terça-feira, março 2

Pobre "Política" de Saúde...


Os afloramentos recentes sobre as negociações de bastidores da ANF por interposta pessoa do Dr. Armando Vara e amigos revelam, claramente, como nestes últimos cinco anos a política de saúde nunca teve dimensão de Estado e se resumiu aos caprichos e conveniências do PM e da sua “entourage”. link

Foram múltiplas as situações e bastos os exemplos. Desde a rábula do discurso de tomada de posse em que Sócrates, naquilo que constitui uma das suas melhores competências, ensaiou a rábula do afrontamento aos poderosos para depois na penumbra dos gabinetes e com a mediação dos “assessores” fazer exactamente o contrário, até à patética encenação de, da manhã para a tarde, decidir à margem da própria MS, retirar abruptamente a concessão do HFF ao grupo JMS para logo de seguida adjudicar o Hospital de Braga sob a forma de PPP ao mesmo grupo.

Também na área do medicamento as intromissões “inventadas” na Gomes Teixeira à revelia do João Crisóstomo e do parecer dos especialistas foram mais do que muitas. A última foi o demagógico disparate (para ganhar eleições) da gratuitidade dos genéricos para pensionistas cujos resultados são conhecidos.

Quanto ao SUCH a pouca vergonha foi-se arrastando e não é difícil verificar, factualmente, os interesses envolvidos nessa imensa gamela para perceber porque razão a equipa de gestão resiste apesar de ter destruído o velho SUCH e arruinado a central de compras e continuar ululante num idílico quadro de vencimentos, comissões, viaturas, prémios e outras benesses.

A Política de Saúde não existe, o desnorte é evidente, a degradação moral e a desmotivação dos profissionais é manifesta. Sócrates mudou de Ministro e de estratégia com a facilidade de quem não foi educado na cultura dos valores nem nos princípios tendo substituído um esgar de estratégia com ACC por um tacticismo pueril e bacoco que tudo empata e bloqueia com AJ.

Na fúria pré-eleitoral comprou os sindicatos com promessas impossíveis de realizar. Serviu-se da dívida pública para, com o nosso dinheiro, prometer carreiras e aumentos às corporações (comprando assim o seu silêncio) ao mesmo tempo que enxameou o país com PPP’s proclamando aos quatro ventos que nunca se tinha feito tanto investimento em saúde escondendo (competência que lhe é reconhecida) que o fazia em cima de compromissos orçamentais futuros com custos financeiros muito mais onerosos para os contribuintes.

Com este PM é sempre possível sobre a mesma coisa dizer-se com brilhante entusiasmo e reluzente coreografia uma coisa e o seu rigoroso contrário. Para tal bastará “montar um cenário” daqueles que custam em média cinquenta mil euros e que são feitos sempre pelas mesmas empresas afiliadas aos mesmos assessores (o custo destas produções fictícias daria para tanta coisa socialmente mais justa…).
Este PM esgotou-se e cansou o país. Mude-se a página…

Tibúrcio

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9 Comments:

Blogger tambemquero said...

Não foram um, mas sim dois os processos em relação aos quais João Cordeiro, o presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), terá pedido a ajuda do ex- -vice-presidente do Millennium bcp Armando Vara para intervir junto do Executivo de José Sócrates, no sentido de ser alterada a legislação para o sector. O primeiro foi detectado através das escutas do processo "Face Oculta" e tinha a ver com a lei de concessão das farmácias hospitalares a privados - como o Sol avançou na última edição; o segundo, apurou o DN, foi detectado através de documento apreendido pela Polícia Judiciária nas buscas a casa do ex-gestor do BCP. Documento que é referido no despacho do procurador-geral da República e tinha a ver com a proposta de alteração ao regime jurídico de formação dos preços dos medicamentos sujeitos a receita médica e não sujeitos a receita médica comparticipada.
No despacho, o PGR diz que "importa agora apreciar e valorar, no seu conjunto, os elementos de prova constantes das diversas certidões acima discriminadas". E, entre outros elementos de prova há "a certidão dirigida a este procedimento - relacionada com o resultado de busca efectuada a casa de Armando Vara - foi junta a processo relacionado com a Associação Nacional das Farmácias". Contactada pelo DN, fonte próxima de Armando Vara confirmou que o documento apreendido em casa do ex-gestor do BCP dizia respeito à legislação referente aos preços dos medicamentos. A mesma fonte adiantou: "É natural que, sendo Armando Vara e João Cordeiro conhecidos de há muito tempo, este último possa ter tentado ajuda para intervir junto de Sócrates. No entanto, salvaguarda: "Isso não quer dizer que Armando Vara o tenha ajudado."
Junto do advogado de Vara, tentamos, sem sucesso, um comentário do ex-gestor ao longo do dia de ontem e de sexta-feira.
Quanto a João Cordeiro, que se encontra fora do País, quando contactado pelo DN, disse desconhecer de que documento poderia tratar-se. E até manifestou estranheza pelo facto de isso vir referido no processo do PGR sobre o "Face Oculta". Mas afirmou: "Irei na próxima semana prestar declarações ao DIAP. Não sei a propósito de quê. Admito que possa tratar-se de uma das muitas queixas que a Apifarma (Associação da Indústria Farmacêutica) tem apresentado contra a ANF."
A alteração legislativa em questão previa entre outras coisas a liberalização das margens de comercialização nos preços dos medicamentos. Assunto que na altura foi motivo de guerras públicas entre a Apifarma e a ANF.
Quanto à lei, não chegou a ser aprovada, julgam fontes do sector, pelas reacções negativas que a proposta acabou por gerar da parte de outros players do mercado, nomeadamente da Apifarma, e porque entretanto houve eleições legislativas. link

