Quem não chora, não mama !
Um
mês depois de 66 chefias do Hospital de São João se terem demitido, o
administrador do Centro Hospitalar de São João (CHSJ) fez o ponto da situação
das negociações com o ministro da Saúde, Paulo Macedo, que lhe permitiram já a
contratação de médicos e de assistentes operacionais, mas não revelou se o
Estado pretende liquidar a dívida de 73 milhões de euros que mantém para com o
hospital.
Perante
os deputados, António Ferreira negou que o CHSJ tenha sido privilegiado pelo
Governo e empenhou-se em mostrar a eficiência da sua gestão, afirmando que
outros hospitais de dimensão semelhante gastariam mais 138 milhões de euros para
tratar os doentes que o São João trata.
...
Surpreendeu-o
a abertura do Ministério da Saúde perante o braço-de-ferro da administração do
hospital?
Não
houve braço-de-ferro. Não posso dizer que o Ministério da Saúde não esteve
sempre aberto a discutir esses assuntos. Creio é que o ministério tem estado
entre duas pressões: de um lado, os hospitais, concretamente o Hospital de S.
João, com necessidades específicas, e do outro lado uma falta de sensibilidades
das normas impostas pela troika para responder a essas necessidades.
Os
cirurgiões do Hospital de S. João continuam a fazer em média uma cirurgia por
semana ou conseguiu que essa barreira fosse ultrapassada?
Não
tenho isso de cabeça, mas os cirurgiões e, em termos gerais, os médicos do S.
João são os que têm maior produtividade do país pelo menos nos hospitais de
nível comparado. Apresentei a análise num contexto comparativo e que se referia
aos dados da OCDE de 2010, em comparação com os dados do mesmo ano em Portugal.
Os relatórios sobre a produtividade dos médicos do hospital e qual é a
produtividade dos médicos de outros hospitais estão disponíveis na página da
Administração Central dos Serviços de Saúde.
Escreveu recentemente um
livro com o título Reforma do Sistema de Saúde. É possível um consenso para
reformar o SNS?
O
livro que publiquei não pode ser considerado como a resposta, mas há uma coisa
que eu sei: se se mantiverem as coisas como têm estado ao longo dos anos, isto
vai estourar. Não há dinheiro para sustentar o SNS se não tivermos a coragem de
o reformar, mas também só temos coragem de o reformar se conseguirmos um
consenso à volta de ideias, pelo menos das ideias centrais do que queremos para
o SNS. E é muito difícil encontrar um consenso que envolva não só as forças
políticas e sociais e em que os portugueses acreditem.
Para
quando a abertura do centro de hemodiálise para doentes crónicos em Valongo e
quanto vai custar?
Haverá
condições para até ao final do ano termos o centro de hemodiálise a funcionar.
Só falta fazer obras de adaptação, que são poucas e pouco dispendiosas. Quanto
a custos, será muito menos do que um milhão de euros.
JP 15/17.07.14
Etiquetas: HH
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home