Seguros não resolvem
“Ainda bem que existe um Serviço Nacional de Saúde que realmente resolve os problemas da população que os seguros não pagam e [aos quais] não respondem".link
Ana Jorge, JP 03.09.09
Ana Jorge, JP 03.09.09
É por isso necessário fazer mais e melhor pelo SNS, assegurando os investimentos que o serviço público precisa para melhorar o acesso e qualidade do atendimento.
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3 Comments:
Esperam-se medidas que evitem 7 horas de espera para atender utentes numa Urgência dum Hospital Central do Porto...
Esperam-se medidas que não façam um aproveitamento perverso das conclusões de estudos de acessibilidade na área metropolitana do Porto...
Já agora... Quando se fazem estudos desses porque só se estuda o tempo que demoram a chegar ao Hospital e não o tempo que demoram a serem atendidos os utentes?
A atitude das seguradoras é inconcebível, como denunciou a ministra.
Mostra como o sistema de seguros em Portugal (não só os da Saúde) tratam os seus clientes.
A experiência dos portugueses com estes produtos tem um vasta tradição. Vêm de longe...
Qualquer um de nós já teve necessidade de accionar o seguro automóvel (obrigatório) e, em maior ou menor grau, conhece os obstáculos e as barreiras que se levantam por tudo e nada. Este modus operandi faz parte de uma "cultura de desresponsabilização", dessas companhias.
O Governo, como medida cautelar perante o quadro, ainda relativamente indefinido, de uma previsão da incidência da gripe A (H1N1) no País, para evitar imprevisíveis sobrecargas dos serviços públicos (SNS), deveria interferir junto do Instituto de Seguros de Portugal (ISP), que tem funções de supervisão sobre toda a actividade seguradora, impondo a extensão universal de cobertura da gripe A, a todas as seguradoras, revogando ad limine o que eventualmente possa constar na apólice (nas tais letras miudinhas…). Em situações excepcionais, medidas excepcionais…
Hoje, muito alguns seguros de saúde, são uma dádiva (ou um presente envenenado) para quem por exemplo abre uma nova "Conta BES Nº1".
Anuncia-se, nos media e, mais grave, nos balcões, uma cobertura integral, sem limite de idade...para a aquisição e permanência.
Certamente, por lapso, omite-se a situação de internamento:
"Subsídio Internamento no valor de €2.000/ano/pessoa segura em caso de internamento igual ou superior a 5 dias...".
Bem, como diz a Ministra os titulares desses seguros devem contactar as suas seguradoras para saber com que linhas se cosem.
Podem fazer uma consulta tranquila, porque, sabem que apesar de todo o enganoso marketing das seguradoras, têm a retaguarda assegurada pelo SNS, que está por todo o País, trata todos os utentes sem olhar para a carteira (o cartão de utente do SNS não está associado ao cartão de crédito, mas mantêm a descrição. É um serviço público universal.
Na realidade, e como um desabafo, as seguradoras estão a revelar que tratam os seus segurados humanos, pior do que os animais.
Bovinos, suínos, caprinos, etc, em epidemias de peste suína, brucelose, febre aftosa, BSE, etc, estão cobertos pelos seguros pecuários...
Na realidade, o "oportunismo" grassa no País... reservando para os mais débeis, os mais vulneráveis, uma vida de cão rafeiro e vadio.
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Depois de o presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, Pedro Seixas Vale, ter adiantado ontem que a maior parte dos seguros de saúde não cobre as despesas relacionadas com a gripe A (H1N1), a Associação para a Defesa do Consumidor (Deco) aconselhou as pessoas a analisarem as cláusulas das suas apólices para confi rmarem se está ou não prevista a exclusão da doença.
“A maioria dos seguros de saúde não paga, se essas situações e despesas estiveram directa e comprovadamente ligadas à situação de pandemia”, disse Pedro Seixas Vale, num encontro com jornalistas.
Carla Oliveira, jurista da DECO, contrapôs, porém, que a exclusão tem de estar prevista individualmente em cada uma das apólices. Muitos contratos de seguros de saúde excluem já as doenças infecto-contagiosas, mas a jurista desconhece se a gripe A se enquadra neste grupo. Se não existir uma exclusão explícita, a seguradora não pode eximir-se de suportar as despesas relacionados com a gripe dentro da anuidade do seguro, defende. “De alguma forma os riscos estão cobertos a priori e se no fi m da anuidade existir alguma alteração terá de ser comunicada ao consumidor”, frisa. Questionada sobre este problema, a ministra da Saúde reagiu com estranheza. “A gripe A é uma doença infecciosa produzida por um vírus, tal como a gripe sazonal, as amigdalites, as pneumonias e outras doenças infecciosas. Portanto, não consigo perceber por que é que a gripe A é[considerada] uma doença infectocontagiosa e as outras não são”, sustentou.
Para Ana Jorge, a explicação para a doença A não estar incluída nos seguros de saúde pode ter a ver com o facto de estar em causa uma situação de pandemia, mas não por se tratar de uma doença infecciosa. “As pandemias, catástrofes e [outras] questões extraordinárias poderão não estar abrangidas pelos seguros, mas não por ser uma doença infecto-contagiosa”, sublinhou a ministra
da Saúde, lembrando, porém, que “há seguros mais abrangentes do
que outros”. “Ainda bem que existe um Serviço Nacional de Saúde que
realmente resolve os problemas da população que os seguros não pagam e [aos quais] não respondem”, disse.
JP 04.09.09
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