domingo, abril 11

Meridiano Marco de Canavezes

foto DN
Para que se saiba, Valença é desde há um ano cidade.
Uma das condições que pesa na atribuição de tal estatuto, é que o centro urbano possua instalações hospitalares com serviço de permanência. É pois natural que os seus residentes não estejam dispostos a perder o serviço médico nocturno, mesmo que prestado sob a forma de SAP por um só clínico. A vizinha cidade de Tui, com dimensão populacional idêntica, possui um centro de saúde com permanência de 24 horas (Jornal Público de hoje).
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Temos pois que não há racionalidade económica que consiga impor-se à dura realidade de dois países distintos nas prioridades em matéria de saúde. Espanha tem evoluído em qualidade e cobertura sanitária, por cá, infelizmente, o sentido é o oposto. Não admira assim que os nossos munícipes raianos, ao abrigo de legislação comunitária sobre regiões transfronteiriças, procurem desenvolver relações com o País vizinho em matéria de Saúde. É um pouco como em nossa casa, quando nos descuramos em abastecer a despensa temos de recorrer à boa vontade do vizinho do lado.

É assim que estamos e não é preciso ser-se particularmente atento e informado, para se perceber que as condições vão piorar nos próximos anos. A crescente oferta do sector privado na orla litoral irá fixar ainda mais médicos nos grandes centros urbanos em detrimento do interior. Não nos admiremos pois que dentro de algum tempo a fronteira com o País vizinho passe a ser delimitada pelo meridiano do Marco de Canavezes e que a bandeira espanholas surja hasteada em muitos mais municípios.

tavisto

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