Arnault e o seu Simbolismo...
O livro do Dr. António Arnaut "Serviço Nacional de Saúde - SNS 30 anos de Resistência" vai ser lançado a 9 de Setembro, em Coimbra.
Caberá a Manuel Alegre apresentar a obra.
Ontem, Arnaut, mandou mais algumas achas para a fogueira, indiciando, alguns daqueles que, ao longo do tempo, desferiram "ataques" ao SNS.
Referiu-se especificamente a antigos Ministros da Saúde, especificando entre eles Arlindo de Carvalho e Luís Filipe Pereira.link
A inovadora inflexão que introduziu, nestas referências, é não se ter eximido de dar uma alfinetada no seu correligionário de partido, António Correia de Campos, ao incluindo-o no "corpo dos atacantes" na medida em que, na sua opinião, deu continuidade à investida iniciada por LFP nos Governos de Durão Barroso/Santana Lopes. Usou, para caracterizar a dinâmica desses ataques que o PS consentiu que fossem perpetrados ao SNS, os seguintes termos:
"Em que houve uma ajudinha de Correia de Campos"… nos executivos PS.
Refere que a campanha da Direita para desacreditar, debilitar ou destruir o SNS começou logo na apresentação do Programa do II Governo Constitucional (Fevereiro de 1978).
Afirmou que se esta campanha da Direita contra o SNS foi sendo "morigerada" e tal facto deve-se à "filosofia humanista do SNS, as suas virtualidades intrinsecas e os seus resultados concretos que o impuseram(...) ao apreço dos portugueses."
Mais adiante, referiu que o objectivo dos grupos económico-financeiros "ligados ao negócio da saúde" e os seus serventuários, alguns dos quais foram ministros, "é a privatização, pelo menos parcial ou indirecta, do SNS", alertou António Arnaut.
Esta é, também, a leitura de um antigo e sempre dedicado combatente pelo SNS, do programa do PSD para a Saúde.
O debate sobre o SNS, não está feito nem perante os portugueses, nem no interior do PS. Entre as posições do "fazedor de programas" do PS, do grupo "alegrista" que, em diversos momentos, esgrimiu a defesa do SNS contra a política de CC, do grupo "ferrista" que talvez fosse o mais capacitado (…se lhe tivessem dado essa oportunidade) e o mais capaz de integrar o SNS num contexto económico-social socialista, há muitas fissuras, demasiados oportunismos e muitas indefinições.
E, pergunta-se, onde estão os "socráticos"?
Bem, esses não se metem em debates ideológicos - são pragmáticos e, ao menos, tiveram o bom senso de indicar a Ministra Ana Jorge (uma prestigiada profissional e indefectível apoiante do SNS) para presidir à sessão de lançamento.
António Arnaut, como é conhecido, foi, também, Grão-Mestre da Maçonaria (GOL). Sendo a Maçonaria uma influente uma associação iniciática, que utiliza diversos símbolos e ritos, a escolha da Quinta das Lágrimas para o lançamento do seu livro, não será fortuita...
Vai ao encontro do que cantou Camões sobre a lenda das lágrimas derramadas por Pedro e Inês - e pelo povo que adopta as causas apaixonadas - perante a oposição do poder de então, personalizado em Afonso IV.
"As filhas do Mondego, a morte escura
Longo tempo chorando memoraram
E por memória eterna em fonte pura
As Lágrimas choradas transformaram
O nome lhe puseram que ainda dura
Dos amores de Inês que ali passaram
Vede que fresca fonte rega as flores
Que as Lágrimas são água e o nome amores"
Lusíadas, canto III.
O SNS é a grande paixão de António Arnaut.
Não vai defendê-lo, vertendo lágrimas, mas lutando, duramente, e com a força da coerência de um indefectível socialista, contra aqueles que directamente, encapotadamente, ou disfarçadamente, pretendem o seu assassínio…em nome do mercado.
Caberá a Manuel Alegre apresentar a obra.
Ontem, Arnaut, mandou mais algumas achas para a fogueira, indiciando, alguns daqueles que, ao longo do tempo, desferiram "ataques" ao SNS.
Referiu-se especificamente a antigos Ministros da Saúde, especificando entre eles Arlindo de Carvalho e Luís Filipe Pereira.link
A inovadora inflexão que introduziu, nestas referências, é não se ter eximido de dar uma alfinetada no seu correligionário de partido, António Correia de Campos, ao incluindo-o no "corpo dos atacantes" na medida em que, na sua opinião, deu continuidade à investida iniciada por LFP nos Governos de Durão Barroso/Santana Lopes. Usou, para caracterizar a dinâmica desses ataques que o PS consentiu que fossem perpetrados ao SNS, os seguintes termos:
"Em que houve uma ajudinha de Correia de Campos"… nos executivos PS.
