terça-feira, dezembro 6

Pela hora da morte!

As taxas moderadoras para as urgências polivalentes vão passar a custar 20 euros.
«Paulo Macedo fez esta revelação no programa Prós e Contras, da RTP1, acrescentando que as taxas moderadoras nos centros de saúde vão subir para cinco euros ( actualmente são 2,25 euros).
Quer nas urgências, quer nos centros de saúde, as novas taxas moderadoras passam a ser o dobro das cobradas actualmente.
Paulo Macedo assegurou que ninguém deixará de ser atendido no Serviço Nacional de Saúde se não tiver dinheiro para pagar as taxas moderadoras, garantido que o número de pessoas isentas vai aumentar, passando de 4,4 milhões para 5,1 milhões
O ministro da Saúde comprometeu-se também a garantir um médico de família para todos os portugueses até ao final da legislatura.»
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JP 06.12.11
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Paulo Macedo tem tratado esta matéria com extremo cuidado. Adiando, tanto quanto possível, a confirmação do que já se sabia: O aumento brutal da moderação do acesso aos cuidados de saúde.
Surpreendente o aumento da taxa dos CSP (+ de 100%). A cinco euros por consulta muitos portugueses vão desistir.
Aumenta também o número de isentos, decerto para atenuar, ousaria dizer disfarçar, o impacto negativo desta medida.
Médico de família para todos até ao final da legislatura já muitos o prometeram e não cumpriram.
Levo vantagem a muitos portugueses: Por certo já cá não estarei para discutir a catástrofe dos indicadores de saúde, daqui a dez anos.

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6 Comments:

Blogger e-pá! said...

Ontem, o "Prós e Contras" foi uma autêntica "conversa de (em?) família".

Assemelhou-se áquelas ligeiras e superficiais conversas de café que muitos de nós temos no dia a dia envolvendo o circulo pessoal e profissional de relações sociais. Deu para tudo. Para actos de contrição em que, penosamente, o ex-ministro resolveu penitenciar-se (taxas moderadoras no internamento, nomeações políticas, etc.), à estranha e deslocada representatividade "assumida" por um professor jubilado em relação aos médicos e finalmente a impressionante apatia (ou contenção) da Engª. (business oblige?).
Nada de importante foi discutido e como novidade duas revelações:
1) o aumento brutal das taxas moderadoras que ninguém quis conotar com um co-financiamento ou um co-pagamento;
2) a anarquia que reina no desenho e na operacionalidade da rede hospitalar da área metropolitana de Lisboa em que, pelo menos, tornou possível constatar que a 1 mês da entarda em funcionamento da nova PPP do HH de Loures, tudo está em cima do joelho.

Em resumo, a sessão de ontem foi de uma probreza franciscana.
As diversas "profissões de fé" aí proclamadas confrontam-se com uma cruel realidade: Desenvolvemos, até aqui, um SNS eficiente e operacional e com este governo inciou-se um abrupta descida aos infernos que o mais arguto fair play não conseque disfarçar...

12:18 da tarde  
Blogger Paulo Varela said...

A Isabel Vaz nem queria acreditar a pensar nos ADSE's todos que vão fugir dos SU's para os Hospitais Privados, onde a alvancagem dos MCDT's vai continuar...

11:20 da tarde  
Blogger Tavisto said...

1974 – 2011 – SNS

2011 – ???? – $N$

11:32 da tarde  
Blogger Clara said...

A abelhinha Maia na oposição

Ex-ministra da Saúde, Ana Jorge, está preocupada com a diminuição de consultas nos centros de saúde.

As novas taxas moderadoras vão "aumentar a dificuldade de acesso aos serviços de saúde", afirmou a ex-ministra da Saúde, Ana Jorge, aos microfones da TSF.

Para Ana Jorge, "o que era importante era que os centros de saúde se organizassem para ter mais tempo e acesso a consultas". Com os cortes no tempo de funcionamento dos centros de saúde, quando os portugueses têm uma "doença aguda vão aos serviços de urgência" e aí "pode haver dificuldade de acesso", uma vez que "o preço é muito elevado", explicou a ex-governante. link

12:13 da manhã  
Blogger tambemquero said...

