sábado, julho 24

Destino dos 2 milhões de vacinas

contra a gripe A que o Ministério da Saúde já recebeu

Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República
De acordo com informações divulgadas publicamente por fontes do Ministério da Saúde, já foram entregues ao Estado Português 2 milhões de doses da vacina contra a gripe A, das quais foram utilizadas apenas 700 mil. Da encomenda inicial de 6 milhões de doses, foi anulada a entrega de outros 2 milhões de doses e o destino dos dois milhões de doses remanescentes ainda se encontra em negociação.
Tendo em conta o contexto de austeridade e contenção da despesa que o Ministério da Saúde tem imposto aos gestores de estabelecimentos e serviços do Serviço Nacional de Saúde, importa saber em que medida o mesmo rigor se aplica às matérias geridas directamente pelos titulares da pasta da Saúde.

Atendendo ao exposto, e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda vem por este meio dirigir ao Governo, através do Ministério da Saúde, as seguintes perguntas:

1. Sabendo que a vacina contra a gripe sazonal, na próxima época vacinal 2010/2011, inclui o vírus H1N1, qual o fim previsto pelo Ministério da Saúde para as cerca de 1 milhão e trezentas mil doses de vacinas, entregues pelo fabricante, mas que não foram utilizadas?

2. Do total de vacinas contra a gripe A, já recebidas e a receber, qual a quantidade que o Ministério da saúde estima que irá ser utilizada até ao final do prazo de validade das mesmas?

3. Foram negociadas contrapartidas pela anulação, já acordada com o fabricante, de um terço (2 milhões de doses) da encomenda inicial da vacina contra a gripe? Em caso afirmativo, quais as contrapartidas a que o Ministério da Saúde ficou obrigado?

4. Relativamente aos 2 milhões de doses remanescentes, que não foram anuladas, mas que também ainda não foram entregues pelo fabricante, qual o ponto de situação das negociações com o fabricante para anulação do respectivo fornecimento?
Palácio de São Bento, 13 de Julho de 2010

O deputado, João Semedo

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