Refere que a campanha da Direita para desacreditar, debilitar ou destruir o SNS começou logo na apresentação do Programa do II Governo Constitucional (Fevereiro de 1978).
Afirmou que se esta campanha da Direita contra o SNS foi sendo "morigerada" e tal facto deve-se à "filosofia humanista do SNS, as suas virtualidades intrinsecas e os seus resultados concretos que o impuseram(...) ao apreço dos portugueses."
Mais adiante, referiu que o objectivo dos grupos económico-financeiros "ligados ao negócio da saúde" e os seus serventuários, alguns dos quais foram ministros, "é a privatização, pelo menos parcial ou indirecta, do SNS", alertou António Arnaut.
Esta é, também, a leitura de um antigo e sempre dedicado combatente pelo SNS, do programa do PSD para a Saúde.
O debate sobre o SNS, não está feito nem perante os portugueses, nem no interior do PS. Entre as posições do "fazedor de programas" do PS, do grupo "alegrista" que, em diversos momentos, esgrimiu a defesa do SNS contra a política de CC, do grupo "ferrista" que talvez fosse o mais capacitado (…se lhe tivessem dado essa oportunidade) e o mais capaz de integrar o SNS num contexto económico-social socialista, há muitas fissuras, demasiados oportunismos e muitas indefinições.
E, pergunta-se, onde estão os "socráticos"?
Bem, esses não se metem em debates ideológicos - são pragmáticos e, ao menos, tiveram o bom senso de indicar a Ministra Ana Jorge (uma prestigiada profissional e indefectível apoiante do SNS) para presidir à sessão de lançamento.
António Arnaut, como é conhecido, foi, também, Grão-Mestre da Maçonaria (GOL). Sendo a Maçonaria uma influente uma associação iniciática, que utiliza diversos símbolos e ritos, a escolha da Quinta das Lágrimas para o lançamento do seu livro, não será fortuita...
Vai ao encontro do que cantou Camões sobre a lenda das lágrimas derramadas por Pedro e Inês - e pelo povo que adopta as causas apaixonadas - perante a oposição do poder de então, personalizado em Afonso IV.
"As filhas do Mondego, a morte escura
Longo tempo chorando memoraram
E por memória eterna em fonte pura
As Lágrimas choradas transformaram
O nome lhe puseram que ainda dura
Dos amores de Inês que ali passaram
Vede que fresca fonte rega as flores
Que as Lágrimas são água e o nome amores"
Lusíadas, canto III.
O SNS é a grande paixão de António Arnaut.
Não vai defendê-lo, vertendo lágrimas, mas lutando, duramente, e com a força da coerência de um indefectível socialista, contra aqueles que directamente, encapotadamente, ou disfarçadamente, pretendem o seu assassínio…em nome do mercado.
e-pá!
Etiquetas: E-Pá
9 Comments:
Arnaut merece todo o meu apoio! Uma Grande figura da sociedade portuguesa. Um sonhador que nos inspira!
mas...
"... pergunta-se, onde estão os "socráticos"? Bem, esses não se metem em debates ideológicos..."
Caro e-pá,
Os Soaristas também não se metiam em “debates ideológicos”. Nem os Guterristas. Se virmos bem, os debates ideológicos no PS aconteceram apenas no rescaldo de 1974. Como os do PSD.
A única força onde o debate ideológico nunca cessou de ser promovido foi e continua a ser o PCP (nem o Bloco consegue diferenciar-se nessa perspectiva).
Note, no entanto, que a ideia de fomentar o debate ideológico na pespectiva redutora "direita-vs-esquerda" está ultrapassada e é artificial. Por isso é que há dois PS. O dos valores (Arnaut, por exemplo) e o dos “jobs for the boys” (a actual nomenclatura PS).
A mesma realidade no PSD. Ele há dois PSD divididos na mesma perspectiva. Na saúde, por exemplo, temos Paulo Mendo pelos valores.
Parece há quem prefira que o Mundo seja a preto e branco. Não é!
Adenda:
No mesmo dia (09.09.09) Barack Obama fará uma comunicação às 2 Câmaras, em reunião conjunta, a convite da presidente Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi e do senador Harry Reid, sobre a reforma do sistema de saúde americano.
