sábado, abril 2

E não queria mais nada!?

A declaração do PSD de que apoiará um eventual pedido de ajuda externa se o Goveno decidir fazê-lo ultrapassa as marcas da decência política. O que o PSD não diz é se apoia as medidas de austeridade que a ajuda externa necessarimente implicará, seguramente mais severas do que as que constavam do PEC que o PSD rejeitou, desencadeando com isso a crise política e o ataque das agências de rationg e dos mercados da dívida pública. O que o PSD queria era que fosse o PS a assumir mais esse ónus, sem se comprometer mais uma vez com o seu conteúdo, para depois, se ganhar as eleições, poder desculpar-se com as imposições do FMI assumidas pelo PS... É caso para perguntar: "e não queria mais nada?"
vital moreira, causa nossa

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2 Comments:

Blogger e-pá! said...

Os partidos andam na azáfama de preparar programas eleitorais. Talvez, metidos em ciclópicos trabalhos, ...totalmente inúteis.

Na verdade, a realidade vai triturar todos os projectos. O esforço é para além de desnecessário, inconsequente.

Ninguém vai pegar na "batata quente" de arcar com o ónus de chamar o FMI.
O financiamento extraordinário de hoje [previamente negociado nos mercados] garantiu a sobrevivência financeira do País até Junho. Esta foi a "jogada" de antecipação executada pelo Governo. Logo, o pedido de ajuda está - se não existirem sobressaltos económicos e sociais - tacitamente adiado para o período pós-eleitoral [imediato].

Dos diversos programas para Portugal que vão surgir, aquele que terá sequência, quaisquer que sejam os resultados das eleições, há muito que está elaborado em Washington [sede do FMI] e será revisto em Bruxelas [via Berlim e Frankfurt].

O que em 5 de junho os portugueses vão escolher é o nome do carrasco de serviço. Porque, de resto, está tudo decidido. Falta só ser divulgado aos interessados.

A discussão de hoje sobre possibilidades de "concertar" posições para pedir, de imediato, essa ajuda externa é um mero passatempo político. Uma vulgar chicana pré-eleitoral, cuja única consequência será perturbar [ainda mais] o ambiente político e social. E é deste desvairado acentuar da crispação que podem surgir problemas incontroláveis.

Até aqui [e até às eleições] os actores políticos têm brincado com o fogo. E nós a ver...o "palheiro a arder"!

12:51 da manhã  
Blogger tambemquero said...

À falta de melhor, a imprensa especula sobre a competência do Governo demitido para pedir e negociar os termos de uma eventual ajuda financeira externa, como se fosse politicamente exigível esperar que Sócrates o faça depois de as oposições terem deliberadamente rejeitado o programa de disciplina financeira que visava justamente preservar a capacidade de Portugal para se financiar os mercados.
Mesmo que não houvesse um sério obstáculo constitucional -- pois os governos demitidos só podem praticar os actos "estritamente necessários", ou seja, indispenáveis e inadiáveis -- nem o problema de legitmidade política de um governo demitido para tomar uma iniciativa desse alcance, há um intransponível obstáculo político externo. Como é que é possível imaginar que a UE e o FMI negociariam e fechariam um acordo com um governo de gestão, sem nenhuama garantia de que o acordo seria depois executado pelo próximo governo, se for de cor política diferente, tanto mais que todos os demais partidos rejeitaram um programa de discipliona orçamental seguramente menos exigente do que o que tal acordo de ajuda externa implicaría?

Vital Moreira, causa nossa

2:40 da tarde  

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