DN 28.02.10

7:00 da tarde  
Blogger Unknown said...

Há quem não perceba nada de nada! Quem quer arruinar o SUCH são estas vozes de burro que não chegam ao céu!

É realmente uma equipa resistente esta que está à frente do SUCH! De outra forma não aguentaria ataques constantes neste remar contra a maré, enquanto tenta levar a sua nau a bom porto …

Um profundo desconhecimento da realidade do SUCH, bem se vê.

SABA

4:15 da tarde  
Blogger Unknown said...

O SUCH parece ter-se tornado um “saco de pancada” para onde são exorcisadas as paranóias doentias que atacam cegamente tudo o que se relaciona com a Saúde e a sua tutela.

Em nome da “transparência”, partidos políticos fazem “diagnósticos” – obviamente não consubstanciados em factos ou documentos - mascarados de requerimentos. Depois é só “postá-los” em “blogs amigos” e soprar para a comunicação social.

E o que era suposto ser um instrumento legítimo de esclarecimentos a prestar pelo governo à sociedade torna-se um conjunto de difamações sobre uma instituição e os seus orgãos de gestão e de fiscalização.

A palavra gasta e vã de “interesses envolvidos” e a “gamela” da moda reflectem apenas a pequenez deste país, intoxicado de suspeitas e maledicência, minando dia-a-dia o trabalho de milhares de pessoas.

Se o autor deste blogue estiver interessado em saber mais, e partilhar com os seus leitores, pode consultar o portal www.somos.pt, onde a administração esclarece um conjunto de desinformações oriundas do requerimento do Bloco de Esquerda aqui publicado e replicadas no jornal i.

Saúde Sem Filtro

5:46 da tarde  
Blogger Unknown said...

"Sobre o artigo publicado hoje no Jornal “i” com o título “Central de Compras dos hospitais em ruptura”, não obstante os esclarecimentos e variados documentos facultados à jornalista Liliana Valente, é produzido um conjunto de afirmações que não correspondem à realidade e que são lesivas da idoneidade do SUCH e da correcta informação dos leitores. Tem assim o SUCH a solicitar, ao abrigo do direito de resposta, a publicação dos seguintes desmentidos e esclarecimentos:

1. Lê-se na notícia “alegadas irregularidades financeiras no SUCH’’ justificando a jornalista “em causa estão ainda os vencimentos de alguns administradores que descontam apenas sobre o vencimento que auferiam enquanto quadros do Ministério da Saúde……mas os descontos são feitos apenas sobre o ordenado-base (ver caixa)”.
O SUCH refuta totalmente a existência de qualquer irregularidade nomeadamente ao nível dos vencimentos auferidos pelos membros do seu Conselho de Administração. A esse propósito teve a oportunidade de esclarecer a jornalista em texto escrito que ora se transcreve: Os vencimentos do Conselho de Administração são estabelecidos pela Comissão de Vencimentos, tal como estabelecido nos Estatutos da Associação.

O SUCH tem, marginalmente, alguns trabalhadores oriundos da função pública que descontam os seus impostos seguindo e dando estrito cumprimento às regras estipuladas pela Caixa Geral de Aposentações e pelo Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social.
Não se compreende pois o motivo porque se coloca em causa o regime aplicado e porquê a omissão desta explicação pela jornalista.


2. Invoca-se ainda na notícia que “O SUCH foi obrigado a vender três imóveis” O que é falso. Tal como informado por escrito previamente: No que diz respeito à proposta de alienação de 3 bens imóveis aprovada, até à data unicamente foi alienado um deles.
Tal como esclarecido, esta foi uma proposta de gestão do Conselho de Administração que foi votada e aprovada em Assembleia Geral de Maio de 2009, inserindo-se num conjunto de medidas de revitalização de capitais próprios da Associação visando a melhoria da liquidez financeira e a redução da excessiva dependência de financiamento bancário. A proposta de alienação de 3 imóveis corresponde a 12% do imobilizado do SUCH. Só se concretizou até à data a venda de um imóvel por não se considerar vantajosa para o SUCH a venda dos restantes, face às propostas obtidas, isto tendo em conta o valor de venda mínimo por imóvel indicado pela Assembleia Geral.