No convite que lhe foi dirigido os representantes das duas Câmaras, escreveram:
"O nosso país nunca esteve tão próximo de conseguir uma reforma da seguro de sáude que diminuirá os custos, manterá a liberdade de escolha, melhorará a qualidade dos cuidados e estenderá a sua cobertura. Nos estamos determinados a atingir esse objectivo."
Barack Obama bem precisa deste estímulo depois das reacções de obstrução vindas do Partido Republicano e que rejeitam qualquer tipo de compromisso.
Entretanto, existem 4 projectos preparados por 4 comissões parlamentares...
A última vez que um presidente americano se dirigiu a uma sessão conjunta do Congresso para defender uma reforma radical da saúde foi, Bill Clinton, em 22 de Setembro de 1993. Há 16 anos!
Na altura, Clinton fez uma vigorosa e brilhante defesa de novo modelo de seguro de saúde, elaborado em grande parte pela sua mulher Hillary Clinton.
Apesar disso, o projecto foi bloqueado pelos republicanos.
Embora a reforma Obama não seja a minha reforma desejo, com toda a sinceridade, que, Obama, nesta tentativa, seja bem sucedido.
Para os americanos não seria o céu, mas um importante passo em frente...
.
Caro Alvim:
Sempre que oiço expressões do tipo
"a pesrpectiva redutora 'direita-vs-esquerda' está ultrapassada e é artificial" ganho, desde logo, uma certeza.
Estou perante um homem de Direita (envergonhada pelo papel que tem desempenhado nos últimos decénios...).
Política sem debate ideológico é o mesmo que Lisboa sem se cantar o fado...
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Porque será que a Saúde não foi tema do debate de ontem entre Paulo Portas e José Sócrates?
Talvez um indicador de que a actual ministra da saúde, Ana Jorge, fez bem o seu trabalho de pacificação?...
Caro Alvim
A propósito, a cor que o distinto Alvim me sugere é o castanho. Embora a maioria das pessoas, que o conhece, diga que é o cinzento.
O certo é que esta discussão se tornou muito chata. Talvez porque o distinto Alvim debite respostas como se fosse redactor principal do Programa do PSD.
Tanta propaganda, assim a esmo, temos de concordar, arre, que é demais!
Já viu o que seria se o PSD ganhasse as próximas eleições. Ainda teríamos de o gramar, no mínimo , como secretário de estado da saúde.
Daí a sua invejinha mal disfarçada em relação ao post do MP.
Acontece que, o distinto Alvim nem com "n" cursos intensivos de português lá vai. O que de certo modo complica as coisas. Sejam os textos anónimos ou não.
Nota: Aliás, consigo, com tais textos, o anonimato é coisa impossível!
Operações de noite e ao sábado
Novo presidente do Hospital de S. Marcos quer acabar com a gigantesca lista de espera para cirurgias e consultas externas
O novo presidente do Conselho Executivo do S. Marcos, Hugo Meireles, promete um hospital mais eficaz, nomeadamente no combate à extensa lista de espera para consultas externas e cirurgias. Os blocos operatórios vão ser mais utilizados.
O Hospital de S. Marcos tem desde o início do mês um novo conselho de administração. A entrada em funções da nova equipa do hospital decorre do contrato de parceria público-privada, celebrado entre o consórcio Escala Braga e os ministérios da Saúde e das Finanças, para construção e gestão da nova unidade de Braga, cujo funcionamento arranca em 2011. Hugo Meireles, o novo presidente do conselho executivo, considera que com a nova administração começará uma nova fase da vida do hospital, que irá manter-se em funcionamento até à inauguração da nova unidade, já em construção.
A urgência, o hospital de dia, as listas de espera e as consultas externas são as áreas prioritárias para "colocar o S. Marcos nos três melhores hospitais do país". Cinco mil pessoas estão na lista de espera para realizarem uma cirurgia. Braga tem um dos mais elevados valores do país, como reconhece Hugo Meireles: "Depois de uma primeira limpeza temos ainda algum trabalho a fazer, a começar por saber o que temos em lista de espera e depois hierarquizá-la por especialidades. Acredito que, daqui a seis meses, o tempo de espera para uma cirurgia não passe o previsto na lei, 150 dias".
Neurociências, ortopedia e cirurgia vascular são as especialidades com mais tempo de espera e a nova administração quer aumentar a produtividade. "Queremos maximizar o bloco operatório e podemos, nestes primeiros seis meses, alargar o horário até às 22 horas e abri-lo ao sábado de manhã para que em Fevereiro a realidade seja outra", diz ao JN.
