quinta-feira, fevereiro 28

Critica do ministro da saúde

Misericórdia do Porto ofereceu-se para gerir Centro de Reabilitação do Norte e está à espera da resposta do Governo. 
Oito ex-responsáveis da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte estranham a coincidência temporal entre as críticas há dias feitas pelo ministro da Saúde ao processo de construção do Centro Materno-Infantil (CMIN) e o Centro de Reabilitação da Norte (CRN) e a “grave crise” que se adivinha “no sector da saúde privada no Porto”, onde “muitos blocos de parto e áreas de atendimento infantil” recentemente abertos estão “encerrados”. A construção destes dois equipamentos denota “falta de planeamento” e “uma total descoordenação”, declarou o ministro Paulo Macedo, no dia 20. link Numa carta pública, os oito elementos directivos da ARS-Norte entre 2005 e 2011 disponibilizam-se para fornecer ao governante todas as informações sobre os centros, que, notam, são “objecto de inúmeros interesses”. A “falta de avaliação dos processos e a ausência de decisões na reforma hospitalar, por parte do actual Ministério da Saúde, parecem ceder aos interesses privados e do sector social nesta área, com nítido prejuízo dos doentes”, lamentam. Sobre o CMIN, lembram que faz parte de “uma vasta estratégia da reforma hospitalar na região norte, levada a cabo nos últimos anos”, e que implicou já o fecho do Hospital Maria Pia. Quanto ao CRN, recordam que este estava previsto na rede de referenciação hospitalar elaborada em 2002 — que estabelecia a necessidade de quatro centros (Norte, Centro, Lisboa e Algarve), faltando abrir apenas o primeiro, que servirá “37% da população” do país. “Será que um doente tetraplégico ou com uma doença neurodegenerativa de Lisboa deve ter um centro de reabilitação para efectuar uma recuperação adequada, e no Norte o mesmo tipo de doente tem de ir para sua casa?”, perguntam. Esperam ainda que esta tomada de posição nada tenha que ver com “os falados propósitos de ser cedida a gestão do CRN a uma Misericórdia”. Anteontem, o provedor da Misericórdia do Porto disse que a instituição “já fez sentir” ao Governo a sua disponibilidade para assumir a gestão do CRN. O ministro mostrou abertura para “avaliar a proposta”, adiantou António Tavares. O PÚBLICO tentou obter um comentário junto do gabinete do ministro, que não respondeu, até ao fecho desta edição.
 JP 28.02.13 link

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2 Comments:

Blogger DrFeelGood said...

A chacota
A Passos Coelho e a Vítor Gaspar aconteceu a pior coisa que pode suceder a um governante em Portugal: de temidos passaram a desprezados. Não perceberam que a posição de superioridade e arrogância que tomaram, de pesporrência e insolência que exibiram, é muito imprudente em políticos sem currículo, sem obra, sem reconhecimento. Como os não tinham, disfarçaram a ignorância com a sobranceria, a impreparação com o autismo; cheios de vento, golpearam identidades, tradições, direitos, culturas, dignidades. Acabarem com o feriado do 1.o de Dezembro foi uma das piores leviandades cometidas; o ódio que fomentaram nos funcionários públicos e nos reformados, uma canalhice; a aldrabice sistemática que utilizam, um opróbrio; o esbulho da classe média, uma hecatombe fascizante.

Emproados internamente, provincianos externamente, revelaram-se subservientes com os de cima e despóticos com os de baixo. O servilismo mostrado ante os senhores germânicos tornou-se pungente de ver, repugnante de aceitar. O seu comportamento contagiou ondas de roedores contra a dignidade portuguesa, o que leva as populações a execrá-los ao som da “Grândola”, canção-hino de liberdade e júbilo.

Presidente, ministros, secretários de Estado e afins não podem já sair à rua sem ser vomitados. Ao perceber que o rei vai nu, o português entre-_gou-se ao escárnio, perdendo o respeito, o medo, a paciência. Ora quando tal acontece torna-_-se impossível ao governante a governação, diz a história e o bom senso. Este executivo vai desmoronar-se pontapeado pela ira e pela chacota – mistura letal entre nós.
fernando dacosta

11:32 da tarde  
Blogger e-pá! said...

A questão do CRN é mais um imbróglio em fase de incubação que permitirá avaliar, na prática, as políticas deste ministério.
Trata-se de uma unidade da rede de refenciação hospitalar para aonde se estendem os apetites do sector social da saúde.
Porquê?
Um situação muito simples. As Misericórdas (neste caso a do Porto) pretende(m) proteger o serviço de Reabilitação do H. da Prelada (segundo julgo já convencionado com o SNS). Portanto, vamos a ver como procede o MS e como justifica o interesse público em colocar na mesma entidade uma enorme capacidade interventiva na área da Medicina Física e de Reabilitação nas mesmas 'mãos'. (Estamos a falar de serviços com capacidade de internamento na região Norte).
Umas 'mãos', acrescente-se, onde a capacidade de regulação por parte do Estado é diminuta, ou nula.
(Concordata e regime especial das IPSS).
Enfim... o carrossel de concessões e alienações em movimento com vista a desestruturar o SNS. Nada de novo ou, melhor, nada de inesperado.

4:55 da tarde  

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