sábado, junho 23

Estão a estragar os planos aos estrategas neoliberais


Depois da eleição de Hollande, da ameaça da implosão na Grécia com o crescimento da revolta expresso na votação do Syriza, do “favor” feito a Espanha, do chega para lá da Itália e do “arrefecimento” do ímpeto da Sra. Merkel com a promessa de ceder ao investimento para relançar a economia com mais 130 B de Euros vem agora esta notícia: …”Novo Governo grego congela despedimentos"
Governo de Antonis Samaras congelou os despedimentos no setor público e decidiu prolongar o programa de ajuda externa por mais dois anos. O novo Governo de coligação grego pretende travar os despedimentos e prolongar por dois anos o período de aplicação do programa de ajustamento no âmbito do acordado de ajuda externa, segundo um documento difundido hoje pelo Governo. A informação do Governo grego dirigido pelo conservador Antonis Samaras promete "rever" o plano de austeridade imposto aos helénicos pela União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu, através do "prolongamento do período de ajustamento orçamental, no mínimo, por mais dois anos", ou seja, até 2016. O objetivo é, de acordo com o documento citado pelas agências internacionais, o de atingir as metas fiscais "sem novas reduções de salários, pensões de reforma e investimento público". O Governo grego anunciou igualmente o congelamento dos despedimentos no setor público e uma revisão da prestação em caso de desemprego. "O objetivo é evitar demissões permanentes de funcionários, mas também economizar nos custos não salariais", isto é, o Executivo helénico prevê poupar na prestação paga em caso de desemprego, optando assim por ter os trabalhadores no ativo.
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Pobres estrategas lusitanos do neoliberalismo mais assanhado do planeta. Agora até os neoconservadores gregos se atrevem com propostas tão radicais (para não dizer socialistas) e. imagine-se, atrevem-se a pedir o prolongamento do prazo para depois de 2016.
Lá se vão, por água abaixo, os planos tão certinhos do team governativo de arrasar e destruir tudo, o mais possível, até ao final de 2012 para depois qual Fénix renascida se viesse a vislumbrar um (ainda que mínimo) crescimento da economia que levasse até 2015 a teoria da salvação do país e, a consequente, vitória eleitoral nas legislativas.
Parece que a coisa está a sair furada.
Afinal, para grande surpresa do Dr. Gaspar, o desemprego explodiu e a economia estoirou. Ou seja o país não aguentou. Bem tentaram desmoralizar e humilhar o povo. Fazê-lo crer que o Estado Social era um capricho despesista da esquerda. Que tudo o que acontecia no mundo era da culpa do Sócrates. Que um governo medíocre com luminárias tão divertidas quanto o ministro da economia iria salvar o país dessa desgraça em que se encontrava. Onde as pessoas estavam mal habituadas. Queriam emprego no seu país. Subsídio no desemprego. Reforma antes de morrerem. Escola e saúde gratuitas.
Parece que o tiro lhes está a sair pela culatra.
Foi isto, que num ano, o (provavelmente) pior do governo que a República conheceu conseguiu fazer.
Não duraram muito.
Falta-nos apenas evitar que os ímpetos predadores vigentes consigam escaqueirar o resto que falta do SNS. Não tarda nada ainda põem a SPMS a fazer concursos lowcost para cirurgias cardíacas ao menor preço.

Olinda

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1 Comments:

Blogger e-pá! said...

Barbas de molho...

Estamos todos cá para ver a Srª. Merkel continuar a exigir que o Governo grego não tem outra saída para além do cumprir os ditames da 'troika'. Quando o Sihryza falou em renegociar a 'ajuda' externa foi taxativamente classificado de 'irresponsável'. Neste momento, Samaras quer aparecer como um 'patriota'...

Mas, na verdade, não existe qualquer estratégia de corrigir ou de aligeirar os desmandos neoliberais. É um mero 'intermezzo'.
O que se passa é que na Grécia o 'reajustamento' virou desastre (político, social e económico).
A 'acalmia' que se prevê é ilusória. A 'crise' não deixou de ser manipulada pelos 'investidores' que de manhã são atentos espectadores (ou especuladores) e à noite duros e implacáveis credores...
Não estamos (em Portugal) a fazer nada de original. Vamos pondo as 'barbas de molho'. E não sabemos como é, ou como será, o 'molho'. Presentimos que o mesmo está a ser cozinhado num forno com a etiqueta 'nem mais dinheiro, nem mais tempo', i. e., em lume brando.

7:12 da tarde  

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