domingo, julho 26

Nem o Alberto João...

João Cordeiro depois de ameaçar demitir-se (manhã) link decidiu (à tarde) não se demitir link e dizer uma série de barbaridades: link
"Os farmacêuticos não ficaram surpreendidos com a tragédia do Hospital de Santa Maria, ocorrida apenas quatro meses depois do senhor primeiro-ministro ter inaugurado, com pompa e circunstância, a farmácia desse hospital."
"Quis o destino que na mesma semana em que seis doentes desse hospital correm o risco de perder a visão, o Governo tenha tido a desumanidade de aprovar mais um diploma que apenas serve para favorecer financeiramente o concessionário da farmácia de Santa Maria."
"O Governo está mais preocupado com os interesses financeiros dos concessionários das novas farmácias do que com a saúde dos doentes nos hospitais."
O presidente da ANF anunciou que as perguntas sem respostas serão respondidas quando ele apresentar "dossiers temáticos" nos quais denunciará "as negociatas que alguns interesses têm estado a fazer".
Não satisfeito, João Cordeiro não perdeu a oportunidade de chamar traidor e mentiroso a José Sócrates. link Para recuar à noite, através de um comunicado «onde reconhece que só mais tarde soube que aquilo que ele próprio contestava não constava, afinal, do diploma aprovado quinta-feira em Conselho de Ministros. »
Nestas circunstâncias, diz o presidente da ANF, "há condições para ser retomada a normalidade das relações entre o Governo e a associação ".

É difícil imaginar pior. Os associados da ANF, por certo, sentir-se-ão envergonhados, face a tais declarações e comportamentos do seu presidente.

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7 Comments:

Blogger Joaopedro said...

João Cordeiro está doente. A requerer internamento urgente.

1:54 da tarde  
Blogger Tavisto said...

Quem está doente e a precisar de internamento, não é João Cordeiro mas o País. Vivemos efectivamente numa democracia “pimba” onde grassa a irresponsabilidade a todos os níveis, onde o recurso ao insulto substituiu o direito ao contraditório. E tudo isto porque se pode insultar quem quer que seja sem grande risco de se ser demitido, caso se ocupe um cargo público, ou de ter de responder em tribunal e vir a sofrer daí as consequências.
Em boa verdade não surpreende que um País que consente que Alberto João Jardim mantenha intacta a sua respeitabilidade política, continuando a integrar o Conselho de Estado apesar de insultar tudo e todos ao longo de 30 anos, tenha descido tão baixo na troca de acusações entre figuras públicas e políticas e de estas entre si.
Os mimos trocados entre Francisco Louça e José Sócrates em torno dum putativo convite a Joana Amaral Dias para integrar as listas do PS às próximas eleições legislativas, oferecendo-lhe em troca a presidência do IDT, são um triste exemplo do que venho dizendo. Em boa verdade aqui há caso, mas em vez do recurso ao insulto (considero que chamar alguém de mentiroso, em público ou em privado, é altamente insultuoso) não seria mais edificante para as duas personalidades convidarem a disputada Joana para esclarecer os factos? Houve ou não houve convite? Se sim, é um direito de qualquer partido desafiar um cidadão, mesmo que doutra formação política, a fazer parte das suas listas. Porém, se o convite se faz acompanhar de uma prebenda em troca, isso é claramente corrupção e, como tal, deve ser punido. Se não houve convite então JAD está a mentir e daí devem ser retiradas as respectivas consequências, nas quais incluo a expulsão de militante do BE.
Um outro caso, a forma recorrente como, por tudo e por nada, Manuela Ferreira Leite e outros destacados dirigentes do PSD apodam de mentiroso José Sócrates. É que já não cuidam de eufemismos como “faltar à verdade” ou “fugir à verdade”. Não, é mesmo MENTIROSO com todas as letras e bem soletradas. Imaginemos agora que em resultado de um empate técnico eleitoral, para mal dos nossos pecados, vamos ter um futuro governo de bloco central como vem sendo sugerido senão mesmo insinuado por Cavaco Silva. Como é que estas pessoas que se insultam do pior no dia-a-dia vão poder conviver de forma sã no mesmo governo? Como vão querer ganhar a respeitabilidade dos portugueses que, tendo memória e honra, se recusem a aceitar que vale tudo em política?

11:11 da manhã  
Blogger PhysiaTriste said...

Segundo João Cordeiro "Os farmacêuticos não ficaram surpreendidos com a tragédia do Hospital de Santa Maria”.

De duas, uma:

João Cordeiro tem provas do que diz e já deveria ter informado quem de direito.

João Cordeiro não tem provas e a sua afirmação é uma calúnia.

Como ainda não chegámos à Madeira, alguma coisa deveria acontecer.

6:55 da tarde  
Blogger Unknown said...

