This is what change looks like
victor
"It's because of you."
That's what President Obama said before he took the stage in Iowa City right after health care reform passed. And I couldn't agree more.
We've put together a quick video that highlights the incredible work you did over the last year, to honor and thank you for the history you made.
Please watch the video, then pass this email along to friends and family so they can co-sign historic health care reform legislation with the President.
Etiquetas: USA health 3, Videos
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Entre as fotografias que me chegaram das manifestações contra a reforma da saúde de Obama, chamou-me a atenção aquela em que os seus adversários empunham cartazes onde se lê: "In America, we don't redistribute wealth, we earn it." (Na América, não redistribuímos riqueza, adquirimo-la pelo nosso esforço). Esta frase é especialmente interessante porque resume em poucas palavras todo o programa ideológico que subjaz aos críticos da universalidade na prestação de cuidados de saúde que a reforma legislativa agora introduzida vai (quase) permitir.
A ideologia predominante na América é estritamente individualista: dá uma larga margem de liberdade aos indivíduos, mas recusa a existência de fins colectivos, como os de carácter redistributivo, impostos pelo Estado. Note-se que a mesma ideologia não proíbe a generosidade particular. Pelo contrário, a negação dos fins colectivos acentua a pressão social para que os indivíduos, por si mesmos, partilhem parte do que ganham com a sociedade - mas apenas a título voluntário e não em função de políticas redistributivas
As consequências práticas desta ideologia são imensas. Uma grande parte dos americanos é hipersensível a qualquer aumento de impostos, especialmente se perceber que eles servirão fins sociais e não, por exemplo, a segurança interna e a defesa nacional. Estas são vistas como funções essenciais do Estado, na medida em que protegem os indivíduos e a sua propriedade. Mas qualquer outra função estatal de cariz mais social ou redistributivo - como a educação ou, neste caso, a saúde - é vista com grande desconfiança. Por isso a maioria dos americanos é contra a ideia de que os cuidados de saúde devem, por imposição estatal e com custos repartidos, ser distribuídos a quem deles necessita, e não a quem os quer e pode pagar.
Na Europa predomina a ideologia contrária. A nossa perspectiva é muito mais comunitarista e até hostil ao individualismo. Não temos qualquer problema com a imposição de fins colectivos para minimizar os males sociais. Talvez por isso, existe menor pressão da sociedade para a prática da generosidade privada e é muito mais difícil na Europa encontrar quem esteja disposto a doar parte da sua fortuna para fins caritativos. Diferentemente dos americanos, consideramos que é ao Estado que cumprem esses deveres, pelo menos em primeira instância. Na questão da saúde, a generalidade das forças políticas europeias - de esquerda e de direita - é defensora de sistemas públicos universais.
Por todas estas razões foi tão difícil a Obama aprovar a sua reforma da saúde no Congresso, e será agora igualmente difícil implementá-la. Da mesma forma, seria muito difícil, num país europeu, pôr em causa a universalidade do sistema nacional de saúde, como parecem pretender fazer em Portugal alguns dos apoiantes de Passos Coelho. Tanto mais que, pelo menos na questão específica da prestação de cuidados de saúde, a ideologia americana está errada e a europeia está certa.
João Cardoso Rosas
I, 01.04.10
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