro porque o contrato de parceria é complexo e gerador de conflitualidade (já se sabia) e não contempla meia dúzia de indicadores é demasiado naife e insusceptível de convencer o mais distraído dos cidadãos.
Nesta altura do campeonato a equipa do JMB devia empenhar-se em desenvolver esforços para nos convencer, por exemplo, da mais valia (se é que existe) em termos de qualidade relativamente à exploração dos Hospitais do sector público.
Procurar não ser o principal agente gerador de conflitualidade, como acontece quando faz propostas de contratos e ameaças de recurso ao quadro da mobilidade aos profissionais do Centro Hospitalar de Cascais fora do âmbito da legalidade vigente.
Construir uma imagem de credibilidade e confiança junto das populações, dos agentes e profissionais do sector, não se faz através de acções de marketing em Centros Comerciais, com a distribuição de pins com mensagens do tipo "HPP - Love You" ou "We Can".
É necessário parecer-se autêntico.
E para se parecer autêntico é necessário parecer-se competente.
Além do mais, ainda temos o problema das tendências como o do Benfica : Vencer, vencer! link
O JMB não faz mais do que seguir a estratégia recente do Artur Vaz .
Depois de uns bitaites lançados nos media, Francisco Ramos apressou-se a depositar mais uns milhões no fundo da Saúde:
Neste caso, a pedinchisse não tem fundo. Mas não vai ser precisso esperar muito tempo para vermos o fundo ao saco.
No meio desta trapalhada toda conseguiram deitar fora o único gestor que percebia alguma coisa do assunto (eng.º Vasconcelos).
Actualmente, as PPPs da Caixa em termos de gestão, em nada os distinguem de qualquer hospital distrital do interior.
O ACF que se desiluda se está à espera das PPs da Caixa para melhorar a competitividade do sector público.
ORGANIZEM-SE...
«Construir uma imagem de credibilidade e de confiança junto das populações, dos agentes e profissionais do sector.»
Concordo que esta deve ser a verdadeira estratégia de afirmação deste projecto que irá encontrar, como é inevitável, muitas dificuldades no terreno.
Inovação e desenvolvimento de novas competências é o reverso desta medalha.
Sem isto... Ficarão para todo o sempre como as PPPs da Caixa para satisfação e proveito da concorrência (ESS e JMS).
“Sei que se conseguirmos cumprir os 83 indicadores de desempenho definidos pelo Estado, conseguiremos equipararmo-nos aos melhores hospitais de referência do mundo. Seremos tão bons quanto uma Clínica Mayo ou a um Mount Sinai Hospital”.
JMB, Fórum Saúde promovido pelo DE, 08.04.09.
Pelos vistos, 83 indicadores não chegam...
A criação / inclusão de indicadores a "meio da corrida" é sempre suspeita - alguns dos outros não estão a dar bem e convém arranjar uns onde se sabe que estão melhor?
mesmo que não seja verdade, ficará sempre a dúvida, e o contrato contou com a anuência dos HPP.
A PPP de Cascais assemelha-se a um grande navio cuja pilotagem envolve inúmeros riscos e requer carta de navegação de alto mar.
JMB é mero piloto de costa. Um Vasco Musgoso de Aragão metido a grande gestor da saúde.
Não foi por acaso que alguém, recentemente, se lembrou de meter a bordo o eng.º DA a ler ventos e marés e a traçar a rota para evitar o naufrágio ainda com terra à vista .
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