NO ULTIMO SOL, pag 26, a proposito de joao cordeiro

Denúncia de João Cordeiro sem fundamento

Esta semana foram também remetidas a várias entidades – Ministério Público, Ordem dos Médicos e Associação Nacional de Farmácias (ANF), entre outras – as conclusões de outro inquérito em que os visados eram também médicos e em causa estava a prescrição irregular de medicamentos.
A denúncia fora feita por João Cordeiro, presidente da ANF, num debate televisivo como bastonário dos médicos, Pedro Nunes, em Abril. Cordeiro afirmou, então, que chegavam à sua farmácia, sobretudo ao fim-de-semana, doentes com «receitas dos hospitais»
(numa referência à urgência do Hospital de Cascais), indiciando uma influência «não ética» da indústria farmacêutica sobre a prescrição médica.
«Mal chegamos fins-de-semana, começam a chegar dos hospitais receitas a papel químico, concretamente dos mesmos laboratórios», disse, referindo-se à Tetrafarma e Biosaúde, que «num fim-desemana,
alcançaram as vendas de três meses».
A verdade é que nem Cordeiro, ouvido pela IGAS, conseguiu confirmar estas acusações com exemplos das referidas receitas, nem o volume de prescrição de remédios dos referidos laboratórios na sua farmácia esteve sequer perto daqueles montantes.
A Inspecção, soube o SOL, analisou o receituário que chegou à farmácia de Cordeiro entre Novembro de 2008 e Abril de 2009, quando este fez a denuncia. E só em dois meses há registo de terem sido aviados remédios destes laboratórios: num dos meses, foi vendido um da Biosaúde e noutro, três da Tetrafarma. Nos restantes meses, a venda destes laboratórios foi «zero» na farmácia do presidente da ANF.

8:26 da tarde  
Blogger DrFeelGood said...

Portugal país da pimbalhada.

João Cordeiro anda a caluniar. E, como tal, o Ministério Público, já devia ter feito algo. Ou será que Portugal não é um Estado de Direito?

9:57 da tarde  
Blogger tambemquero said...

A propósito do comentário do Brites, coincidência ou não:
A indústria farmacêutica requereu à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma investigação às acusações do presidente da Associação Portuguesa das Farmácias (ANF) que denunciou recentemente a existência de "negociatas" no sector.
link

JP 29.07.09

2:55 da tarde  
Blogger tambemquero said...

... /Confrontado pelo PÚBLICO, o Ministério da Saúde apenas confirma que houve alterações ao diploma feitas em plena reunião do Conselho de Ministros. Quanto às novas regras que acabaram aprovadas, o ministério explica que as mudou devido à litigiosidade que os concursos suscitaram e porque era necessário garantir a sustentabilidade destas farmácias. Em causa estará a aparente dificuldade dos concessionários em pagar aos hospitais as elevadas comissões com que concorreram e lhes permitiram, em parte, ganhar os concursos. Estas comissões oscilam entre os 22 por cento da facturação, no caso da farmácia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e os 36 por cento, no Centro Hospitalar de Coimbra, bem acima, portanto, das margens de lucro previstas para as farmácias, que a lei fixa actualmente nos 18,25 por cento.
Dos seis concursos para concessão destas farmácias lançados em 2007, só um, o do Hospital de S. João, no Porto, foi ganho pelo grupo apoiado pela Associação Nacional de Farmácias. Mas o vencedor não assumiu a adjudicação e a farmácia ainda não abriu.
A primeira a abrir portas foi a farmácia do Hospital de Leiria, em Setembro de 2008, que se propôs pagar mais de 30 por cento da percentagem das vendas ao hospital. Seguiram-se as do Centro Hospitalar de Coimbra e dos hospitais de Santa Maria, em Lisboa, e Faro. A 10 de Agosto abrirá a do Hospital de Penafiel. Quatro pertencem ao mesmo grupo - a Sociedade Central de Farmacêutica Hospitalar.
A reacção de Cordeiro caiu mal na classe farmacêutica, até porque se segue a outras guerras com o Governo, a mais recente das quais à volta da venda de genéricos. Ontem, o Fórum Farmacêutico, um grupo constituído por proprietários de farmácias que integram a ANF, decidiu mesmo pedir a demissão daquele que é o homem forte das farmácias há mais de 30 anos.
Cordeiro contestado
Para José Ferro Baptista, que encabeça este fórum e enfrentou Cordeiro pela segunda vez nas últimas eleições para a direcção da ANF - perdeu-as de novo mas por uma margem mais curta (38 contra 62 por cento das cerca de 2500 farmácias votantes) -, este episódio demonstra que "está desorientado e perdeu a capacidade de discernimento". "Estas atitudes irresponsáveis do Dr. Cordeiro prejudicam de uma forma irreparável o conjunto dos farmacêuticos pela forma absurda como as usa como arma de arremesso na defesa dos seus interesses pessoais", diz.
Outros farmacêuticos contactados pelo PÚBLICO consideram também que a atitude de Cordeiro foi um autêntico "tiro no pé". Primeiro, porque na declaração à imprensa ele confundiu a farmácia privada de venda ao público que recentemente abriu no Hospital de Santa Maria com a farmácia hospitalar, de onde saiu o medicamento que causou a cegueira a seis doentes. Outra gaffe de Cordeiro foi ter lamentado que nenhum membro do Governo tivesse visitado estes doentes quando a ministra da Saúde acabara de o fazer. E ninguém percebeu o que é que estava em causa, até porque Cordeiro não quis responder a perguntas dos jornalistas.
Reagindo à atitude de João Cordeiro, o Ministério da Saúde interpretou-a como uma forma de pressão para as negociações em curso sobre a legislação que define a repartição das margens dos preços dos medicamentos. Em causa está o anteprojecto de decreto-lei, ainda não aprovado pelo Governo, que estipula que as margens de lucro (actualmente fixadas pelo Estado e que são de 18,25 para as farmácias e de 6,9 para os grossistas) passem a ser definidas por negociação directa entre os dois parceiros e a indústria farmacêutica. João Cordeiro não quis fazer comentários. "Com o tempo tudo isto se vai perceber", referiu, de forma enigmática.
JP 29.07.09

12:37 da manhã  

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