3. Não podemos deixar de manifestar estranheza quanto ao título escolhido para esta peça.
O SUCH é uma entidade que desenvolve há 44 anos serviços de auto-satisfação de necessidades comuns dos associados em diversas áreas, designadamente gestão e tratamento de resíduos hospitalares, gestão e tratamento de roupa, limpeza hospitalar especializada, gestão e manutenção de instalações e equipamentos hospitalares, elaboração de projectos e gestão de obras das unidades de saúde e gestão alimentar especializada.

Em complemento das suas actividades tradicionais, o SUCH criou a Central de Compras para a Saúde, no âmbito dos novos Serviços Partilhados em Saúde definidos pelo governo. Mas esta actividade é operacionalizada por uma estrutura empresarial participada, não se confundindo com a Associação em foco no artigo.
Neste contexto, a designação no título de “Central de Compras dos hospitais em ruptura” revela profundo desconhecimento da realidade do SUCH, apesar dos esforços desenvolvidos no sentido do total esclarecimento da jornalista.


4. Por último, é ainda referido na caixa da página 15 que “Os membros do Conselho de Administração do SUCH e alguns administradores das empresas associadas saíram directamente do Ministério da Saúde.”

Totalmente impreciso. O actual Conselho de Administração do SUCH é composto por 5 membros, sendo que destes somente 2 têm vínculo ao Ministério da Saúde.

Lourdes Hill - Vogal do Conselho de Administração do SUCH"

Jornal "i" 02/03/2010 Página 3

Saúde Sem Filtro

11:31 da manhã  
Blogger PhysiaTriste said...

“O SUCH é uma entidade que desenvolve há 44 anos serviços de auto-satisfação de necessidades comuns dos associados em diversas áreas, designadamente gestão e tratamento de resíduos hospitalares, gestão e tratamento de roupa, limpeza hospitalar especializada, gestão e manutenção de instalações e equipamentos hospitalares, elaboração de projectos e gestão de obras das unidades de saúde e gestão alimentar especializada.”
Há aqui uma grande imprecisão. Quando foi criado, e durante muitos anos, o SUCH dedicava-s à manutenção de instalações e equipamentos hospitalares.
Na minha modesta opinião foi pena a dispersão por tantas áreas onde os privados podem ser mais eficientes, em detrimento do aprofundamento e aperfeiçoamento da sua vocação inicial.

6:12 da tarde  
Blogger Unknown said...

Caro Brites

De facto, desde o início da década de 80 que o SUCH abriu o leque de oferta de serviços a outras áreas para além da manutenção de instalações e equipamentos hospitalares. E porquê?

Precisamente para seguir a sua vocação original, isto é, responder às necessidades identificadas pelos seus associados e que não tinham resposta em oferta de mercado.

Claro que, ao longo dos anos, o mercado foi-se estruturando nalgumas áreas, como a limpeza. Concordo consigo que o SUCH deverá sair das áreas onde o sector privado poderá, entretanto, tornar-se mais eficiente.

Mas também é verdade que áreas tão sensíveis como a gestão de resíduos hospitalares, ou o tratamento de roupa hospitalar (certificadas em qualidade) envolvem investimentos e procedimentos que dificilmente são assumidos pelo mercado privado.

Sempre vi o SUCH manter-se nas áreas em que os serviços são desenhados em específico para o sector da saúde.

E deve continuar a lançar oferta sempre que hospitais associados o pedirem e o mercado não tiver resposta adequada.

Saúde Sem Filtro

4:02 da tarde  
Blogger PhysiaTriste said...

