Saúde, `Out Control´ ?
... Segundo o ministro, “9500 milhões de euros, de certeza que
asseguram o normal funcionamento dos hospitais e não só aquilo que infelizmente
temos de assegurar, que é a regularização de dívidas passadas. Penso que os
portugueses não estarão disponíveis para pagar mais para a saúde, nem é
necessário”.
“Não percebo de onde vem a novidade da falência técnica de
hospitais. Infelizmente, os que estão em falência técnica já o estavam antes e
alguns agravaram a sua situação, como eu referi na Assembleia da Republica. Não
há qualquer novidade. O dinheiro que os portugueses afectaram à saúde foi mais
do que suficiente”, afirmou.
E acrescentou: “Aumentámos em 2012 o número de cirurgias
face a 2011, tivemos mais recrutamentos de médicos em 2012 do que em 2011 e
abrimos mais concursos para internos para 2013 como nunca abrimos no passado.
Portanto, há aqui questões que não são só de recursos, certo?”.
“Há um amplo consenso nacional sobre a necessidade de
melhorar a gestão e de uma melhor afectação dos recursos e é isso, felizmente,
que temos vindo a ver. Se há hospitais que têm grandes dificuldades, temos
outros que têm feito uma evolução extraordinária”, frisou.
O ministro da Saúde acrescentou que “os hospitais entrarão
no próximo ano com menos dívidas acumuladas do que tinham em 2011, porque uma
parte do dinheiro foi para regularizar dívidas do passado, mas obviamente que a
gestão terá de ser feita no quadro de exigência e rigor que a situação do país
obriga”.
Já na sua intervenção, Paulo Macedo tinha defendido “a
necessidade de reduzir redundâncias e fazer uma gestão mais eficaz” como “a
única forma de garantir um Serviço Nacional de Saúde de qualidade”.
“Vamos manter o Serviço Nacional de Saúde conseguindo
eliminar o desnecessário e reforçar o imprescindível”.
JP 14.12.12 link
Pelo menos, desta vez, o senhor ministro não fez referência à "discriminação positiva da Saúde"...
Entende-se que Paulo Macedo sinta necessidade de serenar os
ânimo dos portugueses.
Tarefa vã. Certezas, de certeza o senhor ministro não pode garantir.
Para nós, 9.500
milhões euros, previstos para assegurar a produção do SNS do próximo ano, mais o
pagamento de 2.500 milhões (?) de dividas em atraso, são claramente escassos. Acresce a trapalhada de cortes e mais cortes e a participação da Saúde no plano de
4.500 milhões de euros de cortes das prestações sociais a anunciar em Março 2013.
Efectivamente, o futuro dos hospitais do SNS não se afigura risonho, com um
grande número de unidades em falência técnica (anunciada com grande alarido, quando convinha, por Paulo Macedo, que parece, agora, incomodado com a situação); "entalados"
entre a lei dos compromissos e o plano de
medidas de reorganização avulsas recentemente anunciado, que tem, unicamente, por
objectivo, como todos sabemos, reduzir os custos operacionais da rede através da receita do costume: Encerramento/centralização de unidades e
serviços de saúde.
Isto enquanto, em pano de fundo, se anuncia em grandes
parangonas um estudo a propor a descida de impostos generalizada em troca do aumento das taxas a cobrar aos utentes do SNS. link
É o requinte da malvadez no trajecto anunciado da destruição do Estado
Social.
- Planeamento estratégico e operacional da rede hospitalar do
SNS link
- Despacho n.º 2445/2012, 30.11.12. link
Etiquetas: Um país em sofrimento
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