As oito salas do bloco operatório irão fazer mais de 40 intervenções por dia. "Este hospital tinha um problema de organização do trabalho que levava, muitas vezes, a que houvesse desencontros entre as especialidades. Havia cancelamentos de última hora porque havia sempre alguém que achava que faltava alguma coisa e não se marcava outra operação para colmatar a não realização dessa". A nova administração quer por as oito salas a 90% da sua capacidade, entre as 8 e as 20 horas. A própria situação do recobro vai ser agilizada porque a passagem da "cirurgia para o quarto é ainda muito demorada".
Outra das alterações passa pelo serviço de Urgência que Hugo Meireles considera "uma preocupação devido ao espaço ser confiado e não poder ser alargado". No entanto, já há algumas ideias. A colocação de contentores devidamente equipados para atender casos menos urgentes vai ser uma realidade até ao final do ano (ver caixa). Uma equipa de médicos de urgência vai ser constituída, o que não existe hoje, onde há uma empresa contratada para serviços e onde há médicos especialistas escalados e que são chamados sempre que preciso, "equipa essa que estará afecta a este serviço de forma permanente".
.../ cont.
Dentro do próprio serviço, o actual "espectáculo" das macas pelos corredores vai desaparecer porque vão ser criadas três áreas distintas: "Espaço de atendimento do trauma para pequenas cirurgias, outra para doentes de ambulatório e uma terceira para doentes que são mais exigentes em termos de resposta técnica, havendo uma equipa técnica em cada área". Os doentes com cores verdes e azuis vão ser colocados numa área à parte da urgência, nos jardins exteriores, com três gabinetes de atendimento, dois postos e um gabinete de enfermagem: "Com isto vamos tirar 35 a 40% dos doentes de dentro da urgência".
Uma das garantias dadas por Hugo Meireles é que "não haverá despedimentos e todos os contratos serão renovados mas com um espírito diferente" porque serão, na grande maioria, contratos individuais de trabalho Aliás, a contratação de mais pessoas pode ser uma realidade, sobretudo, para determinadas especialidades: "Em cirurgia vascular temos apenas um médico e vamos, com certeza, precisar de mais".
Revolução para combater longa espera para consultas externas
Uma verdadeira revolução está planeada para as consultas externas. Este é um dos maiores problemas do Hospital de S. Marcos, com listas de espera gigantescas. Por isso, a nova administração vai já em meados deste mês de Setembro proceder a algumas alterações: "Vamos colocar 35 contentadores na parte exterior do hospital que vão permitir a criação de 11 gabinetes, duas salas de enfermagem, outra para pequenas cirurgias e 80 metros quadrados para atendimento", revela, ao Jornal de Notícias, Hugo Meireles que espera "dar uma resposta séria e positiva a uma das maiores listas de espera: "Em termos de equipamento é uma das áreas mais problemáticas por causa do próprio edificio que tem algumas deficiencias que nós vamos procurar corrigir".
Nos vários serviços vão também ser modificadas algumas coisas, nomeadamente, uma "maior agilização no acesso dos familiares aos doentes", não estando descartada a hipótese de uma mudança na actual nomenclatura dos próprios pisos.
Uma central para gerir as consultas e a realização de exames e análises para que, "no dia em que forem à consulta, o doente tenha tudo aquilo que é necessário" vai também ser desenvolvida em tempos mais próximos.
JN 03.09.09
Moral da História: Este Hugo Meireles é à séria. Com muitos anos de experiência de SNS.
Este Alvim parece-me um homem da esquerda representante da verdadeira social democracia. Como é que podia ser de um governo PSD liberal de direita?
Mas, nos dias que correm, graças a Sócrates, há uma grande confusão entre o que poderia ser esquerda e direita. Concordo com o Alvim na ideia de que os partidos integram facções que por vezes coincidem nas suas posições e valores com pessoas que, por acaso,são membros e militantes de outros partidos.
Deixo duas perguntas para o debate:
1) O que leva as pessoas a militarem nos partidos como o PS ou o PSD? A ideologia não é de certeza absoluta!
2) Qual é a Ideologia deste PS de Sócrates?
Por fim, as reacções emotivas de rancor pessoal (como a da helena) no meio de um debate de ideias sério, mostram que o apoio aos partidos é como o apoio aos clubes de Futebol: uma Paixão!
A minha cor preferida é o Azul!
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