A partir de Janeiro, além dos 20 euros da taxa moderadora no serviço de urgência de um hospital central, os utentes que necessitarem de exames e meios complementares de diagnóstico, como, por exemplo, raios X, ressonância magnética ou análises, também vão ter de pagar mais por isso. De acordo com o Ministério da Saúde, os "ajustes" a efectuar nesta parte da tabela das taxas moderadoras serão "muito variáveis" e terão "um pouco de tudo", incluindo reduções, mas a maioria será alterada para valores superiores aos cobrados actualmente. A portaria que vai clarificar estes aumentos a aplicar na tabela, e que, "nalguns casos, pode ser o dobro", deverá ser publicada na próxima semana.

Depois das consultas e dos episódios de urgência, há mais aumentos das taxas moderadoras. A tabela de taxas moderadoras inclui uma longa lista de exames e meios complementares de diagnóstico e terapêutica, além das consultas ou episódios de urgência, que vão desde os 25 cêntimos por uma pesquisa de lactose até aos 66,50 euros por uma técnica terapêutica designada litotrícia extracorporal (usada para eliminar cálculos [pedras] no sistema urinário). Aliás, segundo fonte do gabinete do Ministério da Saúde, o caso do exame mais caro na tabela é um exemplo de uma das reduções previstas. Sobre os aumentos o Ministério da Saúde, não aponta para exemplos, limitando-se a afirmar que no "grande universo" de exames e meios de diagnóstico e terapêutico haverá lugar para "várias percentagens de aumento". "Em geral, os ajustes serão para fazer para cima", acrescenta.

Mais do que contas e previsões sobre o valor dos aumentos, Pedro Pita Barros, especialista em economia da saúde, questiona a lógica desta cobrança. "Estas taxas têm uma característica muito diferente das taxas cobradas pela procura de um serviço de urgência. Neste caso estamos perante situações em que há sobretudo um critério médico e em que não está em causa a decisão do utente", argumenta o especialista. Aliás, segundo defende, "o custo destes exames para os utentes devia ser zero sempre que for claro que o utente não teve qualquer intervenção ou papel no processo". "A lógica da existência destas taxas para exames e meios complementares de diagnóstico devia ser revista. E talvez este momento seja oportuno para o fazer", refere Pita Barros. O economista admite que "alguns doentes fazem pressão junto dos médicos para fazer alguns exames, aproveitando para fazer tudo no mesmo dia e local", mas, ainda assim, a decisão é do médico. "Se a lógica desta taxa moderadora passa por fazer com que as pessoas sintam que o serviço prestado tem algum valor, é preciso que, pelo menos, se assegure que os custos de processamento desta cobrança não são superiores ao valor pedido", conclui, exemplificando que, por vezes, o custo do selo para a carta enviada ao utente é superior à taxa que se pretende cobrar.

JP 07.12.11

12:03 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Um aumento agravado

Aos aumentos das taxas moderadoras, os utentes devem ainda somar mais um peso nos ombros. Desde o início deste ano que "[...] o não pagamento de taxa moderadora legalmente devida decorridos 10 dias da data da notificação implica o seu pagamento num valor cinco vezes superior ao inicialmente estipulado, nunca inferior a 100 euros". De acordo com declarações recentes do presidente da Associação de Administradores Hospitalares, Pedro Lopes, estas multas não têm vindo a ser aplicadas pelos hospitais devido à burocracia e custos administrativos que a cobrança envolve. No entanto, isso não significa que as unidades hospitalares não se preparem para as aplicar no futuro. As taxas moderadoras representavam apenas cerca de um por cento (com os aumentos agora anunciados, passa para dois por cento) da despesa total em saúde. Estes aumentos, somados às multas em caso de incumprimento, poderão servir de incentivo a algumas administrações hospitalares.

Por outro lado, e ainda relativamente à revisão do valor das taxas moderadoras, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) recorda (na sua Análise da Sustentabilidade Financeira do SNS) que foi assumido no Memorando de Entendimento o compromisso de legislar a indexação e revisão automática de tal valor à taxa de inflação. A ERS faz o aviso: se os rendimentos dos utentes (salários e pensões) se mantiverem alterados, esta revisão "provocará em tais utentes um aumento (duplamente) agravado do valor das taxas moderadoras".

Actualmente, a situação piora com os cortes nos salários e pensões. De acordo com o Ministério da Saúde, a próxima revisão que tem em conta o índice de inflação será realizada em Janeiro de 2013.

JP 07.12.11

12:04 da manhã  

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