segunda-feira, outubro 19

Cavaco Silva

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Pela primeira vez em muitos anos, a actuação do Presidente da República é avaliada negativamente pelos portugueses. link
Aníbal Cavaco Silva conseguiu-o com o desenlace do caso das escutas. Segundo Joaquim Vieira, Provedor do Leitor do Público: "Um autêntico haraquiri político em directo que foi a comunicação do Presidente"
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2 Comments:

Blogger tambemquero said...

Cavaco Silva poderá não ser reeleito ou mesmo não se candidatar às presidenciais, assim como nada garante que o candidato da esquerda seja Manuel Alegre. Quem o vaticina é o historiador Medeiros Ferreira, ex-deputado do PS e ministro dos Negócios Estrangeiros de Mário Soares.
Medeiros comentava assim a sondagem ontem divulgada pelo Jornal de Negócios e feita pela Aximage, segundo a qual 42,4 por cento dos inquiridos em Outubro consideram que o Presidente agiu mal nos 30 dias anteriores, ou seja, no período em que geriu a crise das suspeitas por parte dos seus assessores de que eventualmente estariam a ser vigiados.
No estudo da Aximage, em que foram inquiridas 600 pessoas entre os dias 12 e 16 de Outubro, e que por isso incidia sobre o dia 29 de Setembro em que o Presidente fez a declaração sobre este caso, os inquiridos são convidados a dar uma nota a Cavaco e a média dessas notas, na escala de 0 a 20, é de 9,6 – o valor mais baixo atingido pelo Presidente nestes inquéritos foi o de 14,5 em Outubro passado. “Um Presidente não pode cometer erros, pode não ser muito activo, mas não cometer erros, pois põe em risco a confiança dos cidadãos” declarou Medeiros Ferreira ao PÚBLICO, afirmando, em seguida: “Em consequência desta crise, Cavaco poderá não se recandidatar e, se o fizer, poderá não ser reeleito. Mais, depois disto, o panorama dos candidatos vai mudar, é cada vez menos líquido que Manuel Alegre seja o candidato da esquerda”.
O antigo deputado considera que a “actuação de Cavaco foi desastrosa”, já que “pôs em causa a confiança” dos cidadãos e caracteriza mesmo o que se passou como uma crise de “modelo Craveiro Lopes”. E, relativizada a comparação, uma vez que se trata de dois regimes diferentes, o Estado Novo e a democracia, Medeiros sustenta que “Presidente que se mete com o primeiro-ministro não é reeleito”. Este histórico do PS defende que, com a baixa de popularidade de Cavaco, podem mesmo “começar a aparecer os candidatos que estavam a guardar-se para daqui a seis anos”. Carlos Jalali, politólogo e professor da Universidade de Aveiro, diz que a sondagem da Aximage “vem confirmar a penalização do Presidente” por causa do caso das alegadas vigilâncias. Jalali lembra que o Presidente tinha já sido penalizado do ponto de vista do “sistema político, pelo partido do Governo e pela oposição, incluindo o PSD”, e agora “confirma-se a penalização do eleitorado”.

JP 20.10.09

11:14 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Recuperar espaço
Para este professor, “a questão é saber se isto terá consequências a longo prazo”. E avança que, embora “a avaliação seja sobre um mês”, ela deverá ter “consequências na avaliação mais geral do Presidente”. Já sobre a recandidatura, Jalali diz que essa questão depende da decisão do Presidente com base neste e “noutros factores que se sobreponham”.
Também o investigador do Instituto de Ciências Sociais António Costa Pinto sublinha que “não há sombra de dúvida que é muito negativa a percepção que os portugueses tiveram da mensagem do Presidente” e que “o estudo de opinião confirma os dados intuitivos”. Costa Pinto argumenta, porém, que “este tipo de opiniões tende a desaparecer ou não em função de novas conjunturas políticas”. E neste domínio aponta factores como “a natureza do próximo Governo e as posições que, perante este, o Presidente venha a tomar”. Bem como adverte para que “o que se passou pode não representar uma baixa significativa” e, por isso, “não pesar na decisão do Presidente se recandidatar”. Por sua vez, Manuel Meirinho Martins, politólogo e professor do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, começa por frisar que se trata de “um indicador conjuntural de avaliação do Presidente” que tem apenas a ver “com o seu desempenho no caso das suspeitas de vigilâncias”. Ora, sendo conjuntural, Meirinho considera que “é difícil tirar conclusões sobre se, para o futuro, este caso afecta a decisão” do Presidente. Mas não nega que, “sendo conjuntural, esta baixa de popularidade é muito colada a um caso pelo que pode ter consequências no futuro”. E defende que “o facto de o Governo ser minoritário vai ser decisivo para a avaliação e retoma de confiança” da população no Presidente. Na sua opinião, “o caso não foi mortífero” e advoga que a penalização conjuntural não é sufi ciente para desgastar o capital político do Presidente”. E acrescenta que “o Presidente tem espaço para recuperar o papel
JP 20.10.09

11:15 da manhã  

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