quinta-feira, junho 7

Qual é a tua ó meu!




O Bispo das Forças Armadas disse estar «profundamente chocado» com o agradecimento de Pedro Passos Coelho à paciência dos portugueses em tempos de austeridade. Em entrevista à TSF, nesta quarta-feira, D. Januário Torgal Ferreira ficou com «vontade de pedir ao povo para sair à rua». link
«Portugal não tem governo neste momento e vão uns certos senhores dar uma passeata num certo dia fazer propaganda tipo união nacional, de não saudosa memória, pelo país fora, a dizer que somos os melhores do mundo», começou por lamentar.
«No fim ainda aparece um senhor, que pelos vistos ocupa as funções de primeiro-ministro, dizendo um obrigado à profunda resignação de um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico. Conclusão: parecia que estava a ouvir um discurso de uma certa pessoa há 50 anos», lamentou o bispo, acrescentando: «Estou profundamente chocado. Apetecia-me dizer: vamos todos hoje para a rua. Não vamos fazer tumultos, vamos fazer democracia.» link
tsf 06.06.12

O discurso de PC é demonstrativo da  falta de inteligência e ignorância do processo social em desenvolvimento. O primeiro ministro não consegue ver que a sociedade portuguesa está a fracturar-se entre os que partem e os que restam empobrecidos num misto de desespero e ódio mal contido.

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1 Comments:

Blogger Tavisto said...

Decorrido um ano da (des)governação de Passos Coelho/Relvas e afins, é hoje bem perceptível o seu fio condutor. Destruir uma sociedade que eles consideravam demasiado proteccionista em direitos sociais, pouco competitiva nas relações de trabalho e com um modelo produtivo atrasado, causas primárias das nossas dificuldades financeiras.
Têm-no feito com a crença de que algo melhor irá nascer sobre os escombros, ideia redentora que, entendem, lhes dá o direito de exigir aos portugueses um comportamento bovino perante as dificuldades crescentes no seu dia-a-dia. Atitude que se assemelha à de um Oncologista irresponsável que decidisse irradiar um doente leucémico sem previamente ter garantido um dador compatível e, no auge da depressão imunológica, lhe pedisse paciência pois o dador haveria de aparecer a todo o instante.
Tal como o suposto doente, o País está a atingir o nadir socioeconómico sem que uma saída para a crise se vislumbre. Pelo contrário, o mal que nos aflige alastra na zona euro ameaçando a única aposta positiva deste governo, o crescimento das exportações.
É esta situação de desastre iminente que explica que os discursos de Passos Coelhos oscilem entre o patético e o pateta, os desacertos nos indefectíveis (Cavaco crítica a política de baixos salários e António Borges defende-a) e as críticas abertas dos mais esclarecidos (Manuel Ferreira Leite e Rui Rios).
Perante o desacerto e a vertigem do precipício, não tardará que a indignação de D. Januário Torgal seja escutada e o Povo saia à rua em massa. Difícil é prever o que virá a seguir.

2:52 da tarde  

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