Caro Saúde Sem Filtro

A primeira imagem que guardo dum hospital de que fui administrador, na segunda metade da década de 90, é a de um imenso rolo de fumo negro a sair duma chaminé.
Na minha secretária fui encontrar a proposta para uma grande e onerosa intervenção no incinerador, obviamente a origem da fumarada.
Não foram precisos cálculos para decidir pelo outsourcing. Deixar que um estabelecimento de saúde fosse, ele próprio, um agente poluidor, estava fora de questão.
Mas devo dizer-lhe que foi num operador privado que encontrei, de longe, o serviço de melhor qualidade.
Aliás, no que respeita à gestão de resíduos, e isto já não tem a ver com o SUCH, ainda hoje me interrogo como foi possível andar a semear incineradores hospitalares pelo país, alguns dos quais nunca chegaram a funcionar.
Quanto ao tratamento de roupas reconheço que o SUCH veio preencher uma lacuna porque o oferta privada, nos anos oitenta, era escassa e de má qualidade.
Muito embora me questione, por exemplo, sobre as vantagens de fazer um grande investimento na lavandaria dum Hospital Central, para servir um grupo de hospitais, conhecendo-se à partida o estrangulamento dos acessos e debilidades estruturais que, naturalmente, se vieram a repercutir na qualidade do serviço.
Mas o que não consigo mesmo compreender, caro Saúde Sem Filtro, é a entrada do SUCH na alimentação e na limpeza. Havia pouca concorrência? O SUCH trouxe algo de novo?
O SUCH respondeu a muitas necessidades dos associados? É verdade que sim. A tantas, que tenho pena de não o ter visto filtrar algumas.

6:07 da tarde  
Blogger Unknown said...

Caro Brites

Era de facto assustador o cenário de proliferação de incineradores hospitalares pelo país. A central de incineração de Lisboa em boa hora veio resolver os problemas regionais de tratamento de resíduos hospitalares perigosos.

E não será demais lembrar que esta é a única central licenciada em Portugal com tudo o que essa certificação implica no rigor dos procedimentos, na monitorização da actividade e na transparência da comunicação com o público, como se tem observado nos últimos anos.

A propósito da “entrada” na alimentação, a memória leva-me a 1995 e a um pedido dos HUC, em jeito de desafio. O objectivo era criar um método de confecção alimentar pioneiro que constituísse a base da alimentação hospitalar enquanto componente com contributos na terapêutica do doente.
O SUCH aceitou o desafio, a experiência funcionou e parece que tem funcionado bem, porque a área tem crescido a pedido dos associados.

Passado este tempo todo, o SUCH certamente estará na fase de ‘ir filtrando”. No entanto, dado seu carácter associativo e de inter-ajuda, e dando seguimento à sua posição de “não recusar” solicitações dos seus associados, esta filtragem não deverá ser tarefa fácil...

Saúde Sem Filtro

6:12 da tarde  
Blogger PhysiaTriste said...

Caro(a) Saúde Sem Filtro

Filtro, dizem os dicionários, é “um aparelho que serve para purificar líquidos ou gases dos corpos estranhos”. Daí que prever dificuldades na filtração não seja de muito bom augúrio.
Principalmente se viessem a abranger a central de incineração, ainda por cima no sítio onde está.
Mas tenho de reconhecer que, tanto para lembrar coisas boas, como para lembrar coisas más, posso estar a correr o risco de tomar como referência um SUCH que já não existe.
Nos últimos anos o SUCH mudou muito. Aumentou a gama de serviços, o número de gestores, os vencimentos dos mesmos.
Tudo isso há-de com certeza traduzir-se nos resultados e, a bem de nós todos, espero que estes venham a ser óptimos.
Um tanto por idiossincrasia, um tanto por experiência da vida, quando olho para projectos muito ambiciosos tenho tendência para questionar se não se está a tentar dar um passo maior do que a perna.
A imagem do SUCH, que ressalta do seu bem elaborado site, é sedutora. Mas é exactamente aí que podemos ler o texto que transcrevo:

“Na sequência de uma notícia publicada na edição de 19 Agosto de 2009 do Jornal Região Sul, sobre a lista de candidatos do PSD Algarve no âmbito das eleições legislativas, o SUCH Serviço de Utilização Comum dos Hospitais vem esclarecer que a Dr.ª Graça Pereira (e não Ferreira como referido na peça) não é, actualmente, assessora do Conselho de Administração do SUCH.
A Dr.ª Graça Pereira integra os quadros do SUCH, exercendo a função de Gestora de Clientes no Somos PESSOAS, ACE, Agrupamento Complementar de Empresas a operar na área de serviços partilhados de Gestão de Recursos Humanos, participado maioritariamente pelo SUCH. O SUCH informa ainda que em carta enviada ao Jornal Região Sul com pedido de publicação de esclarecimentos, foi referido que a Dr.ª Graça Pereira nunca tinha exercido a função de assessora do Conselho de Administração do SUCH.
Esclarece-se agora que de facto, a Dr.ª Graça Pereira foi assessora do anterior Conselho de Administração do SUCH, cujo mandato terminou em 2005. Na base desta informação, erradamente transmitida ao Jornal Região Sul, esteve o registo nos Recursos Humanos do SUCH, onde não se constata que tenha sido exercida essa função pela Dr.ª Graça Pereira.”

Louvo a honestidade na correcção do erro, mas não posso deixar de pensar que, na área dos Recursos Humanos, a experiência do SUCH, até 2005, não constitui uma base muito segura para o atingir os desígnios da Somos PESSOAS.

3:16 da tarde  

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